Universidade de São Paulo
Instituto de Física

Análise de Buracos Negros Esfericamente Simétricos em modelos de Mundo Brana
Alan Bendasoli Pavan

Orientador: Prof. Dr. Élcio Abdalla

Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Física da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Ciências

Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Élcio Abdalla (IF-USP)
Prof. Dr. Luís Raul Weber Abramo (IF-USP)
Prof. Dr. George Emanuel Avraam Matsas (IFT-UNESP)

São Paulo

2006

FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pelo Serviço de Biblioteca e Informação
do Instituto de Física da Universidade de São Paulo
             Pavan, Alan Bendasoli              Análise de buracos negros esfericamente simétricos em              modelos de Mundo Brana.      São Paulo, 2006.              Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo.              Instituto de Física - Depto. de Física Matemática.              Orientador: Prof. Dr. Élcio Abdalla              Área de Concentração: Física              Unitermos:              1. Buracos Negros;              2. Relatividade-Mundo Brana;              3. Relatividade-Estabilidade de Buracos Negros. USP/IF/SBI-017/2006

Resumo


O estudo de objetos compactos e suas propriedades físicas tem sido alvo de constantes investigações nos últimos 90 anos. Com o surgimento da Teoria de Cordas e os modelos de Mundo Brana como alternativas de descrição do nosso Universo, cresceu o interesse no estudo de buracos negros nesses contextos. Neste trabalho é desenvolvido um estudo de buracos negros em modelos de Mundo Brana. Uma classe de buracos negros esfericamente simétricos na brana é investigada. Critérios de estabilidade são estabelecidos. Proprie-dades termodinâmicas e a existência de modos quasi-normais de oscilação também são abordadas. Os buracos negros estudados são o Buraco Negro tipo CFM e o Buraco Negro tipo SM (sem massa), obtidos por Casadio et al. e Bronnikov et al., respectivamente. A geometria do bulk no qual a brana está imersa é desconhecida. Entretanto, o teorema de Campbell-Magaard nos garante a existência de uma solução 5-dimensional no bulk que tem como projeção sobre a brana a classe de buracos negros estudados. Eles mostraram-se estáveis quando submetidos a perturbações do tipo escalar. A existência de modos quasi-normais de oscilação foi observada tanto para o Buraco Negro tipo CFM quanto para o Buraco Negro tipo SM. As caudas das perturbações apresentaram comportamentos semelhantes. O limite superior da entropia de um corpo absorvido pelos buracos negros estudados foi calculado mostrando que esse limite independe dos parâmetros dos buracos negros, sugerindo novamente sua universalidade.

Abstract


Research on black holes and their physical proprieties has been active on last 90 years. With the appearance of the String Theory and the Braneworld models as alternative descriptions of our Universe, the interest on black holes, in these context, increased. In this work we studied black holes in Braneworld models. A class of spherically symmetric black holes is investigaded as well its stability under general perturbations. Thermodynamic proprieties and quasi-normal modes are discussed. The black holes studied are the SM (zero mass) and CFM solutions, obtained by Casadio et al. and Bronnikov et al.. The geometry of bulk is unknown. However the Campbell-Magaard Theorem guarantees the existence of a 5-dimensional solution in the bulk whose projection on the brane is the class of black holes considered. They are stable under scalar perturbations. Quasi-normal modes were observed in both models. The tail behavior of the perturbations is the same. The entropy upper bound of a body absorved by the black holes studied was calculated. This limit turned out to be independent of the black hole parameters.

Dedicatória

“Ao Espírito Imortal que indicou o caminho pelo qual eu deveria seguir.”

Agradecimentos

À todos os Espíritos que já caminharam ou ainda caminham comigo durante essa etapa da minha existência.

Ao amigo e orientador Prof Elcio Abdalla pela oportunidade de trabalho, pela paciência e pelas conversas descontraídas sobre a vida.

Aos amigos e companheiros de trabalho, Bertha e Prof Carlos, pelo auxílio e pela atenção dedicada a este trabalho. Sem a ajuda de vocês esse trabalho não seria possível.

À minha grande família em Ribeirão Preto e aqui em São Paulo, especialmente aos amigos e irmãos do apartamento 132, Thiago, Mineiro, Bruno e Rodrigo.

À família do Departamento de Física-Matemática que me acolheu com tanto carinho, atenção e respeito: Amélia, Simone, Bete, Rodrigo, Jéferson, Flávio, Carlos Eduardo, Carlos, Bertha, Michele, Arlene, Cecília, David, Karlúcio e muitos outros que por lá passaram.

Aos meus pais pela oportunidade da existência, pelo carinho e pelo desmedido amor.

À minha irmã por tudo aquilo que ela representa em minha vida.

Aos meus avós por serem modelos no qual pretendo sempre me espelhar.

À FAPESP pelo apoio a Ciência no Brasil e pelo apoio a este trabalho.

Capítulo 1 Introdução

Eis que continua a longa jornada do homem, em busca daquilo que é o Universo. Do início do caminho até os dias de hoje grandes mentes contribuiram na construção, ou melhor seria dizer, no entendimento do espaço e do tempo em que nos encontramos inseridos.

Desvendar os mistérios do Criador para aqueles que Nele acreditam ou simplesmente entender a Natureza, eis a nossa busca, quem sabe nosso martí-rio, quem sabe nossa redenção. Sigamos então pela estrada do conhecimento na tentativa de contribuir ou tornar mais claro pequenos pontos do nosso misterioso Universo.

Nossa jornada começa em 1915. O surgimento da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein nos traz um novo entendimento do que é o espaço e o tempo e os transforma em um espaço-tempo.

Essa entidade na qual repousamos, adquire dinâmica, movimento, e então as fronteiras do nosso entendimento sobre o mundo se largam. Todo o Universo surge novo e das próprias equações que descrevem essa dinâmica surgem mundos até então impensados, no máximo sonhados. E o Universo começa a não ser mais algo estático, eterno, e passa a se movimentar completamente fora do nosso limitado controle. Então surgem novos e muitos Universos. Universos vazios e parados, Universos cheios, de matéria e luz, a girar, Universos que se expandem e tem começo, meio e fim. E neste ponto até parece que nos aproximamos do Criador mostrando que o Universo pode ter tido um início, um Grande Início; afinal não estamos brincando de criar também.

E desses Universos, talvez aqueles, que mais nos causaram espanto a princípio por descreverem algo novo, foram os que hoje conhecemos pelo nome de buracos negros.

O objetivo deste trabalho é trilhar duramente a jornada que no conduz ao entendimento desses objetos estranhos, os buracos negros, que surgiram com a Relatividade Geral em (3+1)31(3+1) dimensões e aparecem até hoje como desenvolvimentos dos mais intrigantes e motivantes em teorias mais recentes tais como a Teoria de Cordas e o Mundo Brana com suas várias dimensões extras.

Na verdade, a idéia de um objeto com um campo gravitacional tão forte que fosse capaz de impedir até a luz de escapar é uma idéia antiga, anterior à Relatividade Geral, que foi estudada por Michel [38] e Laplace [39]. A princípio esse objeto recebeu o nome de estrela escura pois se tratava de uma estrela que não emitia luz nenhuma. Foi Wheeler, em 1968, quem batizou tais objetos como buracos negros.

A primeira solução exata (esfericamente simétrica) das equações de Einstein foi obtida por Schwarzschild em 1916. Além de possuir uma singularidade física em r=0𝑟0r=0, essa solução possuía uma outra singularidade em r=2M𝑟2𝑀r=2M devido ao sistema de coordenadas adotado. A partir deste momento muitas outras soluções das equações de Einstein foram obtidas por inúmeros pesquisadores.

Entres elas destacamos a solução obtida por Snyder e Oppenheimer em 1939, que mostra que um buraco negro é obtido como resultado do colapso gravitacional de uma estrela massiva, a solução de Reisner (1916) e Nordstrom (1918) para um buraco negro com carga elétrica, a solução de Kerr em 1963, para um buraco negro em rotação.

Ao longo desses desenvolvimentos uma importante questão surgiu, a respeito dos buracos negros. Seriam eles objetos estáveis quando submetidos a alguma perturbação?

O estudo da estabilidade de buracos negros surgiu com Regge e Wheeler em 1957. Eles submeteram o buraco negro de Schwarzschild a uma perturbação linear na métrica e verificaram que ele era estável. Estudos com outros tipos de perturbações tais como perturbações escalares, eletromagnéticas e de spin 1/2121/2 também foram realizados para o buraco negro de Schwarzschild, confirmando sua estabilidade. Depois desses trabalhos muitos outros foram realizados, complementando e extendendo os resultados obtidos para outros buracos negros.

Nos anos 60 os primeiros indícios da possibilidade de detecção de buracos negros surgiram no cenário astrofísico. O estudo de acreção de matéria e sistemas binários onde um dos constituintes era um buraco negro mostrou que tais sistemas seriam poderosas fontes de raio-X. Medidas realizadas posteriormente mostraram alguns possíveis candidatos a buracos negros.

Mais recentemente com a descoberta de que buracos negros emitem ondas gravitacionais surgiu a possibilidade das primeiras medidas através de antenas gravitacionais, de propriedades de tais objetos. Essa descoberta motivou uma corrida entre equipes de pesquisadores pela primeira medição de uma onda gravitacional.

Além do interesse por tais medidas, cresceu também o interesse no estudo de modelos capazes de descrever o comportamento das ondas gravitacionais emitidas por buracos negros.

Neste contexto é que surge o conceito de freqüências quasi-normais de objetos massivos introduzido por Press [40] em um trabalho de 1971. Resultado de perturbações no exterior de um buraco negro, as freqüências quasi-normais são freqüências complexas de oscilação do espaço-tempo no exterior do buraco negro. Essas perturbações se propagam na forma de ondas e tem duração limitada no tempo pois são atenuadas exponencialmente.

A característica interessante desses modos quasi-normais de oscilação é que eles independem do tipo de perturbação inicial dependendo apenas dos parâmetros do buraco negro.

Portanto a análise dos modos quasi-normais de buracos negros ganha acentuada importância uma vez que através dela podemos dizer se a onda gravitacional que medimos é provinda de um buraco negro em rotação ou um buraco negro estático, por exemplo.

Outro grande desenvolvimento na física de buracos negros surgiu com o trabalho de Hawking [15] sobre a propagação de campos quânticos no exterior de um buraco negro estacionário. Ele mostrou que um buraco negro estacionário irradiava para o infinito todas as espécies de partículas com um espectro de corpo negro perfeito, à uma temperatura TH=κ/2πsubscript𝑇𝐻𝜅2𝜋T_{H}=\kappa/2\pi.

Esse trabalho de certo modo, pôs fim a um empasse que existia, a respeito da analogia entre a física de buracos negros e a termodinâmica ordinária.

Esta analogia foi desenvolvida sistematicamente por Bardeen, Hawking e Carter [14] além de Bekenstein [23, 13] que propôs uma Segunda Lei da Termodinâmica Generalizada. Todas essas inovações impulsionaram o estudo de buracos negros em um contexto quântico.

Com o advento da Teoria de Cordas, o interesse por buracos negros se renovou e abriu novas oportunidades, devido a possibilidade da existência de dimensões espaciais extras. Iniciou-se então o estudo de soluções do tipo buraco negro em cenários com dimensões mais altas. Diversos cenários surgiram como alternativas de como poderíamos enxergar o nosso Universo, entre eles os mais conhecidos são os Modelos Randall-Sundrum (RS) [16, 17] e o Modelo ADD [18].

Os Modelos de Mundo Brana continuam gerando grandes contribuições no entendimento da física em altas dimensões. Avanços no contexto de Mundo Brana tem sido feitos, tais como os realizados por Hawking [41] que obteve uma solução tipo corda negra , Maartens [11] que obteve uma solução que descreve uma estrela de densidade uniforme sobre a brana, Visser [42] com uma solução que descreve planetas sólidos sobre a brana, Casadio [2, 1] com uma solução tipo “cigarro negro”e soluções tipo buracos negros e buracos de minhoca e Bronnikov [5, 10] com uma classe geral de buracos negros e buracos de minhoca. Algumas dessas soluções apresentaram regimes instáveis quando submetidas a perturbações [43], outras ainda não foram estudadas até agora, o que nos motiva ao estudo da estabilidade dessas soluções.

Interessante notar que grande parte dos formalismos desenvolvidos no contexto da Relatividade Geral funcionam sem grandes alterações no contexto de dimensões mais altas.

Por exemplo, os modos quasi-normais, tem se mostrado uma ferramenta eficaz no entendimento dos Mundos Brana. Em um trabalho recente Maartens [19] propõem a utilização de modos quasi-normais como uma ferramenta na detecção de dimensões extras. Abdalla et al [44] utilizaram técnicas númericas desenvolvidas no contexto de Relatividade Geral para o cálculo de modos quasi-normais de buracos negros em branas. Neste trabalho também foi analisada a estabilidade desses buracos negros e o limite superior da entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} de um corpo absorvido por um buraco negro localizado sobre a brana.

Inspirados nesta abordagem de adaptarmos um formalismo sólido vindo da Relatividade Geral ao Mundo Brana desenvolvemos esta dissertação.

Este trabalho se divide em duas grandes áreas: buracos negros no contexto da Relatividade Geral e buracos negros no contexto de Mundo Brana. Os primeiros 5 capítulos tratam dos desenvolvimentos realizados no estudo de buracos negros em Relatividade Geral. Os capítulos finais tratam do estudo de buracos negros no Mundo Brana.

No capítulo 2 apresentaremos um resumo sobre buracos negros em (3+1) dimensões. No capítulo 3 estudaremos o formalismo aplicado no estudo de perturbações de buracos negros esfericamente simétricos. No capítulo 4 estudaremos os critérios de estabilidade e os modos quasi-normais de oscilação de um buraco negro esfericamente simétrico. No capítulo 5 estudaremos as propriedades termodinâmicas de buracos negros esfericamente simétricos. No capítulo 6 apresentaremos uma introdução ao Mundo Brana e o desenvolvimento do estudo de buracos negros neste contexto. No capítulo 7 adaptamos o formalismo desenvolvido nos capítulos 3, 4 e 5, para buracos negros localizados sobre uma brana. No capítulo 8 são apresentados os resultados obtidos no trabalho assim como o método numérico utilizado para a solução das equações obtidas. No capítulo 9 apresentamos as conclusões do trabalho desenvolvido nesta dissertação. Nos Apêndices se encontram as notações adotadas neste trabalho e algumas demonstrações de interesse.

Capítulo 2 Buracos Negros em 3+1 dimensões

Aqui começa nossa jornada.

A compreensão de que espaço e tempo é uma estrutura coesa, dinâmica e intrincada é uma conquista da Relatividade Geral. No contexto da Relatividade Geral, espaço e tempo são tratados em pé de igualdade formando uma única entidade chamada espaço-tempo.

Para representarmos um evento no espaço-tempo, como por exemplo um raio que cai em um determinado ponto de São Paulo, utilizamos quatro coordenadas, (x,y,z,t)𝑥𝑦𝑧𝑡(x,y,z,t). Aqui o tempo não é mais tratado como absoluto e a cada evento associamos um tempo.

Portanto dois eventos A e B devem ser representados no espaço-tempo por (xa,ya,za,ta)subscript𝑥𝑎subscript𝑦𝑎subscript𝑧𝑎subscript𝑡𝑎(x_{a},y_{a},z_{a},t_{a}) e (xb,yb,zb,tb)subscript𝑥𝑏subscript𝑦𝑏subscript𝑧𝑏subscript𝑡𝑏(x_{b},y_{b},z_{b},t_{b}) respectivamente.

Assim para medirmos o intervalo ds𝑑𝑠ds entre os eventos A e B usamos o conceito do tensor métrico gijsubscript𝑔𝑖𝑗g_{ij} que nos diz como esses dois eventos devem ser relacionados.

O intervalo ds𝑑𝑠ds é dado por

ds2=gijdxidxj.𝑑superscript𝑠2subscript𝑔𝑖𝑗𝑑superscript𝑥𝑖𝑑superscript𝑥𝑗\displaystyle ds^{2}=g_{ij}dx^{i}dx^{j}\ . (2.1)

Outro aspecto que surge da Relatividade é que o espaço-tempo possui uma dinâmica própria.

Como sabemos, as equações que governam a dinâmica do espaço-tempo são as conhecidas equações de campo de Einstein. Entre muitos outros aspectos elucidativos, as equações de Einstein contêm em si a informação de como campos de matéria afetam a geometria em que estão contidos. Aliás a compreensão de que a gravidade nada mais é do que o efeito da deformação do espaço-tempo por um corpo é fruto destas equações.

As equações de campo de Einstein escrita na forma covariante são [33]

Rij12gijR=8πTij.subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑔𝑖𝑗𝑅8𝜋subscript𝑇𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}g_{ij}R=-8\pi\ T_{ij}\ . (2.2)

O termo do lado esquerdo da equação (2.2) representa a parte relacionada com a geometria do espaço-tempo onde identificamos o tensor de Ricci Rijsubscript𝑅𝑖𝑗R_{ij} e o escalar de curvatura R𝑅R.

O termo da direita representa o conteúdo material presente no espaço-tempo. Esse conteúdo é representado pelo tensor momento-energia Tijsubscript𝑇𝑖𝑗T_{ij}. É o tensor momento-energia que nos dirá como o espaço-tempo será deformado. Toda vez que introduzimos algum conteúdo no espaço-tempo devemos especificar seu tensor momento-energia.

Tomemos um caso bem geral onde introduziremos um campo eletromagnético livre de fonte que é governado pelas equações de Maxwell e cujo tensor momento-energia é dado por FijMax=14π(gabFiaFjb+14gijFabFab)superscriptsubscript𝐹𝑖𝑗𝑀𝑎𝑥14𝜋superscript𝑔𝑎𝑏subscript𝐹𝑖𝑎subscript𝐹𝑗𝑏14subscript𝑔𝑖𝑗subscript𝐹𝑎𝑏superscript𝐹𝑎𝑏F_{ij}^{Max}=\frac{1}{4\pi}\left(-g^{ab}F_{ia}F_{jb}+\frac{1}{4}g_{ij}F_{ab}F^{ab}\right), um fluído de matéria que possui características de um fluído perfeito com Tijmat=pgij+(p+ρ)uiujsubscriptsuperscript𝑇𝑚𝑎𝑡𝑖𝑗𝑝subscript𝑔𝑖𝑗𝑝𝜌subscript𝑢𝑖subscript𝑢𝑗T^{\ mat}_{ij}=pg_{ij}+(p+\rho)u_{i}u_{j} onde p𝑝p e ρ𝜌\rho são a pressão e a densidade e uisubscript𝑢𝑖u_{i} é a quadri-velocidade das partículas que compõem o fluído e por fim um termo chamado constante cosmológica λ𝜆\lambda.

Nesta situação as equações de campo de Einstein serão

Rij12gijRλgij=8π(Tijmat+FijMax).subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑔𝑖𝑗𝑅𝜆subscript𝑔𝑖𝑗8𝜋superscriptsubscript𝑇𝑖𝑗𝑚𝑎𝑡superscriptsubscript𝐹𝑖𝑗𝑀𝑎𝑥\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}g_{ij}R-\lambda g_{ij}=-8\pi\ (T_{ij}^{\ mat}+F_{ij}^{Max})\ . (2.3)

Ao resolvermos esse conjunto de equações obteremos equações que descrevem como esses campos deformam o espaço-tempo.
Podemos calcular ainda, as equações de Einstein para o vácuo. Neste caso o termo à direita da equação (2.2) é nulo e a equação resultante será

Rij12gijR=0.subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑔𝑖𝑗𝑅0\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}g_{ij}R=0\ . (2.4)

Quando nos propomos a estudar uma estrela, por exemplo, devemos resolver as equações de Einstein para dois regimes diferentes, que correspondem ao interior da estrela, o qual possui matéria e portanto Tij0subscript𝑇𝑖𝑗0T_{ij}\neq 0, e o exterior da estrela que corresponde ao vácuo. A solução obtida para o interior da estrela deve ser então “colada”à solução obtida para o vácuo para que o conjunto tenha sentido físico e possa descrever adequadamente uma estrela.

Podemos então nos fazer uma pergunta. Qual é o significado de calcularmos as equações de Einstein para o vácuo, sem entretanto possuir uma “fonte de matéria”?

Como resposta ao significado físico desta operação, foram obtidos dentre outros objetos com diversas simetrias, os objetos mais estranhos e exóticos da Relatividade Geral: buracos negros e buracos de minhoca.

De um modo bem simplório podemos dizer que um buraco negro é o resultado do colapso de uma estrela massiva quando seu combustível nuclear se estingue e a pressão interna se torna incapaz de sustentar a atração gravitacional fazendo a estrela implodir. Quando a estrela implode ela gera um ponto de densidade infinita, uma singularidade. Um observador localizado a grande distância pode observar a implosão da estrela até que o raio da estrela seja igual a duas vezes sua massa. Neste ponto o desvio para o vermelho da luz emitida pela estrela é infinito e a estrela “some”para um observador distante. Após esse ponto a estrela continua a colapsar até que seu raio seja zero.

O objeto remanescente do colapso gravitacional da estrela é conhecido como buraco negro, ou seja, é um objeto com um campo gravitacional tão intenso que nem mesmo a luz é capaz de escapar. De fato, nem sempre o colapso gravitacional de uma estrela resulta em um buraco negro. Se a estrela possui uma massa M1.2Mless-than-or-similar-to𝑀12subscript𝑀direct-productM\lesssim 1.2M_{\odot} o colapso da estrela resulta em uma estrela do tipo anã branca. Esse limite é conhecido como limite de Chandrasekhar. Se a estrela possui uma massa M0.7Mless-than-or-similar-to𝑀07subscript𝑀direct-productM\lesssim 0.7M_{\odot} o colapso da estrela resulta em uma estrela de nêutrons. Esse limite para a massa da estrela é conhecido como limite de Oppenheimer-Volkoff. Pode acontecer ainda que a massa da estrela seja grande o suficiente para que o seu colapso resulte em uma supernova, ou seja, uma explosão que expulsa o excesso de matéria e tem por resultado ou uma estrela de nêutrons ou uma anã branca.

Um buraco de minhoca pode ser descrito como um atalho através do espaço-tempo. Eles podem ser dividos em buracos de minhoca inter-universo que conectam “nosso”universo a um “outro”universo e buracos de minhoca intra-universo que conectam duas regiões distintas de um único universo [28]. Buracos de minhoca não serão abordados neste trabalho.

Como foi dito acima, diversas soluções para a equação (2.4) foram obtidas para algumas simetrias tais como simetria esférica, cilíndrica e cônica. Neste trabalho nos restringiremos apenas a espaços-tempos com simetria esférica arbitrária.

Adotemos um espaço-tempo que preserve a simetria esférica podendo conter matéria e campos físicos no seu interior.

É sabido que existe um sistema de coordenadas (x0,x1,θ,ϕ)superscript𝑥0superscript𝑥1𝜃italic-ϕ(x^{0},x^{1},\theta,\phi) em um espaço-tempo esfericamente simétrico tal que a métrica dele tenha a forma

ds2𝑑superscript𝑠2\displaystyle ds^{2} =\displaystyle= g00(x0,x1)(dx0)2+2g01(x0,x1)dx1dx0+subscript𝑔00superscript𝑥0superscript𝑥1superscript𝑑superscript𝑥02limit-from2subscript𝑔01superscript𝑥0superscript𝑥1𝑑superscript𝑥1𝑑superscript𝑥0\displaystyle g_{00}(x^{0},x^{1})(dx^{0})^{2}+2g_{01}(x^{0},x^{1})dx^{1}dx^{0}+ (2.5)
+\displaystyle+ g11(x0,x1)(dx1)2+g22(x0,x1)(dθ2+senθ2dϕ2).subscript𝑔11superscript𝑥0superscript𝑥1superscript𝑑superscript𝑥12subscript𝑔22superscript𝑥0superscript𝑥1𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2\displaystyle g_{11}(x^{0},x^{1})(dx^{1})^{2}+g_{22}(x^{0},x^{1})(d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2})\ .

Como ainda existe liberdade na escolha das coordenadas, podemos fazer uma transformação de coordenadas para eliminar o termo g01subscript𝑔01g_{01} e torna a métrica diagonal. Fazendo a seguinte transformação de coordenadas

x~0=x~0(x0,x1),x~1=x~1(x0,x1),θ~=θ,ϕ~=ϕ,formulae-sequencesuperscript~𝑥0superscript~𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥1formulae-sequencesuperscript~𝑥1superscript~𝑥1superscript𝑥0superscript𝑥1formulae-sequence~𝜃𝜃~italic-ϕitalic-ϕ\displaystyle\tilde{x}^{0}=\tilde{x}^{0}(x^{0},x^{1})\ ,\qquad\tilde{x}^{1}=\tilde{x}^{1}(x^{0},x^{1})\ ,\qquad\tilde{\theta}=\theta\ ,\qquad\tilde{\phi}=\phi\ , (2.6)

a métrica (2.5) toma a forma diagonal dada por

ds2𝑑superscript𝑠2\displaystyle ds^{2} =\displaystyle= g00(x0,x1)(dx0)2+g11(x0,x1)(dx1)2+subscript𝑔00superscript𝑥0superscript𝑥1superscript𝑑superscript𝑥02limit-fromsubscript𝑔11superscript𝑥0superscript𝑥1superscript𝑑superscript𝑥12\displaystyle g_{00}(x^{0},x^{1})(dx^{0})^{2}+g_{11}(x^{0},x^{1})(dx^{1})^{2}+ (2.7)
+\displaystyle+ g22(x0,x1)(dθ2+senθ2dϕ2).subscript𝑔22superscript𝑥0superscript𝑥1𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2\displaystyle g_{22}(x^{0},x^{1})(d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2})\ .

Podemos então, devido à liberdade de coordenadas remanescente, escolher um novo sistema de coordenadas. Se o gradiente da função g22(x0,x1)subscript𝑔22superscript𝑥0superscript𝑥1g_{22}(x^{0},x^{1}) não se anula em alguma região, esta função pode ser escolhida como uma nova coordenada que chamaremos x1superscript𝑥1x^{1}.

Neste sistema de coordenadas a métrica esfericamente simétrica toma a forma

ds2𝑑superscript𝑠2\displaystyle ds^{2} =\displaystyle= g00(x0,x1)(dx0)2+g11(x0,x1)(dx1)2+subscript𝑔00superscript𝑥0superscript𝑥1superscript𝑑superscript𝑥02limit-fromsubscript𝑔11superscript𝑥0superscript𝑥1superscript𝑑superscript𝑥12\displaystyle g_{00}(x^{0},x^{1})(dx^{0})^{2}+g_{11}(x^{0},x^{1})(dx^{1})^{2}+ (2.8)
+\displaystyle+ (x1)2(dθ2+senθ2dϕ2).superscriptsuperscript𝑥12𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2\displaystyle(x^{1})^{2}(d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2})\ .

Se fixarmos os valores de x0superscript𝑥0x^{0} e x1superscript𝑥1x^{1} a métrica (2.8) será a métrica de uma esfera bidimensional cuja a área da superfície é A=4π(x1)2𝐴4𝜋superscriptsuperscript𝑥12A=4\pi(x^{1})^{2}.

Portanto reescrevendo a equação (2.8) de uma maneira mais agradável teremos

ds2=gtt(t,r)dt2+grr(t,r)dr2+r2(dθ2+senθ2dϕ2),𝑑superscript𝑠2subscript𝑔𝑡𝑡𝑡𝑟𝑑superscript𝑡2subscript𝑔𝑟𝑟𝑡𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2\displaystyle ds^{2}=g_{tt}(t,r)dt^{2}+g_{rr}(t,r)dr^{2}+r^{2}(d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2})\ , (2.9)

onde as componentes gttsubscript𝑔𝑡𝑡g_{tt} e grrsubscript𝑔𝑟𝑟g_{rr} são funções arbitrárias dependentes das coordenadas r𝑟r e t𝑡t.

Isso posto, passemos ao estudo de soluções da equação de Einstein quando adotamos simetria esférica.

Buraco Negro de Schwarzschild

Uma das soluções das equações de Einstein mais famosas foi obtida em 1916 por Schwarzschild. Essa solução das equações de Einstein para o vácuo descreve um espaço-tempo esfericamente simétrico, estático e assintoticamente plano. Diversos autores demonstraram a solução de Schwarzschild de muitas maneiras diferentes.

Nesta demonstração seguiremos de perto o método adotado por Weinberg [33]. As equações de campo de Einstein para o vácuo são dadas por

Rij12gijR=0.subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑔𝑖𝑗𝑅0\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}g_{ij}R=0\ . (2.10)

O valor do escalar de curvatura, R𝑅R, para esse caso, é obtido através de uma contração da equação (2.10) com a métrica gijsuperscript𝑔𝑖𝑗g^{ij}

gijRij12gijgijR=0,superscript𝑔𝑖𝑗subscript𝑅𝑖𝑗12superscript𝑔𝑖𝑗subscript𝑔𝑖𝑗𝑅0\displaystyle g^{ij}R_{ij}-\frac{1}{2}g^{ij}g_{ij}R=0\ ,
R2R=0,𝑅2𝑅0\displaystyle R-2R=0\ ,
R=0.𝑅0\displaystyle R=0\ . (2.11)

Portanto devido ao fato do escalar de curvatura R𝑅R ser nulo a equação (2.10) pode ser reescrita como

Rij=0.subscript𝑅𝑖𝑗0\displaystyle R_{ij}=0\ . (2.12)

Se impusermos que a solução da equação (2.12) possua simetria esférica e seja estática podemos utilizar a métrica (2.9) como Ansatz para simplificar as contas.

A métrica então será

ds2=A(r)dt2+B(r)dr2+r2(dθ2+senθ2dϕ2).𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2\displaystyle ds^{2}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}(d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2})\ . (2.13)

Para a métrica (2.13) as componentes não-nulas do tensor de Ricci Rijsubscript𝑅𝑖𝑗R_{ij} serão

Rrrsubscript𝑅𝑟𝑟\displaystyle R_{rr} =\displaystyle= A′′(r)2A(r)14(A(r)A(r))(B(r)B(r)+A(r)A(r))1rB(r)B(r),superscript𝐴′′𝑟2𝐴𝑟14superscript𝐴𝑟𝐴𝑟superscript𝐵𝑟𝐵𝑟superscript𝐴𝑟𝐴𝑟1𝑟superscript𝐵𝑟𝐵𝑟\displaystyle\frac{A^{\prime\prime}(r)}{2A(r)}-\frac{1}{4}\left(\frac{A^{\prime}(r)}{A(r)}\right)\left(\frac{B^{\prime}(r)}{B(r)}+\frac{A^{\prime}(r)}{A(r)}\right)-\frac{1}{r}\frac{B^{\prime}(r)}{B(r)}\ ,
Rθθsubscript𝑅𝜃𝜃\displaystyle R_{\theta\theta} =\displaystyle= 1+r2B(r)(B(r)B(r)+A(r)A(r))+1B(r),1𝑟2𝐵𝑟superscript𝐵𝑟𝐵𝑟superscript𝐴𝑟𝐴𝑟1𝐵𝑟\displaystyle-1+\frac{r}{2B(r)}\left(-\frac{B^{\prime}(r)}{B(r)}+\frac{A^{\prime}(r)}{A(r)}\right)+\frac{1}{B(r)}\ ,
Rϕϕsubscript𝑅italic-ϕitalic-ϕ\displaystyle R_{\phi\phi} =\displaystyle= sen2θRθθ,𝑠𝑒superscript𝑛2𝜃subscript𝑅𝜃𝜃\displaystyle sen^{2}\theta\ R_{\theta\theta}\ ,
Rttsubscript𝑅𝑡𝑡\displaystyle R_{tt} =\displaystyle= A′′(r)2B(r)+14(A(r)B(r))(B(r)B(r)+A(r)A(r))1rA(r)B(r),superscript𝐴′′𝑟2𝐵𝑟14superscript𝐴𝑟𝐵𝑟superscript𝐵𝑟𝐵𝑟superscript𝐴𝑟𝐴𝑟1𝑟superscript𝐴𝑟𝐵𝑟\displaystyle-\frac{A^{\prime\prime}(r)}{2B(r)}+\frac{1}{4}\left(\frac{A^{\prime}(r)}{B(r)}\right)\left(\frac{B^{\prime}(r)}{B(r)}+\frac{A^{\prime}(r)}{A(r)}\right)-\frac{1}{r}\frac{A^{\prime}(r)}{B(r)}\ ,

onde ()(\ ^{\prime}\ ) corresponde a uma diferenciação com respeito a r𝑟r.

As equações que irão nos interessar serão Rrr=0subscript𝑅𝑟𝑟0R_{rr}=0, Rtt=0subscript𝑅𝑡𝑡0R_{tt}=0 e Rθθ=0subscript𝑅𝜃𝜃0R_{\theta\theta}=0. Podemos ver que

RrrB+RttA=1rA(BB+AA).subscript𝑅𝑟𝑟𝐵subscript𝑅𝑡𝑡𝐴1𝑟𝐴superscript𝐵𝐵superscript𝐴𝐴\displaystyle\frac{R_{rr}}{B}+\frac{R_{tt}}{A}=-\frac{1}{rA}\left(\frac{B^{\prime}}{B}+\frac{A^{\prime}}{A}\right)\ . (2.15)

Como as componentes Rrrsubscript𝑅𝑟𝑟R_{rr} e Rttsubscript𝑅𝑡𝑡R_{tt} devem ser nulas devido à equação (2.12) temos que

BBsuperscript𝐵𝐵\displaystyle\frac{B^{\prime}}{B} =\displaystyle= AA,superscript𝐴𝐴\displaystyle-\frac{A^{\prime}}{A}\ ,
ddrlnB𝑑𝑑𝑟𝐵\displaystyle\frac{d}{dr}\ln\ B =\displaystyle= ddrlnA,𝑑𝑑𝑟𝐴\displaystyle-\frac{d}{dr}\ln\ A\ ,
A(r)B(r)𝐴𝑟𝐵𝑟\displaystyle A(r)\ B(r) =\displaystyle= C1.subscript𝐶1\displaystyle\ C_{1}\ . (2.16)

A constante C1subscript𝐶1C_{1} será fixada pelo comportamento assintótico das funções A(r)𝐴𝑟A(r) e B(r)𝐵𝑟B(r). Como queremos recuperar o espaço-tempo de Minkowski longe do buraco negro de modo que a Relatividade Restrita seja válida, podemos supor a seguinte condição de contorno

limrA(r)=limrB(r)=1.subscript𝑟𝐴𝑟subscript𝑟𝐵𝑟1\displaystyle\lim_{r\rightarrow\infty}\ A(r)=\lim_{r\rightarrow\infty}\ B(r)=1\ . (2.17)

Desta forma teremos

B(r)=1A(r).𝐵𝑟1𝐴𝑟\displaystyle B(r)=\frac{1}{A(r)}\ . (2.18)

Ainda precisamos fazer com que Rθθsubscript𝑅𝜃𝜃R_{\theta\theta} e Rrrsubscript𝑅𝑟𝑟R_{rr} sejam nulos para termos nossa solução completa. Se usarmos a equação (2.18) nas equações (2) teremos

Rθθ=1+A(r)r+A(r),subscript𝑅𝜃𝜃1superscript𝐴𝑟𝑟𝐴𝑟\displaystyle R_{\theta\theta}=-1+A^{\prime}(r)r+A(r)\ ,
Rrr=A′′(r)2A(r)+A(r)rA(r)=Rθθ(r)2rA(r).subscript𝑅𝑟𝑟superscript𝐴′′𝑟2𝐴𝑟superscript𝐴𝑟𝑟𝐴𝑟subscriptsuperscript𝑅𝜃𝜃𝑟2𝑟𝐴𝑟\displaystyle R_{rr}=\frac{A^{\prime\prime}(r)}{2A(r)}+\frac{A^{\prime}(r)}{rA(r)}=\frac{R^{\prime}_{\theta\theta}(r)}{2rA(r)}\ . (2.19)

De modo que se tivermos Rθθ=0subscript𝑅𝜃𝜃0R_{\theta\theta}=0 a componente Rrrsubscript𝑅𝑟𝑟R_{rr} será nula.

Portanto

1+A(r)r+A(r)=0,1superscript𝐴𝑟𝑟𝐴𝑟0\displaystyle-1+A^{\prime}(r)r+A(r)=0\ ,
ddr(rA(r))=1.𝑑𝑑𝑟𝑟𝐴𝑟1\displaystyle\frac{d}{dr}\left(r\ A(r)\right)=1\ . (2.20)

Integrando a equação (2) teremos como solução

rA(r)=r+C2,𝑟𝐴𝑟𝑟subscript𝐶2\displaystyle r\ A(r)=r+C_{2},
A(r)=(1+C2r).𝐴𝑟1subscript𝐶2𝑟\displaystyle A(r)=\left(1+\frac{C_{2}}{r}\right)\ . (2.21)

A constante C2subscript𝐶2C_{2} é fixada utilizando o fato de que a grandes distâncias da massa central M𝑀M, a componente gtt=A(r)subscript𝑔𝑡𝑡𝐴𝑟g_{tt}=-A(r) deve se aproximar de (1+2ϕ)12italic-ϕ-(1+2\phi) onde ϕ=M/ritalic-ϕ𝑀𝑟\phi=-M/r. Essa aproximação é conhecida aproximação de campo fraco, ou seja, um observador que está longe do buraco negro, enxerga-o como se fosse um corpo de massa M𝑀M.

Desta forma nossa solução final será

A(r)=(12Mr),𝐴𝑟12𝑀𝑟\displaystyle A(r)=\left(1-\frac{2M}{r}\right)\ , (2.22)
B(r)=1(12Mr).𝐵𝑟112𝑀𝑟\displaystyle B(r)=\frac{1}{\left(1-\frac{2M}{r}\right)}\ . (2.23)

Assim temos como resultado a métrica de Schwarzschild dada por

ds2=(12Mr)dt2+1(12Mr)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟𝑑superscript𝑡2112𝑀𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}\right)dt^{2}+\frac{1}{\left(1-\frac{2M}{r}\right)}dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ . (2.24)

Se realizarmos uma investigação na métrica (2.24) veremos que existe dois valores de r𝑟r para o qual ao menos uma das componentes da métrica diverge. Esses valores são r=0,2M𝑟0.2𝑀r=0,2M. Entretanto podemos realizar uma investigação um pouco mais precisa para saber se esses dois pontos são realmente singularidades físicas. Pode ser que esses pontos singulares sejam apenas resultado do sistema de coordenadas adotado. Portanto precisamos avaliar quantidades escalares as quais são invariantes por transformação de coordenadas. Se algum desses escalares for infinito sobre algum ponto então podemos dizer que aquele ponto é uma singularidade física. Se eles forem finitos então é possível remover a singularidade por um transformação de coordedanadas.

Os escalares mais relevantes são: o escalar de Ricci ou de curvatura, o escalar dado pelo quadrado do tensor de Ricci e o escalar dado pelo quadrado do tensor de Riemann.

Para o caso do buraco negro de Schwarzschild teremos

R𝑅\displaystyle R =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ , (2.25)
RijRijsubscript𝑅𝑖𝑗superscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}R^{ij} =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ , (2.26)
RijklRijklsubscript𝑅𝑖𝑗𝑘𝑙superscript𝑅𝑖𝑗𝑘𝑙\displaystyle R_{ijkl}R^{ijkl} =\displaystyle= 48M2r6.48superscript𝑀2superscript𝑟6\displaystyle\frac{48M^{2}}{r^{6}}\ . (2.27)

Como podemos ver, para r=2M𝑟2𝑀r=2M os escalares possuem valores finitos o que nos diz que ele não é um ponto singular. A única singularidade física na métrica de Schwarzschild se encontra em r=0𝑟0r=0.

Já que r=2M𝑟2𝑀r=2M não é uma singularidade, de que modo podemos mudar nosso sistema de coordenadas para que possamos remover essa singularidade aparente?

Um sistema de coordenadas que resolve esse problema foi obtido por Eddington (1924) e Finkelstein (1958).

Primeiramente precisamos saber qual é o comportamento de geodésicas nulas radiais no caso de Schwarzschild. Usando o formalismo do princípio variacional [32], teremos a seguinte equação

dtdr=±rr2M.𝑑𝑡𝑑𝑟plus-or-minus𝑟𝑟2𝑀\displaystyle\frac{dt}{dr}=\pm\frac{r}{r-2M}\ . (2.28)

Se adotarmos o sinal positivo e integrarmos a equação (2.28) teremos

t=r+2Mln|r2M|+constante.𝑡𝑟2𝑀𝑙𝑛𝑟2𝑀𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒\displaystyle t=r+2M\ ln|r-2M|+constante. (2.29)

Analisando essa solução vemos que para a região onde r>2M𝑟2𝑀r>2M, a equação (2.28) é positiva. Desta forma r𝑟r cresce com o aumento de t𝑡t. Por esse motivo as curvas dadas pela equação (2.29) são congruências de geodésicas radiais nulas tipo outgoing, ou seja, elas iniciam perto de r=2M𝑟2𝑀r=2M e se dirigem para um r𝑟r maior.

De forma análoga se tomarmos o sinal negativo na equação (2.28) sua solução será

t=(r+2Mln|r2M|+constante).𝑡𝑟2𝑀𝑙𝑛𝑟2𝑀𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒\displaystyle t=-(r+2M\ ln|r-2M|+constante). (2.30)

Neste caso r𝑟r decresce com t𝑡t. Portanto as curvas dadas pela equação (2.30) são congruências de geodésicas radiais nulas tipo ingoing, ou seja, elas iniciam em um r𝑟r grande e se dirigem para um valor de r𝑟r menor.

Isto posto, a idéia de Eddington e Finkelstein consistia em definir uma nova coordenada temporal no qual geodésicas radiais nulas do tipo ingoing se tornassem linhas retas. Observando a equação (2.30) vemos que a melhor escolha para nossos propósitos é fazer

t¯=t+2Mln(r2M),¯𝑡𝑡2𝑀𝑙𝑛𝑟2𝑀\displaystyle\bar{t}=t+2M\ ln(r-2M)\ , (2.31)

pois para o intervalo r(2M,)𝑟2𝑀r\in(2M,\infty) no novo sistema de coordenadas (t¯,r,θ,ϕ)¯𝑡𝑟𝜃italic-ϕ(\bar{t},r,\theta,\phi) nossa nova coordenada temporal será

t¯=r+constante,¯𝑡𝑟𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒\displaystyle\bar{t}=-r+constante\ , (2.32)

a qual forma uma linha reta que faz 45osuperscript45𝑜-45^{o} com o eixo r𝑟r.

Diferenciando a equação (2.31) e susbtituindo na métrica (2.24) teremos a métrica de Schwarzschild em termos das coordenadas de Eddington-Finkelstein

ds2=(12Mr)dt¯2+4Mrdt¯dr+(12Mr)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟𝑑superscript¯𝑡24𝑀𝑟𝑑¯𝑡𝑑𝑟12𝑀𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}\right)d\bar{t}^{2}+\frac{4M}{r}d\bar{t}dr+\left(1-\frac{2M}{r}\right)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ . (2.33)

Neste sistema de coordenada o ponto r=2M𝑟2𝑀r=2M é regular. De fato essa transformação extende o intervalo em que a métrica é regular mapeando o intervalo 0<r<0𝑟0<r<\infty.

Podemos reescrever a métrica (2.33) de uma outra forma se introduzirmos uma coordenada nula

v=t¯+r,𝑣¯𝑡𝑟\displaystyle v=\bar{t}+r\ , (2.34)

o que resulta então, na métrica em coordenadas avançadas de Eddington-Finkelstein

ds2=(12Mr)dv2+2dvdr+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟𝑑superscript𝑣22𝑑𝑣𝑑𝑟superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}\right)dv^{2}+2dvdr+r^{2}d\Omega^{2}. (2.35)

A superfície formada por r=2M𝑟2𝑀r=2M faz o papel de uma membrana que conduz todas as curvas tipo luz e tipo tempo de fora para dentro evitando que nada saia para fora desse limite. Por isso esse ponto é conhecido como horizonte de eventos.

Podemos obter uma outra solução se introduzirmos uma nova coordenada temporal

t=t2Mln(r2M),superscript𝑡𝑡2𝑀𝑙𝑛𝑟2𝑀\displaystyle t^{*}=t-2M\ ln(r-2M)\ , (2.36)

o qual torna as geodésicas nulas radiais do tipo outgoing linhas retas. Através dela podemos escrever a coordenada nula u𝑢u com parâmetro de tempo retardado

u=tr,𝑢superscript𝑡𝑟\displaystyle u=t^{*}-r\ , (2.37)

e escrever a métrica (2.24) em coordenadas retardadas de Eddington-Finkelstein como

ds2=(12Mr)du22dudr+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟𝑑superscript𝑢22𝑑𝑢𝑑𝑟superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}\right)du^{2}-2dudr+r^{2}d\Omega^{2}\ . (2.38)


Buraco Negro de Reissner-Nordstrom

Uma outra solução esfericamente simétrica para as equações de Einstein na presença de carga elétrica é a solução de Reissner-Nordstrom. Sendo solução das equações de Einstein-Maxwell ela descreve um espaço-tempo esfericamente simétrico, estático, assintoticamente plano e com um campo elétrico radial.

Como neste problema temos um campo eletromagnético inserido no espaço-tempo o tensor momento-energia Tijsubscript𝑇𝑖𝑗T_{ij} é não-nulo. A métrica obtida como solução também deve ser solução das equações de Maxwell.

Assim as equações de Einstein-Maxwell serão

Rij12gijR=8πTij,subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑔𝑖𝑗𝑅8𝜋subscript𝑇𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}g_{ij}R=-8\pi\ T_{ij}\ , (2.39)

onde [32]

Tij=14π(gabFiaFjb+14gijFabFab).subscript𝑇𝑖𝑗14𝜋superscript𝑔𝑎𝑏subscript𝐹𝑖𝑎subscript𝐹𝑗𝑏14subscript𝑔𝑖𝑗subscript𝐹𝑎𝑏superscript𝐹𝑎𝑏\displaystyle T_{ij}=\frac{1}{4\pi}\left(-g^{ab}F_{ia}F_{jb}+\frac{1}{4}g_{ij}F_{ab}F^{ab}\right)\ . (2.40)

Como solução das equações (2.39) teremos a métrica de Reissner-Nordstrom que é dada por

ds2=(12Mr+Q2r2)dt2+1(12Mr+Q2r2)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟superscript𝑄2superscript𝑟2𝑑superscript𝑡2112𝑀𝑟superscript𝑄2superscript𝑟2𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}+\frac{Q^{2}}{r^{2}}\right)dt^{2}+\frac{1}{\left(1-\frac{2M}{r}+\frac{Q^{2}}{r^{2}}\right)}dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ . (2.41)

Para discussões adicionais e desenvolvimentos recentes, a respeito do estudo de buracos negros em (3+1)31(3+1) dimensões, ver [48].

Capítulo 3 Perturbações Gerais em Buracos Negros (3+1) dimensionais

E como em toda jornada cruzamos estradas perigosas e pontes estreitas. Ao nos depararmos com uma ponte pergutamo-nos. O quanto ela é resistente?

Ainda que buracos negros sejam objetos exóticos contendo singuralidades, o estudo da evolução de campos no exterior de tais objetos pode revelar-se surpreendentemente simples e bastante instrutivo.

Quando colocamos algum campo, seja ele um campo escalar ou um campo eletromagnético ou ainda um campo gravitacional, para evoluir no exterior de um buraco negro, o campo perturba o espaço ao seu redor. Essas perturbações ainda que inicialmente pequenas, que será o caso tratado neste trabalho, podem ganhar tal proporção com o passar do tempo que podem ser capazes de tornar o objeto instável e destruí-lo. Portanto uma compreensão da evolução de tais campos pode nos fornecer uma grande quantidade de informações sobre os objetos que serão perturbados.

O formalismo desenvolvido neste capítulo será estendido para o caso de buracos negros localizados sobre branas no capítulo 7. Serão necessárias algumas adaptações para o novo modelo mas em essência o procedimento será o mesmo.

3.1 Perturbações Escalares

Como se sabe, campos escalares não-massivos não descrevem objetos físicos. Entretanto alguns conceitos básicos sobre a teoria de perturbações de buracos negros podem ser obtidos de perturbações escalares. Uma informação interessante que pode ser obtida da perturbação escalar é sobre a estabilidade do buraco negro. Se um buraco negro é instável quando submetido a uma perturbação escalar ele também será instável quando submetido a uma perturbação gravitacional. Como os cálculos da perturbação escalar são mais simples eles podem dar-nos dicas preciosas sem precisarmos de grande sofisticação matemática.

A evolução de campos escalares em um espaço-tempo 4-dimensional é regida pela equação de Klein-Gordon. Para espaços-tempos esfericamente simétricos essa equação pode ser escrita de uma forma mais generalizada devido ao desacoplamento das coordenadas angulares e as coordenadas radial e temporal. A equação de Klein-Gordon para um campo escalar não-massivo ΨΨ\Psi é

Ψ(t,r,θ,ϕ)=0,Ψ𝑡𝑟𝜃italic-ϕ0\Box\Psi(t,r,\theta,\phi)=0\ , (3.1)

que escrita explicitamente é dada por

1gi(ggijj)Ψ=0,1𝑔subscript𝑖𝑔superscript𝑔𝑖𝑗subscript𝑗Ψ0\frac{1}{\sqrt{-g}}\partial_{i}(\sqrt{-g}g^{ij}\partial_{j})\Psi=0\ , (3.2)

onde (i,j=0,,3)formulae-sequence𝑖𝑗0.3(i,j=0,\dots,3) e g=detgij𝑔𝑑𝑒𝑡subscript𝑔𝑖𝑗g=det\ g_{ij} é o determinante da métrica.

Tomemos uma métrica esfericamente simétrica 4-dimensional dada por

ds2=A(r)dt2+B(r)dr2+r2dΩ2,𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2ds^{2}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ , (3.3)

onde as funções A(r)𝐴𝑟A(r) e B(r)𝐵𝑟B(r) são, a princípio, gerais.

Assim para calcularmos a perturbação, em uma métrica esfericamente simétrica, causada por um campo ΨΨ\Psi, precisamos calcular algumas quantidades relevantes à operação.

O determinante da métrica (3.3) será

detgij=A(r)B(r)r4sen2θ,𝑑𝑒𝑡subscript𝑔𝑖𝑗𝐴𝑟𝐵𝑟superscript𝑟4𝑠𝑒superscript𝑛2𝜃det\ g_{ij}=-A(r)B(r)r^{4}sen^{2}\theta\ , (3.4)

e conseqüentemente

g=r2senθA(r)B(r).𝑔superscript𝑟2𝑠𝑒𝑛𝜃𝐴𝑟𝐵𝑟\sqrt{-g}=r^{2}\ sen\theta\ \sqrt{A(r)B(r)}\ . (3.5)

Apresentaremos abaixo as derivadas relevantes e não-nulas para os cálculos:

1gsubscript1𝑔\displaystyle\partial_{1}\sqrt{-g} =\displaystyle= 2rsenθAB(1+r4[1AdAdr+1BdBdr]),2𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃𝐴𝐵1𝑟4delimited-[]1𝐴𝑑𝐴𝑑𝑟1𝐵𝑑𝐵𝑑𝑟\displaystyle 2rsen\theta\ \sqrt{AB}\left(1+\frac{r}{4}\left[\frac{1}{A}\frac{dA}{dr}+\frac{1}{B}\frac{dB}{dr}\right]\right)\ , (3.6)
1g1g1𝑔subscript1𝑔\displaystyle\frac{1}{\sqrt{-g}}\partial_{1}\sqrt{-g} =\displaystyle= 2r(1+r4ddr[ln(AB)]),2𝑟1𝑟4𝑑𝑑𝑟delimited-[]𝑙𝑛𝐴𝐵\displaystyle\frac{2}{r}\left(1+\frac{r}{4}\frac{d}{dr}\left[ln(AB)\right]\right)\ , (3.7)
2gsubscript2𝑔\displaystyle\partial_{2}\sqrt{-g} =\displaystyle= cosθr2AB,𝑐𝑜𝑠𝜃superscript𝑟2𝐴𝐵\displaystyle cos\theta\ r^{2}\sqrt{AB}\ , (3.8)
1g2g1𝑔subscript2𝑔\displaystyle\frac{1}{\sqrt{-g}}\partial_{2}\sqrt{-g} =\displaystyle= cosθsenθ,𝑐𝑜𝑠𝜃𝑠𝑒𝑛𝜃\displaystyle\frac{cos\theta}{sen\theta}\ , (3.9)
2g11subscript2superscript𝑔11\displaystyle\partial_{2}\ g^{11} =\displaystyle= 1B2dBdr.1superscript𝐵2𝑑𝐵𝑑𝑟\displaystyle-\frac{1}{B^{2}}\frac{dB}{dr}\ . (3.10)

Devido às simetrias do problema em questão (esférica, sem rotação) a nossa métrica torna-se dependente apenas das coordenadas r𝑟r e θ𝜃\theta o que reduz a equação (3.2) à seguinte

g0002Ψ+1g(1g)g111Ψ+(1g11)1Ψ+g1112Ψsuperscript𝑔00superscriptsubscript02Ψ1𝑔subscript1𝑔superscript𝑔11subscript1Ψsubscript1superscript𝑔11subscript1Ψsuperscript𝑔11superscriptsubscript12Ψ\displaystyle g^{00}\partial_{0}^{2}\Psi+\frac{1}{\sqrt{g}}\left(\partial_{1}\sqrt{g}\right)g^{11}\partial_{1}\Psi+\left(\partial_{1}g^{11}\right)\partial_{1}\Psi+g^{11}\partial_{1}^{2}\Psi +\displaystyle+
+g2222Ψ+1g(2g)g222Ψ+g3332Ψsuperscript𝑔22superscriptsubscript22Ψ1𝑔subscript2𝑔superscript𝑔22subscript2Ψsuperscript𝑔33superscriptsubscript32Ψ\displaystyle+g^{22}\partial_{2}^{2}\Psi+\frac{1}{\sqrt{g}}\left(\partial_{2}\sqrt{g}\right)g^{22}\partial_{2}\Psi+g^{33}\partial_{3}^{2}\Psi =\displaystyle= 0.0\displaystyle 0\ . (3.11)

Substituindo as derivadas calculadas na equação (3.1) teremos

g002Ψt2superscript𝑔00superscript2Ψsuperscript𝑡2\displaystyle g^{00}\frac{\partial^{2}\Psi}{\partial t^{2}} +\displaystyle+ [2r+12AdAdr12BdBdr]g11Ψr+g112Ψr2+delimited-[]2𝑟12𝐴𝑑𝐴𝑑𝑟12𝐵𝑑𝐵𝑑𝑟superscript𝑔11Ψ𝑟limit-fromsuperscript𝑔11superscript2Ψsuperscript𝑟2\displaystyle\left[\frac{2}{r}+\frac{1}{2A}\frac{dA}{dr}-\frac{1}{2B}\frac{dB}{dr}\right]g^{11}\frac{\partial\Psi}{\partial r}+g^{11}\frac{\partial^{2}\Psi}{\partial r^{2}}+ (3.12)
+\displaystyle+ 1r2[1senθθ(senθΨθ)+1sen2θ2Ψϕ2]=0.1superscript𝑟2delimited-[]1𝑠𝑒𝑛𝜃𝜃𝑠𝑒𝑛𝜃Ψ𝜃1𝑠𝑒superscript𝑛2𝜃superscript2Ψsuperscriptitalic-ϕ20\displaystyle\frac{1}{r^{2}}\left[\frac{1}{sen\theta}\frac{\partial}{\partial\theta}\left(sen\theta\frac{\partial\Psi}{\partial\theta}\right)+\frac{1}{sen^{2}\theta}\frac{\partial^{2}\Psi}{\partial\phi^{2}}\right]=0\ .

Utilizando a seguinte substituição

Ψ(t,r,θ,ϕ)=Z(r,t)Ylm(θ,ϕ),Ψ𝑡𝑟𝜃italic-ϕ𝑍𝑟𝑡subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ\Psi(t,r,\theta,\phi)=Z(r,t)Y_{lm}(\theta,\phi)\ , (3.13)

onde Ylm(θ,ϕ)subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕY_{lm}(\theta,\phi) são os chamados Harmônicos Esféricos e solução da equação

1senθθ(senθYlmθ)+1sen2θ2Ylmϕ2+(+1)Ylm=0,1𝑠𝑒𝑛𝜃𝜃𝑠𝑒𝑛𝜃subscript𝑌𝑙𝑚𝜃1𝑠𝑒superscript𝑛2𝜃superscript2subscript𝑌𝑙𝑚superscriptitalic-ϕ21subscript𝑌𝑙𝑚0\frac{1}{sen\theta}\frac{\partial}{\partial\theta}\left(sen\theta\frac{\partial Y_{lm}}{\partial\theta}\right)+\frac{1}{sen^{2}\theta}\frac{\partial^{2}Y_{lm}}{\partial\phi^{2}}+\ell(\ell+1)Y_{lm}=0\ , (3.14)

teremos uma equação diferencial de segunda ordem que depende apenas de r𝑟r e t𝑡t dada por

2Zt2superscript2𝑍superscript𝑡2\displaystyle-\frac{\partial^{2}Z}{\partial t^{2}} +\displaystyle+ AB2Zr2+[2r+12AdAdr12BdBdr]ABZr+𝐴𝐵superscript2𝑍superscript𝑟2limit-fromdelimited-[]2𝑟12𝐴𝑑𝐴𝑑𝑟12𝐵𝑑𝐵𝑑𝑟𝐴𝐵𝑍𝑟\displaystyle\frac{A}{B}\frac{\partial^{2}Z}{\partial r^{2}}+\left[\frac{2}{r}+\frac{1}{2A}\frac{dA}{dr}-\frac{1}{2B}\frac{dB}{dr}\right]\frac{A}{B}\frac{\partial Z}{\partial r}+ (3.15)
=\displaystyle= A((+1)r2)Z.𝐴1superscript𝑟2𝑍\displaystyle A\left(\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\right)Z\ .

Essa equação diferencial pode ser solucionada numericamente se pudermos escrevê-la em um modo mais agradável. Isso pode ser feito através da substituição da coordenada radial r𝑟r pela coordenada rsubscript𝑟r_{*} (ver Apêndice A.4).

Para isso façamos as seguintes substituições

Z(r,t)=R(r,t)b(r),f(r)=AB,r=r(r),formulae-sequence𝑍𝑟𝑡𝑅𝑟𝑡𝑏𝑟formulae-sequence𝑓𝑟𝐴𝐵𝑟𝑟subscript𝑟\displaystyle Z(r,t)=R(r,t)\ b(r)\ ,\qquad f(r)=\frac{A}{B}\ ,\qquad r=r(r_{*})\ , (3.16)

na equação(3.15), resultando em

\displaystyle- 2Rt2b+[2r+12rrr(lnf)]frrr(Rb)+superscript2𝑅superscript𝑡2𝑏limit-fromdelimited-[]2𝑟12subscript𝑟𝑟subscript𝑟𝑙𝑛𝑓𝑓subscript𝑟𝑟subscript𝑟𝑅𝑏\displaystyle\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}\ b+\left[\frac{2}{r}+\frac{1}{2}\frac{\partial r_{*}}{\partial r}\frac{\partial}{\partial r_{*}}(ln\ f)\right]f\ \frac{\partial r_{*}}{\partial r}\frac{\partial}{\partial r_{*}}(R\ b)+ (3.17)
+\displaystyle+ frrr[rrr(χb)]=ARb[(+1)r2].𝑓subscript𝑟𝑟subscript𝑟delimited-[]subscript𝑟𝑟subscript𝑟𝜒𝑏𝐴𝑅𝑏delimited-[]1superscript𝑟2\displaystyle f\ \frac{\partial r_{*}}{\partial r}\frac{\partial}{\partial r_{*}}\left[\frac{\partial r_{*}}{\partial r}\frac{\partial}{\partial r_{*}}(\chi\ b)\right]=ARb\left[\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\right]\ .

Reescrevendo a equação (3.17) e dividindo-a por b(r)𝑏𝑟b(r) teremos

2Rt2+fbr˙r˙[Rb+bR]+fbr˙2[R′′b+2bR+b′′R]+superscript2𝑅superscript𝑡2𝑓𝑏subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟delimited-[]superscript𝑅𝑏superscript𝑏𝑅limit-from𝑓𝑏superscriptsubscript˙𝑟2delimited-[]superscript𝑅′′𝑏2superscript𝑏superscript𝑅superscript𝑏′′𝑅\displaystyle-\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}+\frac{f}{b}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}\left[R^{\prime}\ b+b^{\prime}\ R\right]+\frac{f}{b}\dot{r}_{*}^{2}\left[R^{\prime\prime}\ b+2b^{\prime}R^{\prime}+b^{\prime\prime}\ R\right]+
+[2r+12r˙ff]fbr˙[Rb+Rb]=AR[(+1)r2],delimited-[]2𝑟12subscript˙𝑟𝑓superscript𝑓𝑓𝑏subscript˙𝑟delimited-[]superscript𝑅𝑏𝑅superscript𝑏𝐴𝑅delimited-[]1superscript𝑟2\displaystyle+\left[\frac{2}{r}+\frac{1}{2}\frac{\dot{r}_{*}}{f}f^{\prime}\right]\frac{f}{b}\dot{r}_{*}\left[R^{\prime}\ b+R\ b^{\prime}\right]=AR\left[\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\right]\ , (3.18)

onde ()(\ ^{\prime}\ ) e (˙)˙absent(\ \dot{}\ ) representam diferenciação com respeito a rsubscript𝑟r_{*} e r𝑟r respectivamente.

Escrevendo a equação (3.1) de modo mais conveniente temos

2Rt2+fr˙22Rr2+Rr(fr˙r˙+2fr˙2bb+[2r+r˙f2f]fr˙)+superscript2𝑅superscript𝑡2𝑓superscriptsubscript˙𝑟2superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2limit-from𝑅subscript𝑟𝑓subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟2𝑓superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏𝑏delimited-[]2𝑟subscript˙𝑟superscript𝑓2𝑓𝑓subscript˙𝑟\displaystyle-\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}+f\dot{r}_{*}^{2}\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}+\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\left(f\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}+2f\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime}}{b}+\left[\frac{2}{r}+\frac{\dot{r}_{*}f^{\prime}}{2f}\right]f\dot{r}_{*}\right)+
+R[fr˙r˙bb+fr˙2b′′b+[2r+r˙f2f]fr˙bb]=AR[(+1)r2].𝑅delimited-[]𝑓subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟superscript𝑏𝑏𝑓superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏′′𝑏delimited-[]2𝑟subscript˙𝑟superscript𝑓2𝑓𝑓subscript˙𝑟superscript𝑏𝑏𝐴𝑅delimited-[]1superscript𝑟2\displaystyle+R\left[f\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}\frac{b^{\prime}}{b}+f\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime\prime}}{b}+\left[\frac{2}{r}+\frac{\dot{r}_{*}f^{\prime}}{2f}\right]f\dot{r}_{*}\frac{b^{\prime}}{b}\right]=AR\left[\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\right]\ . (3.19)

Como queremos que equação (3.1) tome a seguinte forma

2Rt2(r,t)+2Rr2(r,t)=Vef(r)R(r,t),superscript2𝑅superscript𝑡2𝑟𝑡superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2𝑟𝑡subscript𝑉𝑒𝑓𝑟𝑅𝑟𝑡\displaystyle-\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}(r,t)+\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}(r,t)=V_{ef}(r)R(r,t)\ , (3.20)

as seguintes condições devem ser satisfeitas:

f(r)r˙r˙+2f(r)r˙2bb𝑓𝑟subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟2𝑓𝑟superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏𝑏\displaystyle f(r)\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}+2f(r)\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime}}{b} +\displaystyle+ [2r+r˙f2f]fr˙=0,delimited-[]2𝑟subscript˙𝑟superscript𝑓2𝑓𝑓subscript˙𝑟0\displaystyle\left[\frac{2}{r}+\frac{\dot{r}_{*}f^{\prime}}{2f}\right]f\dot{r}_{*}=0\ , (3.21)
f(r)r˙2𝑓𝑟superscriptsubscript˙𝑟2\displaystyle f(r)\dot{r}_{*}^{2} =\displaystyle= 1.1\displaystyle 1\ . (3.22)

Solucionando a equação (3.22) teremos

r˙=1fsubscript˙𝑟1𝑓\displaystyle\dot{r}_{*}=\frac{1}{\sqrt{f}}\qquad \displaystyle\Longrightarrow ddr=fddr,𝑑𝑑subscript𝑟𝑓𝑑𝑑𝑟\displaystyle\qquad\frac{d}{dr_{*}}=\sqrt{f}\frac{d}{dr}\ , (3.23)
ddr𝑑𝑑subscript𝑟\displaystyle\frac{d}{dr_{*}} =\displaystyle= ABddr,𝐴𝐵𝑑𝑑𝑟\displaystyle\sqrt{\frac{A}{B}}\frac{d}{dr}\ , (3.24)
rsubscript𝑟\displaystyle r_{*} =\displaystyle= 1f𝑑r.1𝑓differential-d𝑟\displaystyle\int\frac{1}{\sqrt{f}}\ dr\ . (3.25)

Substituindo as equações (3.23) e (3.24) na equação (3.21) encontraremos a função b(r)𝑏𝑟b(r)

r˙+2r˙bb+[2r+r˙f2f]=0superscriptsubscript˙𝑟2subscript˙𝑟superscript𝑏𝑏delimited-[]2𝑟subscript˙𝑟superscript𝑓2𝑓0\displaystyle\dot{r}_{*}^{\prime}+2\dot{r}_{*}\frac{b^{\prime}}{b}+\left[\frac{2}{r}+\frac{\dot{r}_{*}f^{\prime}}{2f}\right]=0
12fdfdr+2bdbdr+2r+12fdfdr=012𝑓𝑑𝑓𝑑𝑟2𝑏𝑑𝑏𝑑𝑟2𝑟12𝑓𝑑𝑓𝑑𝑟0\displaystyle-\frac{1}{2f}\frac{df}{dr}+\frac{2}{b}\frac{db}{dr}+\frac{2}{r}+\frac{1}{2f}\frac{df}{dr}=0
dbdr=brb(r)=1r.formulae-sequence𝑑𝑏𝑑𝑟𝑏𝑟𝑏𝑟1𝑟\displaystyle\frac{db}{dr}=-\frac{b}{r}\qquad\Longrightarrow\qquad b(r)=\frac{1}{r}\ . (3.26)

Para finalizar, o potencial efetivo será dado por

Vef(r)=A(r)[(+1)r2]V(r),subscript𝑉𝑒𝑓𝑟𝐴𝑟delimited-[]1superscript𝑟2𝑉𝑟\displaystyle V_{ef}(r)=A(r)\left[\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\right]-V(r)\ , (3.27)

onde

V(r)=[fr˙r˙bb+fr˙2b′′b+[2r+r˙f2f]fr˙bb].𝑉𝑟delimited-[]𝑓subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟superscript𝑏𝑏𝑓superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏′′𝑏delimited-[]2𝑟subscript˙𝑟superscript𝑓2𝑓𝑓subscript˙𝑟superscript𝑏𝑏\displaystyle V(r)=\left[f\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}\frac{b^{\prime}}{b}+f\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime\prime}}{b}+\left[\frac{2}{r}+\frac{\dot{r}_{*}f^{\prime}}{2f}\right]f\dot{r}_{*}\frac{b^{\prime}}{b}\right]\ . (3.28)

Substituindo as equações (3.26) e (3.23) na equação (3.28) teremos o potencial V(r)𝑉𝑟V(r)

V(r)𝑉𝑟\displaystyle V(r) =\displaystyle= fr˙r[ddr(f(1r2))+2rf(1r2)]𝑓subscript˙𝑟𝑟delimited-[]𝑑𝑑𝑟𝑓1superscript𝑟22𝑟𝑓1superscript𝑟2\displaystyle f\dot{r}_{*}r\left[\frac{d}{dr}\left(\sqrt{f}\left(-\frac{1}{r^{2}}\right)\right)+\frac{2}{r}\sqrt{f}\left(-\frac{1}{r^{2}}\right)\right]
V(r)𝑉𝑟\displaystyle V(r) =\displaystyle= fr(1f)(12r2fdfdr)𝑓𝑟1𝑓12superscript𝑟2𝑓𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle fr\left(\frac{1}{\sqrt{f}}\right)\left(-\frac{1}{2r^{2}\sqrt{f}}\frac{df}{dr}\right)
V(r)𝑉𝑟\displaystyle V(r) =\displaystyle= 12rdfdr.12𝑟𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle-\frac{1}{2r}\frac{df}{dr}\ . (3.29)

Desta forma, nossa equação para a perturbação causada por um campo escalar não-massivo em um espaço-tempo esfericamente simétrico, será reduzida a uma equação tipo-Schroedinger dependente de t𝑡t e r=r(r)𝑟𝑟subscript𝑟r=r(r_{*}) com um potencial efetivo Vef(r)subscript𝑉𝑒𝑓𝑟V_{ef}(r) dados por

2Rt2(r,t)+2Rr2(r,t)=Vef(r)R(r,t),superscript2𝑅superscript𝑡2𝑟𝑡superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2𝑟𝑡subscript𝑉𝑒𝑓𝑟𝑅𝑟𝑡\displaystyle-\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}(r,t)+\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}(r,t)=V_{ef}(r)R(r,t)\ , (3.30)
Vef(r)=A(r)[(+1)r2]+12rdfdr.subscript𝑉𝑒𝑓𝑟𝐴𝑟delimited-[]1superscript𝑟212𝑟𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle V_{ef}(r)=A(r)\left[\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\right]+\frac{1}{2r}\frac{df}{dr}\ . (3.31)

A função de onda que descreve a evolução do campo escalar nesse espaço-tempo será

Ψ(t,r,θ,ϕ)=lmR(t,r)rYlm(θ,ϕ).Ψ𝑡𝑟𝜃italic-ϕsubscript𝑙𝑚𝑅𝑡𝑟𝑟subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ\Psi(t,r,\theta,\phi)=\sum_{lm}\frac{R(t,r)}{r}Y_{lm}(\theta,\phi)\ . (3.32)

3.2 Perturbações Eletromagnéticas

Um campo de grande interesse a ser estudado é o campo eletromagnético pois ele representa um campo de matéria com algum sentido físico. Quando estivermos estudando o caso de buracos negros na brana a evolução do campo eletromagnético será de grande interesse uma vez que ele pernamece confinado na brana. Mas por enquanto nos restringiremos a buracos negros em (3+1) dimensões.

A evolução de um campo de Maxwell eletromagnético sem fonte em um espaço-tempo esfericamente simétrico são regidas pelas equações de Maxwell

F;jij=0,Fij=Aj;iAi;j,\displaystyle F^{ij}_{\phantom{ij}{;j}}=0,\qquad F_{ij}=A_{j;i}-A_{i;j}, (3.33)

onde Aisubscript𝐴𝑖A_{i} é potencial vetor associado ao campo.
Para uma métrica esfericamente simétrica dada por

ds2=A(r)dt2+B(r)dr2+r2dΩ2,𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}, (3.34)

podemos expandir Aisubscript𝐴𝑖A_{i} em termos dos harmônicos esféricos vetoriais (Ylm)i(θ,ϕ)subscriptsubscript𝑌𝑙𝑚𝑖𝜃italic-ϕ(Y_{lm})_{i}(\theta,\phi) (ver [12]):

Ai(t,r,θ,ϕ)=l,m([00alm(t,r)senθϕYlmalm(t,r)senθθYlm]+[flm(t,r)Ylmhlm(t,r)Ylmklm(t,r)θYlmklm(t,r)ϕYlm])subscript𝐴𝑖𝑡𝑟𝜃italic-ϕsubscript𝑙𝑚delimited-[]00superscript𝑎𝑙𝑚𝑡𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃subscriptitalic-ϕsubscript𝑌𝑙𝑚superscript𝑎𝑙𝑚𝑡𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃subscript𝜃subscript𝑌𝑙𝑚delimited-[]superscript𝑓𝑙𝑚𝑡𝑟subscript𝑌𝑙𝑚superscript𝑙𝑚𝑡𝑟subscript𝑌𝑙𝑚superscript𝑘𝑙𝑚𝑡𝑟subscript𝜃subscript𝑌𝑙𝑚superscript𝑘𝑙𝑚𝑡𝑟subscriptitalic-ϕsubscript𝑌𝑙𝑚A_{i}(t,r,\theta,\phi)=\sum_{l,m}\left(\left[{\small\begin{array}[]{c}0\\ 0\\ \frac{a^{lm}(t,r)}{sen\theta}\ \partial_{\phi}Y_{lm}\\ -a^{lm}(t,r)\ sen\theta\ \partial_{\theta}Y_{lm}\end{array}}\right]\right.+\left.\left[{\small\begin{array}[]{c}f^{lm}(t,r)\ Y_{lm}\\ h^{lm}(t,r)\ Y_{lm}\\ k^{lm}(t,r)\ \partial_{\theta}Y_{lm}\\ k^{lm}(t,r)\ \partial_{\phi}Y_{lm}\end{array}}\right]\right)

onde o primeiro termo à direita tem paridade (1)+1superscript11(-1)^{\ell+1} e o segundo termo tem paridade (1)superscript1(-1)^{\ell}, m𝑚m é o número azimutal e \ell é o número de momento angular orbital.

Se substituirmos essa expansão acima no tensor Fijsuperscript𝐹𝑖𝑗F^{ij} teremos como resultado dois conjuntos de equações. Um para a paridade (1)+1superscript11(-1)^{\ell+1} e outro para a paridade (1)superscript1(-1)^{\ell}. As componentes não-nulas do tensor Fijsuperscript𝐹𝑖𝑗F^{ij} de paridade (1)+1superscript11(-1)^{\ell+1} são

Fl,mtϕsubscriptsuperscript𝐹𝑡italic-ϕ𝑙𝑚\displaystyle F^{t\phi}_{l,m} =\displaystyle= gtta,tlmY,θlmr2senθ;Fl,mrϕ=grra,rlmY,θlmr2senθ,\displaystyle-\frac{g^{tt}a^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\theta}}}{r^{2}\ sen\theta};\qquad F^{r\phi}_{l,m}=-\frac{g^{rr}a^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\theta}}}{r^{2}\ sen\theta},
Fl,mtθsubscriptsuperscript𝐹𝑡𝜃𝑙𝑚\displaystyle F^{t\theta}_{l,m} =\displaystyle= gtta,tlmY,ϕlmr2senθ;Fl,mrθ=grra,rlmY,ϕlmr2senθ,\displaystyle\frac{g^{tt}a^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\phi}}}{r^{2}\ sen\theta};\qquad\ \ F^{r\theta}_{l,m}=\frac{g^{rr}a^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\phi}}}{r^{2}\ sen\theta},
Fl,mθϕsubscriptsuperscript𝐹𝜃italic-ϕ𝑙𝑚\displaystyle F^{\theta\phi}_{l,m} =\displaystyle= (+1)almYlmr4senθ.1superscript𝑎𝑙𝑚subscriptsuperscript𝑌𝑙𝑚absentsuperscript𝑟4𝑠𝑒𝑛𝜃\displaystyle\frac{\ell(\ell+1)\ a^{lm}\ Y^{lm}_{\phantom{lm}}}{r^{4}\ sen\theta}.

Substituindo as componentes acima na equação (3.33) obteremos uma equação diferencial radial

1A2almt2+a,rlm2B(lnA/B),r+a,rrlmB(+1)r2alm=0,\displaystyle-\frac{1}{A}\frac{\partial^{2}a^{lm}}{\partial t^{2}}+\frac{a^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}}{2B}\left(ln\ A/B\right)_{,r}+\frac{a^{lm}_{\phantom{lm}{,rr}}}{B}-\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}a^{lm}=0\ , (3.35)

e outras equações que serão satisfeitas identicamente ou serão equivalentes à equação (3.35).

Como no caso da perturbação escalar, a equação (3.35) pode ser escrita em uma forma mais compacta se utilizarmos a coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*} e fizermos a substuição

alm(t,r)=𝒜(t,r),f(r)=AB,ddr=fddr.formulae-sequencesuperscript𝑎𝑙𝑚𝑡𝑟𝒜𝑡𝑟formulae-sequence𝑓𝑟𝐴𝐵𝑑𝑑subscript𝑟𝑓𝑑𝑑𝑟\displaystyle a^{lm}(t,r)=\mathcal{A}(t,r),\qquad f(r)=\frac{A}{B},\qquad\frac{d}{dr_{*}}=\sqrt{f}\frac{d}{dr}. (3.36)

Assim a equação (3.35) pode ser reescrita como

2𝒜t2+2𝒜r2=Veletro(r)𝒜superscript2𝒜superscript𝑡2superscript2𝒜superscriptsubscript𝑟2subscript𝑉𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑟𝒜\displaystyle-\frac{\partial^{2}\mathcal{A}}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\mathcal{A}}{\partial r_{*}^{2}}=V_{eletro}(r)\ \mathcal{A} (3.37)

onde

Veletro(r)=A(r)(+1)r2.subscript𝑉𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑟𝐴𝑟1superscript𝑟2\displaystyle V_{eletro}(r)=A(r)\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}. (3.38)

Essa será nossa equação para componente axial da perturbação eletromagnética sobre um espaço-tempo esfericamente simétrico.
De modo semelhante as componentes não-nulas do tensor Fijsuperscript𝐹𝑖𝑗F^{ij} de paridade (1)superscript1(-1)^{\ell} são

Fl,mrθsubscriptsuperscript𝐹𝑟𝜃𝑙𝑚\displaystyle F^{r\theta}_{l,m} =\displaystyle= grr(k,rlmhlm)Y,θlmr2;Fl,mrϕ=grr(k,rlmhlm)Y,ϕlmr2senθ\displaystyle g^{rr}(k^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}-h^{lm})\frac{Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\theta}}}{r^{2}};\qquad F^{r\phi}_{l,m}=g^{rr}(k^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}-h^{lm})\frac{Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\phi}}}{r^{2}\ sen\theta}
Fl,mtrsubscriptsuperscript𝐹𝑡𝑟𝑙𝑚\displaystyle F^{tr}_{l,m} =\displaystyle= gttgrr(h,tlmf,rlm)Ylm;Fl,mtθ=gtt(k,tlmflm)Y,θlmr2,\displaystyle g^{tt}\ g^{rr}(h^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}-f^{lm}_{\phantom{lm}{,r}})Y^{lm};\qquad\ \ \ F^{t\theta}_{l,m}=g^{tt}(k^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}-f^{lm})\frac{Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\theta}}}{r^{2}},
Fl,mtϕsubscriptsuperscript𝐹𝑡italic-ϕ𝑙𝑚\displaystyle F^{t\phi}_{l,m} =\displaystyle= gtt(k,tlmflm)Y,ϕlmr2senθ.\displaystyle g^{tt}(k^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}-f^{lm})\frac{Y^{lm}_{\phantom{lm}{,\phi}}}{r^{2}\ sen\theta}.

Substituindo essas componentes na equação (3.33) obtemos um conjunto de equações diferenciais radiais dados por

grr[r2(f,rlmh,tlm)],r+(+1)(flmk,tlm)+\displaystyle g^{rr}[r^{2}(f^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}-h^{lm}_{\phantom{lm}{,t}})]_{,r}+\ell(\ell+1)(f^{lm}-k^{lm}_{\phantom{lm}{,t}})+
+(f,rlmh,tlm)2grrr2[(lnAB),r]=0\displaystyle+\frac{(f^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}-h^{lm}_{\phantom{lm}{,t}})}{2}g^{rr}r^{2}\left[(ln\ AB)_{,r}\right]=0 (3.39)
[(hlmk,rlm)grr],r(k,tlmflm),tgtt\displaystyle[(h^{lm}-k^{lm}_{\phantom{lm}{,r}})g^{rr}]_{,r}-(k^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}-f^{lm})_{,t}g^{tt}-
12(lnAB),rgrr(k,rlmhlm)=0\displaystyle-\frac{1}{2}(ln\ AB)_{,r}g^{rr}(k^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}-h^{lm})=0 (3.40)
1A(h,tlmf,rlm),t(+1)r2(k,rlmhlm)=0\displaystyle\frac{1}{A}(h^{lm}_{\phantom{lm}{,t}}-f^{lm}_{\phantom{lm}{,r}})_{,t}-\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}(k^{lm}_{\phantom{lm}{,r}}-h^{lm})=0 (3.41)

e o restante das equações ou são identicamente satisfeitas ou são equivalentes ao conjunto acima.

Essas são as três equações da componente polar da perturbação eletromagnética.

No caso da métrica (3.34) ser a métrica de Schwarzschild, ou seja, A=1B𝐴1𝐵A=\frac{1}{B} as equações (3.2), (3.2) e (3.41) se desacoplam, após uma substituição conveniente, e se reduzem a uma única equação que possuirá a mesma forma da equação (3.35). No caso mais geral ainda não sabemos se é possivel esse desacoplamento das equações.

3.3 Perturbações Gravitacionais

As perturbações gravitacionais de fato, são o caso mais interessante a ser estudado, principalmente no que se refere à estabilidade de soluções das equações de Einstein. Ao contrário das perturbações escalares e eletromagnéticas, perturbações gravitacionais, afetam levemente a métrica fundo.

A evolução de campos gravitacionais em um espaço-tempo esfericamente simétrico é governada pelas equações de Einstein. A perturbação causada por campos gravitacionais pode ser dividida em axiais e polares devido à simetria esférica do problema. Essa nomenclatura deve-se ao modo como elas se transformam sobre uma inversão espacial em ϕitalic-ϕ\phi e foi introduzida por Chandrasekhar em 1983 [6].

Perturbações axiais, se transformam como (1)+1superscript11(-1)^{\ell+1} e induz um efeito de rotação no buraco negro.

Perturbações polares, se transformam como (1)superscript1(-1)^{\ell} e como independem do sinal da coordenada ϕitalic-ϕ\phi não induzem rotação.

Nesse trabalho trataremos apenas das perturbações axiais e consideraremos perturbações em 1asuperscript1𝑎1^{a} ordem na métrica g˘ijsubscript˘𝑔𝑖𝑗\breve{g}_{ij}. Como realizado para a perturbação escalar, calcularemos a perturbação para uma métrica esfericamente simétrica tão geral quanto possível e depois especificaremos caso a caso.

Nossa métrica esfericamente simétrica é dada por

ds2=A(r)dt2+B(r)dr2+r2dΩ2,𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ , (3.42)

com A(r)𝐴𝑟A(r) e B(r)𝐵𝑟B(r) sendo duas funções em princípio arbitrárias.

As equações de Einstein 4-dimensionais para o vácuo, ou seja, o exterior de uma estrela ou buraco negro, serão

R˘ij12g˘ijR˘=T˘ij,subscript˘𝑅𝑖𝑗12subscript˘𝑔𝑖𝑗˘𝑅subscript˘𝑇𝑖𝑗\displaystyle\breve{R}_{ij}-\frac{1}{2}\breve{g}_{ij}\ \breve{R}\ =\ \breve{T}_{ij}\ ,
R˘ij12g˘ijR˘=0.subscript˘𝑅𝑖𝑗12subscript˘𝑔𝑖𝑗˘𝑅0\displaystyle\breve{R}_{ij}-\frac{1}{2}\breve{g}_{ij}\ \breve{R}=0\ . (3.43)

A notação (˘)˘absent(\ \breve{}\ ) indica que o objeto será calculado com respeito à métrica fundo g˘ijsubscript˘𝑔𝑖𝑗\breve{g}_{ij}, ou seja, o objeto não é perturbado.

O escalar de Ricci será obtido quando contraímos o tensor de Ricci R˘ijsubscript˘𝑅𝑖𝑗\breve{R}_{ij} com g˘ijsuperscript˘𝑔𝑖𝑗\breve{g}^{ij}. Entretanto ele também pode ser calculado quando contraímos a equação (3.3) com a métrica. No caso do espaço-tempo vazio, o escalar de Ricci será

g˘ijR˘ij12g˘ijg˘ijR˘=0,superscript˘𝑔𝑖𝑗subscript˘𝑅𝑖𝑗12superscript˘𝑔𝑖𝑗subscript˘𝑔𝑖𝑗˘𝑅0\displaystyle\breve{g}^{ij}\breve{R}_{ij}-\frac{1}{2}\breve{g}^{ij}\breve{g}_{ij}\ \breve{R}\ =0\ ,
R˘12δiiR˘=0,˘𝑅12subscriptsuperscript𝛿𝑖𝑖˘𝑅0\displaystyle\breve{R}-\frac{1}{2}\delta^{i}_{i}\ \breve{R}\ =0\ ,
R˘=0.˘𝑅0\displaystyle\breve{R}\ =0\ . (3.44)

Conseqüentemente nossa equação (3.3) se reduz a

R˘ij=0.subscript˘𝑅𝑖𝑗0\displaystyle\breve{R}_{ij}=0\ . (3.45)

A equação (3.45) será a equação que perturbaremos.

Quando estivermos estudando o caso de buracos negros na brana nossa equação de Einstein será um pouco diferente devido à influência do bulk.

Para uma perturbação em 1asuperscript1𝑎1^{a} ordem a nova métrica pode ser escrita como

qij=g˘ij+hij,qij=g˘ijhij,qibqbjformulae-sequencesubscript𝑞𝑖𝑗subscript˘𝑔𝑖𝑗subscript𝑖𝑗superscript𝑞𝑖𝑗superscript˘𝑔𝑖𝑗superscript𝑖𝑗subscript𝑞𝑖𝑏superscript𝑞𝑏𝑗\displaystyle q_{ij}=\breve{g}_{ij}+\ h_{ij}\ ,\qquad q^{ij}=\breve{g}^{ij}-\ h^{ij},\qquad q_{ib}\ q^{bj} =\displaystyle= δij+𝒪(h2),superscriptsubscript𝛿𝑖𝑗𝒪superscript2\displaystyle\delta_{i}^{j}+\mathcal{O}(h^{2}), (3.46)

onde hijg˘ijmuch-less-thansubscript𝑖𝑗subscript˘𝑔𝑖𝑗h_{ij}\ll\ \breve{g}_{ij}. Como essa perturbação é pequena os termos de 2asuperscript2𝑎2^{a} ordem, 𝒪(h2)𝒪superscript2\mathcal{O}(h^{2}), podem ser desprezados por serem muito menores que a perturbação. As derivadas covariantes das quantidades perturbadas serão efetuadas com os símbolos de Christoffel Γ˘ijasubscriptsuperscript˘Γ𝑎𝑖𝑗\breve{\Gamma}^{a}_{ij} não perturbados. Entretanto para calcular o tensor de Ricci perturbado precisaremos dos símbolos de Christoffel perturbados ΓijasubscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗\Gamma^{a}_{ij}.

Os símbolos de Christoffel perturbados são dados por

Γija=12qab(qbi,j+qbj,iqij,b)=Γ˘ija+δΓija+𝒪(h2),subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗12superscript𝑞𝑎𝑏subscript𝑞𝑏𝑖𝑗subscript𝑞𝑏𝑗𝑖subscript𝑞𝑖𝑗𝑏subscriptsuperscript˘Γ𝑎𝑖𝑗𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗𝒪superscript2\displaystyle\Gamma^{a}_{ij}=\frac{1}{2}q^{ab}(q_{bi,j}+q_{bj,i}-q_{ij,b})=\breve{\Gamma}^{a}_{ij}+\delta\Gamma^{a}_{ij}+\mathcal{O}(h^{2}), (3.47)

onde o termo δΓija𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗\delta\Gamma^{a}_{ij} pode ser escrito da seguinte maneira

δΓija=12g˘ab(hbi;j+hbj;ihij;b).𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗12superscript˘𝑔𝑎𝑏subscript𝑏𝑖𝑗subscript𝑏𝑗𝑖subscript𝑖𝑗𝑏\displaystyle\delta\Gamma^{a}_{ij}=\frac{1}{2}\breve{g}^{ab}(h_{bi;j}+h_{bj;i}-h_{ij;b}). (3.48)

O tensor de Ricci perturbado é dado pelas equações

δRij=δΓia;jaδΓij;aa.𝛿subscript𝑅𝑖𝑗𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑎𝑗𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗𝑎\displaystyle\delta R_{ij}=\delta\Gamma^{a}_{ia;j}-\delta\Gamma^{a}_{ij;a}\ . (3.49)

Assim, substituindo a nova métrica qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij} na equação (3.45), e identificando-a com o tensor de Ricci perturbado teremos as equações de campo perturbadas para o vácuo como sendo

Rij=R˘ij+δRij=0,subscript𝑅𝑖𝑗subscript˘𝑅𝑖𝑗𝛿subscript𝑅𝑖𝑗0\displaystyle R_{ij}=\breve{R}_{ij}+\delta R_{ij}=0\ ,
δRij=δΓia;jaδΓij;aa=0,𝛿subscript𝑅𝑖𝑗𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑎𝑗𝛿subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗𝑎0\displaystyle\delta R_{ij}=\delta\Gamma^{a}_{ia;j}-\delta\Gamma^{a}_{ij;a}=0\ ,
δRij=0.𝛿subscript𝑅𝑖𝑗0\displaystyle\delta R_{ij}=0\ . (3.50)

Essa é a equação que governa a propagação de campos gravitacionais no vácuo de um espaço-tempo esfericamente simétrico.

No contexto da Relatividade Geral a única solução da equações de Einstein que satisfaz a condições de um espaço-tempo estático, vazio e esfericamente simétrico é a solução de Schwarzschild. Entretanto, no contexto de branas, a influência do bulk adicionando um termo de “matéria”no tensor momento-energia Tijsubscript𝑇𝑖𝑗T_{ij}, permite uma classe de soluções estáticas, vazias e esfericamente simétricas. Tomaremos mais adiante a métrica de Schwarzschild como exemplo para explicitarmos as equações que governam a propagação de campos gravitacionais neste espaço-tempo. Neste trabalho restringiremos nossa atenção à componente axial das perturbações gravitacionais. Para o caso de Schwarzschild, por exemplo, as perturbações gravitacionais polares são bem explicadas e desenvolvidas em [6, 9].

Perturbações gravitacionais axiais

O cálculo de perturbações gravitacionais é um assunto que já foi amplamente estudado no contexto da Relatividade Geral. Entretanto para os nossos propósitos dois formalismos são de interesse. O primeiro deles foi desenvolvido por Regge e Wheeler [4] e o segundo por Chandrasekhar [6].

Para o nosso cálculo das perturbações gravitacionais axiais em uma métrica dada pela equação (3.42), utilizaremos o método desenvolvido por Regge e Wheeler.

Como a simetria do nosso problema é esférica podemos decompor o nosso tensor hijsubscript𝑖𝑗h_{ij} em uma parte angular, em termos de harmônicos esféricos tensoriais (ver Apêndices A.2 e A.3), e uma parte dependente das coordenadas r𝑟r e t𝑡t.

Utilizando os resultados do trabalho Regge e Wheeler podemos ver que a componente axial da perturbação gravitacional para a métrica em estudo é dada por

[00h0(t,r)senθYlmϕh0(t,r)senθYlmθ00h1(t,r)senθYlmϕh1(t,r)senθYlmθsimsimh2(t,r)[1senθ2θϕcosθsen2θϕ]Ylmsimsimsim12h2(t,r)[1senθ2ϕϕ+cosθθsenθ2θθ]Ylmh2(t,r)[senθ2θϕcosθϕ]Ylm].delimited-[]00subscript0𝑡𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃subscript𝑌𝑙𝑚italic-ϕsubscript0𝑡𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃subscript𝑌𝑙𝑚𝜃00subscript1𝑡𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃subscript𝑌𝑙𝑚italic-ϕsubscript1𝑡𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃subscript𝑌𝑙𝑚𝜃𝑠𝑖𝑚𝑠𝑖𝑚subscript2𝑡𝑟delimited-[]1𝑠𝑒𝑛𝜃superscript2𝜃italic-ϕ𝑐𝑜𝑠𝜃𝑠𝑒superscript𝑛2𝜃italic-ϕsubscript𝑌𝑙𝑚𝑠𝑖𝑚𝑠𝑖𝑚𝑠𝑖𝑚12subscript2𝑡𝑟delimited-[]1𝑠𝑒𝑛𝜃superscript2italic-ϕitalic-ϕ𝑐𝑜𝑠𝜃𝜃𝑠𝑒𝑛𝜃superscript2𝜃𝜃subscript𝑌𝑙𝑚subscript2𝑡𝑟delimited-[]𝑠𝑒𝑛𝜃superscript2𝜃italic-ϕ𝑐𝑜𝑠𝜃italic-ϕsubscript𝑌𝑙𝑚\left[\begin{array}[]{cccc}0&0&-\frac{h_{0}(t,r)}{sen\theta}\frac{\partial Y_{lm}}{\partial\phi}&\scriptstyle h_{0}(t,r)sen\theta\frac{\partial Y_{lm}}{\partial\theta}\\ 0&0&-\frac{h_{1}(t,r)}{sen\theta}\frac{\partial Y_{lm}}{\partial\phi}&\scriptstyle h_{1}(t,r)sen\theta\frac{\partial Y_{lm}}{\partial\theta}\\ sim&sim&\scriptstyle h_{2}(t,r)\left[\frac{1}{sen\theta}\frac{\partial^{2}}{\partial\theta\partial\phi}-\frac{cos\theta}{sen^{2}\theta}\frac{\partial}{\partial\phi}\right]Y_{lm}&sim\\ sim&sim&\scriptstyle\frac{1}{2}h_{2}(t,r)\left[\frac{1}{sen\theta}\frac{\partial^{2}}{\partial\phi\partial\phi}+cos\theta\frac{\partial}{\partial\theta}-sen\theta\frac{\partial^{2}}{\partial\theta\partial\theta}\right]Y_{lm}&\scriptstyle-h_{2}(t,r)\left[sen\theta\ \frac{\partial^{2}}{\partial\theta\partial\phi}-cos\theta\frac{\partial}{\partial\phi}\right]Y_{lm}\\ \end{array}\right]\ .

Trabalharemos com a condição de m=0𝑚0m=0 pois qualquer que seja o valor de m𝑚m e l𝑙l teremos a mesma equação radial. A vantagem de usarmos m=0𝑚0m=0 é eliminarmos a coordenada ϕitalic-ϕ\phi dos cálculos das perturbações.

Isso se dá pois

LzYlm(θ,ϕ)=mYlm(θ,ϕ)Yϕ(θ,ϕ)=0.formulae-sequencesubscript𝐿𝑧subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ𝑚subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ𝑌italic-ϕ𝜃italic-ϕ0\displaystyle L_{z}\ Y_{lm}(\theta,\phi)=\ mY_{lm}(\theta,\phi)\qquad\Longrightarrow\qquad\frac{\partial Y}{\partial\phi}(\theta,\phi)=0\ . (3.51)

O nosso tensor hijsubscript𝑖𝑗h_{ij} ainda é um tanto quanto complicado. Portanto para simplificá-lo um pouco utilizaremos o gauge de Regge-Wheeler para perturbações axiais.

Para isso faremos um deslocamento infinitesimal na coodernada xasuperscript𝑥𝑎x^{a} tal que

xa=xa+ξa,(ξaxa)superscript𝑥𝑎superscript𝑥𝑎superscript𝜉𝑎much-less-thansuperscript𝜉𝑎superscript𝑥𝑎\displaystyle x^{\prime a}=x^{a}+\xi^{a}\ ,\qquad(\xi^{a}\ll x^{a}) (3.52)

onde ξasuperscript𝜉𝑎\xi^{a} se transforma como um vetor.

O nosso novo tensor perturbação hijnovosuperscriptsubscript𝑖𝑗𝑛𝑜𝑣𝑜h_{ij}^{\phantom{ij}{novo}} será dado por

hijnovo=hij+ξi;j+ξj;i.superscriptsubscript𝑖𝑗𝑛𝑜𝑣𝑜subscript𝑖𝑗subscript𝜉𝑖𝑗subscript𝜉𝑗𝑖\displaystyle h_{ij}^{\phantom{ij}{novo}}=h_{ij}+\xi_{i;j}+\xi_{j;i}\ . (3.53)

Desta forma o gauge de Regge-Wheeler que simplifica nossa perturbação axial para l𝑙l e m𝑚m arbitrários será

ξ0=0,ξ1=0,ξi=Λ(r,t)ϵijxjYlm(θ,ϕ),(i,j=3,4).formulae-sequencesuperscript𝜉00formulae-sequencesuperscript𝜉10superscript𝜉𝑖Λ𝑟𝑡superscriptitalic-ϵ𝑖𝑗superscript𝑥𝑗subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ𝑖𝑗3.4\displaystyle\xi^{0}=0,\quad\xi^{1}=0,\quad\xi^{i}=\Lambda(r,t)\epsilon^{ij}\frac{\partial}{\partial x^{j}}Y_{lm}(\theta,\phi),\qquad(i,j=3,4). (3.54)

Substituindo o gauge (3.54) na equação (3.53), adotando uma dependência temporal harmônica eiωtsuperscript𝑒𝑖𝜔𝑡e^{-i\omega t} e fazendo m=0𝑚0m=0 sem perda de generalidade, nosso tensor resultante para perturbações axiais será

hijaxiais=[000h0(r)000h1(r)0000simsim00]×eiωtsenθθPl(cosθ).superscriptsubscript𝑖𝑗𝑎𝑥𝑖𝑎𝑖𝑠delimited-[]000subscript0𝑟000subscript1𝑟0000𝑠𝑖𝑚𝑠𝑖𝑚00superscript𝑒𝑖𝜔𝑡𝑠𝑒𝑛𝜃𝜃subscript𝑃𝑙𝑐𝑜𝑠𝜃h_{ij}^{\phantom{ij}{axiais}}=\left[\begin{array}[]{cccc}0&0&0&h_{0}(r)\\ 0&0&0&h_{1}(r)\\ 0&0&0&0\\ sim&sim&0&0\end{array}\right]\times e^{-i\omega t}\ sen\theta\frac{\partial}{\partial\theta}P_{l}(cos\theta)\ .

Substituindo o tensor hijaxiaissuperscriptsubscript𝑖𝑗𝑎𝑥𝑖𝑎𝑖𝑠h_{ij}^{\phantom{ij}{axiais}}, na equação (3.3), teremos como resultado três equações acopladas. Nós utilizaremos o resultado obtido por Edelstein e Vishveshwara [9], pela generalidade por eles adotada e porque as equações obtidas por Regge e Wheeler não satisfaziam as equações de Einstein.

Assim as componentes não-nulas da equação (3.3) são

δRθϕ𝛿subscript𝑅𝜃italic-ϕ\displaystyle\delta R_{\theta\phi} =\displaystyle= 12(iωh0A+B[12ddr(ln(A/B))h1+dh1dr])12𝑖𝜔subscript0𝐴𝐵delimited-[]12𝑑𝑑𝑟𝑙𝑛𝐴𝐵subscript1𝑑subscript1𝑑𝑟\displaystyle-\frac{1}{2}\left(i\omega\frac{h_{0}}{A}+B\left[\frac{1}{2}\frac{d}{dr}(ln(A/B))h_{1}+\frac{dh_{1}}{dr}\right]\right) (3.55)
×\displaystyle\times (cosθddθsenθd2dθ2)Pl(cosθ)eiωt=0;𝑐𝑜𝑠𝜃𝑑𝑑𝜃𝑠𝑒𝑛𝜃superscript𝑑2𝑑superscript𝜃2subscript𝑃𝑙𝑐𝑜𝑠𝜃superscript𝑒𝑖𝜔𝑡0\displaystyle\left(cos\theta\frac{d}{d\theta}-sen\theta\frac{d^{2}}{d\theta^{2}}\right)P_{l}(cos\theta)e^{-i\omega t}=0;
δRrϕ𝛿subscript𝑅𝑟italic-ϕ\displaystyle\delta R_{r\phi} =\displaystyle= 12{[(+1)r2ω2A+1Br(ddr(ln(B/A))2r)]h1\displaystyle\frac{1}{2}\bigg{\{}\bigg{[}\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}-\frac{\omega^{2}}{A}+\frac{1}{Br}\left(\frac{d}{dr}(ln(B/A))-\frac{2}{r}\right)\bigg{]}h_{1} (3.56)
+\displaystyle+ iωA(dh0dr2h0r)}×senθdPldθ(cosθ)eiωt=0;\displaystyle\frac{i\omega}{A}\left(\frac{dh_{0}}{dr}-\frac{2h_{0}}{r}\right)\bigg{\}}\times sen\theta\frac{dP_{l}}{d\theta}(cos\theta)e^{-i\omega t}=0;
δRtϕ𝛿subscript𝑅𝑡italic-ϕ\displaystyle\delta R_{t\phi} =\displaystyle= {12Bd2h0dr2+iω[12Bdh1dr+h1Br14Bddr(ln(AB))h1]\displaystyle-\bigg{\{}\frac{1}{2B}\frac{d^{2}h_{0}}{dr^{2}}+i\omega\left[\frac{1}{2B}\frac{dh_{1}}{dr}+\frac{h_{1}}{Br}-\frac{1}{4B}\frac{d}{dr}(ln(AB))h_{1}\right] (3.57)
\displaystyle- 14Bddr(ln(AB))h1dh0dr+(1Brddr(ln(A))(+1)2r2)h0}\displaystyle\frac{1}{4B}\frac{d}{dr}(ln(AB))h_{1}\frac{dh_{0}}{dr}+\left(\frac{1}{Br}\frac{d}{dr}(ln(A))-\frac{\ell(\ell+1)}{2r^{2}}\right)h_{0}\bigg{\}}
×\displaystyle\times senθdPldθ(cosθ)eiωt=0.𝑠𝑒𝑛𝜃𝑑subscript𝑃𝑙𝑑𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃superscript𝑒𝑖𝜔𝑡0\displaystyle sen\theta\frac{dP_{l}}{d\theta}(cos\theta)e^{-i\omega t}=0.

Essas equações podem ser simplificadas se levarmos em conta as propriedades dos Polinômios de Legendre Pl(cosθ)subscript𝑃𝑙𝑐𝑜𝑠𝜃P_{l}(cos\theta), ou seja, se analisarmos os índices de multipolo l𝑙l.

Para l=0𝑙0l=0 temos que P0=1subscript𝑃01P_{0}=1 e por conseqüência, a parte angular das três equações acima são identicamente nulas.

Para l=1𝑙1l=1 temos que P1=senθsubscript𝑃1𝑠𝑒𝑛𝜃P_{1}=-sen\theta. Nesse caso a equação δRθϕ𝛿subscript𝑅𝜃italic-ϕ\delta R_{\theta\phi} é identicamente nula.

Como esses índices de multipolo l=0,1𝑙0.1l=0,1 são menores que o valor do spin da perturbação s=2𝑠2s=2 eles não são modos dinâmicos, ou seja, eles não evoluem no tempo. Eles correspondem a quantidades conservadas.

Uma perturbação gravitacional com índice l=0𝑙0l=0 descreve uma mudança na massa do buraco negro. Já uma perturbação com índice l=1𝑙1l=1 corresponde a um deslocamento além de gerar um pequeno incremento de momento angular, fazendo o buraco negro girar.

Nosso interesse se concentra naqueles índices de multipolo que são capazes de se propagar por um intervalo de tempo suficientemente grande de modo que possamos medir tal onda com nossos detectores. Portanto apenas multipolos com l2𝑙2l\geq 2 são relevantes.

Para l2𝑙2l\geq 2 temos Pl20subscript𝑃𝑙20P_{l\ \geq 2}\ \neq 0. Desta forma os fatores entre chaves nas equações devem se anular para que elas sejam satisfeitas, resultando em três equações radiais.

A parte radial da equação δRtϕ=0𝛿subscript𝑅𝑡italic-ϕ0\delta R_{t\phi}=0 pode ser escrita como uma combinação das outras duas equações se a seguinte condição for satisfeita

d2dr2(lnAB)superscript𝑑2𝑑superscript𝑟2𝑙𝑛𝐴𝐵\displaystyle\frac{d^{2}}{dr^{2}}\left(ln\ \frac{A}{B}\right) +\displaystyle+ 12(ddr(lnAB))212[(ddrlnA)2(ddrlnB)2]+12superscript𝑑𝑑𝑟𝑙𝑛𝐴𝐵2limit-from12delimited-[]superscript𝑑𝑑𝑟𝑙𝑛𝐴2superscript𝑑𝑑𝑟𝑙𝑛𝐵2\displaystyle\frac{1}{2}\left(\frac{d}{dr}\left(ln\ \frac{A}{B}\right)\right)^{2}-\frac{1}{2}\left[\left(\frac{d}{dr}ln\ A\right)^{2}-\left(\frac{d}{dr}ln\ B\right)^{2}\right]+ (3.58)
+\displaystyle+ 1r(ddr(lnA3lnB))=0.1𝑟𝑑𝑑𝑟𝑙𝑛𝐴3𝑙𝑛𝐵0\displaystyle\frac{1}{r}\left(\frac{d}{dr}\left(ln\ A-3\ ln\ B\right)\right)=0\ .

Se a equação (3.58) for satisfeita poderemos eliminar h0subscript0h_{0} das equações de 1asuperscript1𝑎1^{a} ordem e obter uma única equação radial de 2asuperscript2𝑎2^{a} ordem

d2h1dr2+[32ddr(lnAB)2r]dh1drsuperscript𝑑2subscript1𝑑superscript𝑟2delimited-[]32𝑑𝑑𝑟𝑙𝑛𝐴𝐵2𝑟𝑑subscript1𝑑𝑟\displaystyle\frac{d^{2}h_{1}}{dr^{2}}+\left[\frac{3}{2}\frac{d}{dr}\left(ln\ \frac{A}{B}\right)-\frac{2}{r}\right]\frac{dh_{1}}{dr} +\displaystyle+ [12d2dr2(lnAB)+12(ddr(lnAB))2\displaystyle\Bigg{[}\frac{1}{2}\frac{d^{2}}{dr^{2}}\left(ln\ \frac{A}{B}\right)+\frac{1}{2}\left(\frac{d}{dr}\left(ln\ \frac{A}{B}\right)\right)^{2} (3.59)
\displaystyle- B(+1)r2+ω2BA+2r2]h1=0.\displaystyle B\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}+\omega^{2}\frac{B}{A}+\frac{2}{r^{2}}\Bigg{]}h_{1}=0.

Caso contrário teremos duas equações de 2asuperscript2𝑎2^{a} ordem acopladas que devem ser resolvidas para h0subscript0h_{0} e h1subscript1h_{1}.

Neste momento é necessário que especifiquemos nossa métrica para prosseguir no desenvolvimento dos cálculos. Como a métrica de Schwarzschild satisfaz a equação (3.58) tomemo-a como exemplo.

A métrica de Schwarzschild é dada por

ds2=A(r)dt2+B(r)dr2+r2dΩ2,𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ , (3.60)

onde

A(r)=(12Mr),B(r)=1(12Mr).formulae-sequence𝐴𝑟12𝑀𝑟𝐵𝑟112𝑀𝑟\displaystyle A(r)=\left(1-\frac{2M}{r}\right),\qquad B(r)=\frac{1}{\left(1-\frac{2M}{r}\right)}. (3.61)

Se definirmos

Q(r)=(12Mr)h1r,𝑄𝑟12𝑀𝑟subscript1𝑟\displaystyle Q(r)=\left(1-\frac{2M}{r}\right)\frac{h_{1}}{r}\ , (3.62)

e a coordenada tartaruga como

dr=1(12Mr)drddr=(12Mr)ddr,formulae-sequence𝑑superscript𝑟112𝑀𝑟𝑑𝑟𝑑𝑑superscript𝑟12𝑀𝑟𝑑𝑑𝑟\displaystyle dr^{*}=\frac{1}{\left(1-\frac{2M}{r}\right)}\ dr\qquad\Longrightarrow\qquad\frac{d}{dr^{*}}=\left(1-\frac{2M}{r}\right)\frac{d}{dr}, (3.63)

e substituirmos na equação (3.59) juntamente com os valores de A(r)𝐴𝑟A(r) e B(r)𝐵𝑟B(r) obteremos uma equação tipo-Schroedinger dada por

d2Qdr+(ω2Veffaxial)Q=0,superscript𝑑2𝑄𝑑superscript𝑟superscript𝜔2superscriptsubscript𝑉𝑒𝑓𝑓𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙𝑄0\displaystyle\frac{d^{2}Q}{dr^{*}}+\left(\omega^{2}-V_{eff}^{axial}\right)Q=0\ , (3.64)

onde

Vefaxial=(12Mr)(+1)r23rddr(12Mr).superscriptsubscript𝑉𝑒𝑓𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙12𝑀𝑟1superscript𝑟23𝑟𝑑𝑑superscript𝑟12𝑀𝑟\displaystyle V_{ef}^{axial}=\left(1-\frac{2M}{r}\right)\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}-\frac{3}{r}\frac{d}{dr^{*}}\left(1-\frac{2M}{r}\right). (3.65)

Essa é nossa equação para perturbação gravitacional axial para o buraco negro de Schwarzschild. Essa equação também é conhecida como equação de Regge-Wheeler.

Capítulo 4 Estabilidade e Modos Quasi-Normais de um Buraco Negro

As surpresas de uma viagem tornam-na mais emocionante. Entretanto não podemos correr o risco de cruzar uma ponte e a mesma cair. Não podemos continuar nossa jornada sem saber se nossa ponte é estável, segura. Que características da ponte podem nos dizer sobre sua estabilidade? Suas cordas? Seu piso?

4.1 Estabilidade

Como foi visto no capítulo anterior, a evolução de campos no exterior de um buraco negro causa perturbações no espaço-tempo. Portanto podemos nos perguntar como essas perturbações afetam o próprio buraco negro.

Assim uma pergunta merece atenção. Buracos negros são estáveis, quando submetidos a algum tipo de perturbação?

Para responder tal pergunta é necessário saber se soluções da equações de Einstein tipo buraco negro são estáveis, ou seja, se eles existem realmente e podem ser perturbados.

O início desses estudos sobre estabilidade de buracos negros remontam ao ano de 1957 com o trabalho de Regge e Wheeler sobre a estabilidade da singularidade de Schwarzschild [4].

Neste trabalho Regge e Wheeler analisaram se, perturbações gravitacionais sobre o buraco negro de Schwarzschild, cresciam exponencialmente com o tempo. Isso não foi observado do que eles concluiram que o buraco negro de Schwarzschild era estável sobre aquele tipo de perturbação. Quando estivermos estudando buracos negros sobre a brana, utilizaremos o mesmo critério de estabilidade, ou seja, estudaremos se as perturbações crescem exponencialmente no tempo. Mas por enquanto voltemos nossa atenção ao caso de buracos negros em (3+1) dimensões.
Como estudado anteriormente, quase todas as equações que governam a evolução de campos no exterior de um buraco negro esfericamente simétrico podem ser escritas na forma de uma equação diferencial de 2asuperscript2𝑎2^{a} ordem do tipo-Schroedinger quando assumimos uma dependência temporal do tipo eiωtsuperscript𝑒𝑖𝜔𝑡e^{-i\omega t}. Desta dependência temporal podemos ver que se ω𝜔\omega é puramente imaginário (ω=iα)𝜔𝑖𝛼(\omega=i\alpha), a exponencial e+αtsuperscript𝑒𝛼𝑡e^{+\alpha t} cresce com o tempo causando a instabilidade. Nessa descrição o estudo das perturbações de um buraco negro é análogo ao estudo do problema de propagação de onda em uma barreira de potencial em mecânica quântica.

Quando tratamos as equações de perturbação dessa maneira o termo ω2superscript𝜔2\omega^{2} faz o papel da energia da onda na equação de Schroedinger. A quantidade resultante de (ω2V(r))superscript𝜔2𝑉𝑟(\omega^{2}-V(r)) pode ser interpretada como o potencial efetivo.

Assim nossa atenção se reduz ao estudo da equação

d2Qdr+(ω2V(r))Q=0.superscript𝑑2𝑄𝑑superscript𝑟superscript𝜔2𝑉𝑟𝑄0\displaystyle\frac{d^{2}Q}{dr^{*}}+\left(\omega^{2}-V(r)\right)Q=0. (4.1)

sobre um dado potencial V(r)𝑉𝑟V(r), que depende do tipo da perturbação realizada sobre o buraco negro , com condições de contorno apropriadas. Portanto a forma do potencial V(r)𝑉𝑟V(r) tem papel decisivo na estabilidade do buraco negro.
Tomemos o caso do buraco negro de Schwarzschild novamente como exemplo.
Para perturbações gravitacionais axiais, o potencial V(r)𝑉𝑟V(r) é dado por

V(r)=(12Mr)[(+1)r26Mr3],𝑉𝑟12𝑀𝑟delimited-[]1superscript𝑟26𝑀superscript𝑟3\displaystyle V(r)=\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left[\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}-\frac{6M}{r^{3}}\right]\ , (4.2)

e o comportamento da solução geral é dado por [4]

Q𝑄\displaystyle Q similar-to\displaystyle\sim c1eiδ(r2M1)2iωM+c1eiδ(r2M1)2iωMr2M,subscript𝑐1superscript𝑒𝑖𝛿superscript𝑟2𝑀12𝑖𝜔𝑀subscript𝑐1superscript𝑒𝑖𝛿superscript𝑟2𝑀12𝑖𝜔𝑀𝑟2𝑀\displaystyle c_{1}e^{i\delta}\left(\frac{r}{2M}-1\right)^{2i\omega M}+c_{1}e^{-i\delta}\left(\frac{r}{2M}-1\right)^{-2i\omega M}\ \ r\rightarrow 2M, (4.3)
Q𝑄\displaystyle Q similar-to\displaystyle\sim c2sen(ωr+η)r.subscript𝑐2𝑠𝑒𝑛𝜔𝑟𝜂𝑟\displaystyle c_{2}sen(\omega r+\eta)\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\ \ r\rightarrow\infty. (4.4)

Investigando o comportamento do potencial V(r)𝑉𝑟V(r) podemos ver que ele é igual a zero sobre o raio de Schwarzschild cresce até um máximo em (r=3M)𝑟3𝑀(r=3M) e então cai a zero novamente para grandes valores de r𝑟r. Em outras palavras ele é um potencial positivo definido, ou seja, em nenhum momento ao longo do intervalo estabelecido r(2M,)𝑟2𝑀r\in(2M,\infty), o valor do potencial muda de sinal. Esse comportamento divide a nossa região de estudo em 333 regimes diferentes.

No regime 1, onde ω2>V(r)superscript𝜔2𝑉𝑟\omega^{2}>V(r), a solução é oscilatória em todo o espaço, ou seja, temos uma onda gravitacional se propagando livremente.

No regime 2, ω2<V(r)superscript𝜔2𝑉𝑟\omega^{2}<V(r), ou seja, ω2superscript𝜔2\omega^{2} é ainda positivo, mas menor que a altura da barreira. Nesse regime temos duas condições diferentes onde as ondas gravitacionais podem diminuir ou crescer exponencialmente na região da barreira.

A condição 2a2𝑎2a corresponde a ondas gravitacionais que nunca escapam para grandes valores de r𝑟r, ou seja, elas passam pela barreira mas decaem rapidamente com o aumento de r𝑟r.

A condição 2b2𝑏2b corresponde a ondas gravitacionais que atravessam a barreira e emergem maiores do lado de fora da barreira. Estas duas soluções são como no caso do regime 1, ou seja, são ondas gravitacionais que se propagam livremente.

O regime 3 será quando ω2<0superscript𝜔20\omega^{2}<0. Neste regime se ω𝜔\omega for puramente imaginário teremos instabilidades. A solução aceitável que cai a zero para grandes valores de r𝑟r, também cai a zero em r=2M𝑟2𝑀r=2M. Portanto não há possibilidade de colá-la suavemente a uma solução “na outra metade da barreira de potencial”. Assim podemos concluir que não existe solução instável para ondas geradas pelas perturbações gravitacionais axiais, ou seja, o buraco negro de Schwarzschild é estável sobre perturbações gravitacionais axiais.

De modo um pouco mais rigoroso podemos estabelecer um critério de estabilidade através de uma integral tipo-energia. Para um buraco negro com simetria esférica e componentes gttsubscript𝑔𝑡𝑡g_{tt} e grrsubscript𝑔𝑟𝑟g_{rr} dependentes apenas da coordenada radial r𝑟r podemos utilizar a equação (3.30). Tomemos a derivada temporal do complexo conjugado da função de onda tR¯subscript𝑡¯𝑅\partial_{t}\bar{R}, multipliquemos pela equação (3.30) e somemos a equação resultante ao complexo conjugado dessa equação. Teremos então

R¯t(2Rt2+2Rr2VR)+Rt(2R¯t2+2R¯r2VR¯)=0.¯𝑅𝑡superscript2𝑅superscript𝑡2superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2𝑉𝑅𝑅𝑡superscript2¯𝑅superscript𝑡2superscript2¯𝑅superscriptsubscript𝑟2𝑉¯𝑅0\displaystyle\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}\left(-\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}-VR\right)+\frac{\partial R}{\partial t}\left(-\frac{\partial^{2}\bar{R}}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\bar{R}}{\partial r_{*}^{2}}-V\bar{R}\right)=0\ . (4.5)

Usaremos então as seguintes relações:

t|Rt|2𝑡superscript𝑅𝑡2\displaystyle\frac{\partial}{\partial t}\left|\frac{\partial R}{\partial t}\right|^{2} =\displaystyle= Rt2R¯t2+R¯t2Rt2;𝑅𝑡superscript2¯𝑅superscript𝑡2¯𝑅𝑡superscript2𝑅superscript𝑡2\displaystyle\frac{\partial R}{\partial t}\ \frac{\partial^{2}\bar{R}}{\partial t^{2}}+\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}\ \frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}; (4.6)
t|R|2𝑡superscript𝑅2\displaystyle\frac{\partial}{\partial t}|R|^{2} =\displaystyle= R¯tR+RtR¯;¯𝑅𝑡𝑅𝑅𝑡¯𝑅\displaystyle\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}\ R+\frac{\partial R}{\partial t}\ \bar{R}; (4.7)
t|Rr|2𝑡superscript𝑅subscript𝑟2\displaystyle\frac{\partial}{\partial t}\left|\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\right|^{2} =\displaystyle= Rr2R¯tr+R¯r2Rtr;𝑅subscript𝑟superscript2¯𝑅𝑡subscript𝑟¯𝑅subscript𝑟superscript2𝑅𝑡subscript𝑟\displaystyle\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\ \frac{\partial^{2}\bar{R}}{\partial t\partial r_{*}}+\frac{\partial\bar{R}}{\partial r_{*}}\ \frac{\partial^{2}R}{\partial t\partial r_{*}}; (4.8)
r(R¯tRr)subscript𝑟¯𝑅𝑡𝑅subscript𝑟\displaystyle\frac{\partial}{\partial r_{*}}\left(\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}\ \frac{\partial R}{\partial r_{*}}\right) =\displaystyle= Rr2R¯tr+R¯t2Rr2;𝑅subscript𝑟superscript2¯𝑅𝑡subscript𝑟¯𝑅𝑡superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2\displaystyle\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\ \frac{\partial^{2}\bar{R}}{\partial t\partial r_{*}}+\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}\ \frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}; (4.9)
r(RtR¯r)subscript𝑟𝑅𝑡¯𝑅subscript𝑟\displaystyle\frac{\partial}{\partial r_{*}}\left(\frac{\partial R}{\partial t}\ \frac{\partial\bar{R}}{\partial r_{*}}\right) =\displaystyle= R¯r2Rtr+Rt2R¯r2.¯𝑅subscript𝑟superscript2𝑅𝑡subscript𝑟𝑅𝑡superscript2¯𝑅superscriptsubscript𝑟2\displaystyle\frac{\partial\bar{R}}{\partial r_{*}}\ \frac{\partial^{2}R}{\partial t\partial r_{*}}+\frac{\partial R}{\partial t}\ \frac{\partial^{2}\bar{R}}{\partial r_{*}^{2}}. (4.10)

Relacionando as equações acima e substituindo na equação (4.5), teremos

t{|Rt|2+|Rr|2+V|R|2}=r(RtR¯r+R¯tRr).𝑡superscript𝑅𝑡2superscript𝑅subscript𝑟2𝑉superscript𝑅2subscript𝑟𝑅𝑡¯𝑅subscript𝑟¯𝑅𝑡𝑅subscript𝑟\displaystyle-\frac{\partial}{\partial t}\left\{\left|\frac{\partial R}{\partial t}\right|^{2}+\left|\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\right|^{2}+V|R|^{2}\right\}=-\frac{\partial}{\partial r_{*}}\left(\frac{\partial R}{\partial t}\ \frac{\partial\bar{R}}{\partial r_{*}}+\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}\ \frac{\partial R}{\partial r_{*}}\right)\ . (4.11)

Se integrarmos a equação (4.11) em relação a rsubscript𝑟r_{*} sobre o intervalo de -\infty a ++\infty o termo a direita da equação será nulo e assim teremos a seguinte condição

t[+(|Rt|2+|Rr|2+V|R|2)𝑑r]𝑡delimited-[]superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑡2superscript𝑅subscript𝑟2𝑉superscript𝑅2differential-dsubscript𝑟\displaystyle\frac{\partial}{\partial t}\left[\int_{-\infty}^{+\infty}\left(\left|\frac{\partial R}{\partial t}\right|^{2}+\left|\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\right|^{2}+V|R|^{2}\right)\ dr_{*}\right] =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ ,
+(|Rt|2+|Rr|2+V|R|2)𝑑rsuperscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑡2superscript𝑅subscript𝑟2𝑉superscript𝑅2differential-dsubscript𝑟\displaystyle\int_{-\infty}^{+\infty}\left(\left|\frac{\partial R}{\partial t}\right|^{2}+\left|\frac{\partial R}{\partial r_{*}}\right|^{2}+V|R|^{2}\right)\ dr_{*} =\displaystyle= C1.subscript𝐶1\displaystyle\ C_{1}\ . (4.12)

Como queremos uma condição de estabilidade, precisamos que a constante C1subscript𝐶1C_{1} seja positiva e finita.

Se observarmos a equação (4.1) podemos ver que os termos |R|2superscript𝑅2|R|^{2} e |Rr|2superscript𝑅subscript𝑟2|\frac{\partial R}{\partial r_{*}}|^{2} são limitados e positivos. Conseqüentemente se quisermos que C1subscript𝐶1C_{1} seja positiva e finita devemos avaliar o comportamento do potencial V𝑉V.

Se V𝑉V for positivo definido, o termo |Rt|2superscript𝑅𝑡2|\frac{\partial R}{\partial t}|^{2} deve ser positivo e finito para que C1subscript𝐶1C_{1} também o seja, o que acaba excluindo todas as soluções de R(t,r)𝑅𝑡𝑟R(t,r) que crescem exponencialmente com o tempo. Conseqüentemente o sistema será estável. Se o potencial V𝑉V apresentar alguma região onde ele possa assumir valores negativos nada podemos dizer a respeito da estabilidade do sistema pois a constante C1subscript𝐶1C_{1} pode assumir qualquer valor.

Por exemplo, se assumirmos uma dependência temporal eiωtsuperscript𝑒𝑖𝜔𝑡e^{-i\omega t} teremos

R(r,t)𝑅𝑟𝑡\displaystyle R(r,t) =\displaystyle= R(r)eiωt,𝑅𝑟superscript𝑒𝑖𝜔𝑡\displaystyle R(r)e^{-i\omega t}\ , (4.13)
|Rt|2superscript𝑅𝑡2\displaystyle\left|\frac{\partial R}{\partial t}\right|^{2} =\displaystyle= RtR¯t=(iω)(iω)|R(r)|2=ω2|R(r)|2.𝑅𝑡¯𝑅𝑡𝑖𝜔𝑖𝜔superscript𝑅𝑟2superscript𝜔2superscript𝑅𝑟2\displaystyle\frac{\partial R}{\partial t}\frac{\partial\bar{R}}{\partial t}=(-i\omega)(i\omega)|R(r)|^{2}=\omega^{2}|R(r)|^{2}\ . (4.14)

Sendo V𝑉V positivo definido, ω2superscript𝜔2\omega^{2} deve ser positivo para que C1subscript𝐶1C_{1} seja positiva e limitada. Se ω=iα𝜔𝑖𝛼\omega=i\alpha fosse puramente imaginário ω2=α2superscript𝜔2superscript𝛼2\omega^{2}=-\alpha^{2} seria negativo o que faria com que não pudessemos garantir que C1subscript𝐶1C_{1} fosse positiva e limitada. Neste caso a soluçao cresce exponencialmente com o tempo eαtsuperscript𝑒𝛼𝑡e^{\ \alpha t}.

4.2 Modos quasi-normais

Em nossa busca, por uma confirmação experimental da existência de buracos negros em nosso Universo, o estudo dos modos quasi-normais tem um papel fundamental.

Esse estudo surge como uma ferramenta extremamente útil para dar base teórica à análise de ondas gravitacionais uma vez que as freqüências quasi-normais de oscilação de um buraco negro estão contidas em tais ondas.

Como os modos quasi-normais estão intimamente ligados a propriedades tais como, a carga Q𝑄Q, a massa M𝑀M e o momento angular L𝐿L do buraco negro, eles podem ser utilizados para identificar se um buraco negro tem rotação ou se está eletricamente carregado.

Os modos quasi-normais de oscilação possuem esse nome pois diferentemente dos modos normais eles não são estacionários e possuem duração limitada. A parte imaginária da freqüência quasi-normal amortece a oscilação limitando-a no tempo.

Formalmente falando, modos quasi-normais são definidos como soluções das equações de perturbações, que possuem freqüências características complexas e satisfazem condições de contorno específicas. Ver Nollert [3], Kokkotas [29] e Cardoso [30] para maiores detalhes.

Esse comportamento de amortecimento é um tanto quanto estranho uma vez que não existe nenhum material nem dentro nem fora do buraco negro capaz de causar tal amortecimento.

O formalismo utilizado no estudo de modos-normais para sistemas oscilatórios será então aplicado ao estudo dos modos quasi-normais para observarmos em que condições tal estranho comportamento é observado.

Na análise de modos normais de um sistema oscilatório, geralmente temos um sistema de equações diferenciais ordinárias com condições de contorno para que o efeito da oscilação se anule fora de uma região finita do espaço. No nosso caso teremos a equação diferencial

d2Qdr+(ω2V(r))Q=0,superscript𝑑2𝑄𝑑superscript𝑟superscript𝜔2𝑉𝑟𝑄0\displaystyle\frac{d^{2}Q}{dr^{*}}+\left(\omega^{2}-V(r)\right)Q=0, (4.16)

governando nossas perturbações. Entretanto, perturbações em buracos negros geram ondas gravitacionais que se propagam por todo espaço impedindo-nos de impor um condição de modo que ela se anule fora de uma região finita.

Portanto, devido ao caráter especial dos buracos negros, imporemos as seguintes condições de contorno:

  • nada sai do infinito espacial.

  • nada sai do horizonte de eventos do buraco negro.

Essas condições geram soluções conhecidas como puramente emergentes (outgoing solutions). Dizendo de outra maneira queremos ter apenas ondas gravitacionais, entrando no horizonte de eventos, e entrando no infinito espacial. Essas exigências fazem sentido pois queremos estudar a resposta da métrica fora do buraco negro e não queremos que nenhuma onda gravitacional vinda do infinito continue a perturbar o buraco negro.

Devemos por isso avaliar o comportamento da nossa equação (4.16) nos limites quando r±subscript𝑟plus-or-minusr_{*}\rightarrow\pm\infty para obtermos o comportamento da nossa solução sobre os contornos do problema.

Novamente, de acordo com a forma do potencial V(r)𝑉𝑟V(r), nossas condições gerarão soluções distintas.

Se aplicarmos tais condições para a equação que governa a perturbação gravitacional axial de Schwarzschild que pode ser representada pela equação (4.16) e o potencial V(r)𝑉𝑟V(r) dado pela equação (4.2) teremos que

Q(ω,r)eiωrquandor,formulae-sequencesimilar-to𝑄𝜔subscript𝑟superscript𝑒𝑖𝜔subscript𝑟𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜subscript𝑟\displaystyle Q(\omega,r_{*})\sim e^{i\omega r_{*}}\qquad quando\ r_{*}\rightarrow-\infty, (4.17)
Q(ω,r)eiωrquandor+.formulae-sequencesimilar-to𝑄𝜔subscript𝑟superscript𝑒𝑖𝜔subscript𝑟𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜subscript𝑟\displaystyle Q(\omega,r_{*})\sim e^{-i\omega r_{*}}\qquad quando\ r_{*}\rightarrow+\infty. (4.18)

Sob essas condições as perturbações do buraco negro de Schwarzschild adquirem o comportamento agora não tão estranho descrito acima que caracterizam os modos quasi-normais.

A maioria dos estudos desenvolvidos nesta área se utiliza de soluções numéricas para a equação (4.16). Ching, et al [20] obtiveram algumas soluções analíticas para comportamentos assintóticos. Recentemente Fiziev [21] obteve uma solução analítica para a equação de Regge-Wheeler com o uso das funções de Heun.

Neste trabalho nós utilizaremos do cálculo númerico para obter a solução da equação (4.16) para os buracos negros estudados.

O estudo de modos quasi-normais tem se mostrado muito útil também no estudo de propriedades quânticas e termodinâmicas de buracos negros tais como a temperatura Hawking [25] e área quântica mínima [26, 51] do buraco negro.

Estudos de perturbações de sistemas com constante cosmológica [49, 50] e com carga [52] têm mostrado a existência de modos quasi-normais de oscilação.

Em um trabalho recente Maartens [19] propõem a utilização de modos quasi-normais como uma ferramenta na detecção de dimensões extras. Neste trabalho é realizada uma espectroscopia da onda gravitacional emitida por uma corda negra “black string”onde é possível identificar os modos massivos do gráviton com os picos obtidos, gerando assim um mecanismo capaz de identificar uma “impressão digital”da dimensão extra.

Capítulo 5 Termodinâmica de Buracos Negros

Após a travessia da ponte, façamos uma merecida parada para observar a paisagem e aquecer um café.

A possível relação existente entre a mecânica de buracos negros e a termodinâmica ordinária surgiu na verdade de uma possível violação da termodinâmica por processos físicos envolvendo buracos negros.

5.1 Leis da Termodinâmica de Buracos Negros

Wheeler notou que a existência de buracos negros na teoria clássica da gravitação contradizia a segunda lei da termodinâmica que diz que a entropia de uma sistema isolado nunca pode diminuir qualquer que seja o processo físico envolvido.

Imaginemos, por exemplo, um buraco negro que acaba de absorver um corpo quente que possui uma certa quantidade de entropia. Um observador localizado no infinito nos dirá que a entropia total, do mundo acessível à observação dele diminuiu, uma vez que nenhuma informação sobre a entropia do corpo absorvido escapa do buraco negro.

Outro problema que surgia da teoria clássica da gravitação era que a temperatura de um buraco negro era zero absoluto. Esse fato descartava qualquer possível relação entre uma temperatura física e algum parâmetro do buraco negro.

Portanto utilizando apenas argumentos clássicos a relação entre a mecâni-ca de buracos negros e a termodinâmica ordinária tornava-se inviável. Foi necessário então, a ajuda de mecanismos quânticos tais como efeito termal de criação de partículas originado do estudo de propagação de campos quânticos no exterior de buracos negros e reformulações mais precisas das leis da termodinâmica para consolidar-se de forma mais rigorosa a relação entre essas duas áreas.

Em 1973, Bekenstein [13] foi o primeiro a perceber uma relação entre leis satisfeitas por buracos negros e a termodinâmica ordinária. Ele notou que o teorema da área de buracos negros [31], da Relatividade Geral clássica, que declara que a área A𝐴A de um buraco negro nunca diminui por qualquer que seja o processo físico

ΔA0,Δ𝐴0\displaystyle\Delta A\geq 0, (5.1)

era análogo à declaração da segunda lei da termodinâmica que diz que a entropia total S𝑆S de um sistema fechado nunca diminui qualquer que seja o processo físico

ΔS0.Δ𝑆0\displaystyle\Delta S\geq 0. (5.2)

Bekenstein propôs então que a área do buraco negro deveria ser interpretada como uma entropia física.

Pouco tempo depois a analogia entre a termodinâmica e certas leis da física de buracos negros foi desenvolvida sistematicamente por Bardeen, Hawking e Carter [14]. Eles mostraram que em Relatividade Geral a gravidade superficial, κ𝜅\kappa, de um buraco negro estacionário deve ser constante sobre o horizonte de eventos.

Eles notaram que este resultado era análogo a declaração da Lei Zero da termodinâmica que diz que a temperatura, T𝑇T, deve ser uniforme sobre um corpo em equilíbrio térmico. Eles demonstraram também a Primeira Lei da mecânica de buracos negros que, para o vácuo, declara que a diferença de massa, M𝑀M, de área, A𝐴A, e de momento angular, J𝐽J, de dois buracos negros estacionários próximos, deve ser

δM=18πκδA+ΩδJ,𝛿𝑀18𝜋𝜅𝛿𝐴Ω𝛿𝐽\displaystyle\delta M=\frac{1}{8\pi}\kappa\delta A+\Omega\delta J\ , (5.3)

onde ΩΩ\Omega é a velocidade angular do horizonte de eventos. Eles perceberam que esta lei é análoga à primeira lei da termodinâmica, que declara que a diferença na energia, E𝐸E, na entropia, S𝑆S e em outros parâmetros de dois estados próximos do equilíbrio térmico de um sistema é dado por

δE=TδS+``termosdetrabalho".𝛿𝐸𝑇𝛿𝑆``𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠𝑑𝑒𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙𝑜"\displaystyle\delta E=T\delta S+``termos\ de\ trabalho". (5.4)

Fazendo uma comparação entre a lei zero, a primeira e segunda leis da termodinâmica e as correspondentes leis da física de buracos negros podemos ver que as quantidades análogas são

EM,Tακ,SA8πα,𝐸𝑀𝑇𝛼𝜅𝑆𝐴8𝜋𝛼\displaystyle E\longleftrightarrow M,\qquad T\longleftrightarrow\alpha\kappa,\qquad S\longleftrightarrow\frac{A}{8\pi\alpha}, (5.5)

onde α𝛼\alpha é uma constante indeterminada. Entretanto, essa analogia entre as quantidades pareciam ser apenas coincidências matemáticas desprovida de qualquer significado físico pois classicamente, a relação entre T𝑇T e κ𝜅\kappa não fazia sentido, o que acabava inviabilizando também a relação entre a entropia e a área.

Com isso a idéia dessa analogia perdeu força. Foi necessário a utilização de conceitos quânticos para resolver esses problemas.

Em 1975 o cenário modificou-se com a importante descoberta de Hawking [15]. Em seus estudos sobre propagação de campos quânticos no exterior de buracos negros ele descobriu que devido ao efeito quântico de criação de partículas, um buraco negro irradiava para o infinito todas as espécies de partículas com um espectro de corpo negro perfeito, à uma temperatura

TH=κ2π,subscript𝑇𝐻𝜅2𝜋\displaystyle T_{H}=\frac{\kappa}{2\pi}\ , (5.6)

chamada Temperatura Hawking do buraco negro. Com isso, a relação entre T𝑇T e κ𝜅\kappa ganhou sentido físico pois κ/2π𝜅2𝜋\kappa/2\pi é a temperatura física do buraco negro.

Isso confirmou a idéia de que um buraco negro estacionário era um estado de equilíbrio térmico.

Havia ainda o problema da diminuição da entropia quando um corpo era absorvido pelo buraco negro. Esse problema foi contornado por Bekenstein ao reformular a segunda lei da termodinâmica. Ele propôs uma segunda lei generalizada [23, 13] onde a entropia total do sistema (buraco negro ++ objeto) nunca diminui qualquer que seja o processo físico. Com esses desenvolvimentos restam agora poucas dúvida de que as leis da física de buracos negros correspondem à leis da termodinâmica aplicada a sistemas constituídos de buracos negros.

As leis da termodinâmica de buracos negros podem ser assim declaradas

Lei Zero

A gravidade superficial κ𝜅\kappa de um buraco negro estacionário é constante em todo lugar, sobre a superfície do horizonte de eventos.

Primeira Lei

Quando um sistema que possui um buraco negro muda de um estado estacionário para outro, sua massa muda por

dM=TdSBN+ΩBNdJBN+ΦBNdQ+δq𝑑𝑀𝑇𝑑subscript𝑆𝐵𝑁subscriptΩ𝐵𝑁𝑑subscript𝐽𝐵𝑁subscriptΦ𝐵𝑁𝑑𝑄𝛿𝑞\displaystyle dM=T\ dS_{BN}+\Omega_{BN}\ dJ_{BN}+\Phi_{BN}dQ+\delta q (5.7)

onde dJBN𝑑subscript𝐽𝐵𝑁dJ_{BN} e dQ𝑑𝑄dQ são as mudanças no momento angular total e da carga elétrica do buraco negro, respectivamente. O termo δq𝛿𝑞\delta q é a contribuição na massa total devida à mudança na distribuição estacionária de matéria fora do buraco negro e ΦBNsubscriptΦ𝐵𝑁\Phi_{BN} é o potencial elétrico do buraco negro.

Segunda Lei

Em qualquer processo clássico, a área de um buraco negro, A𝐴A, e conseqüentemente sua entropia SBNsubscript𝑆𝐵𝑁S_{BN}, nunca diminui:

ΔSBN0ondeSBN=A4.formulae-sequenceΔsubscript𝑆𝐵𝑁0𝑜𝑛𝑑𝑒subscript𝑆𝐵𝑁𝐴4\displaystyle\Delta S_{BN}\geq 0\qquad onde\qquad S_{BN}=\frac{A}{4}. (5.8)

A lei de não diminuição da área do buraco negro nos diz que a fração da energia interna do buraco negro que não pode ser extraída aumenta com o tempo.

Segunda Lei Generalizada - SLG

Qualquer que seja o processo físico envolvendo buracos negros, a entropia total generalizada, S~~𝑆\widetilde{S}, nunca diminui:

ΔS~=ΔSBN+ΔSm0.Δ~𝑆Δsubscript𝑆𝐵𝑁Δsubscript𝑆𝑚0\displaystyle\Delta\widetilde{S}=\Delta S_{BN}+\Delta S_{m}\geq 0. (5.9)

onde SBNsubscript𝑆𝐵𝑁S_{BN} é a entropia do buraco negro e Smsubscript𝑆𝑚S_{m} a entropia da radiação e matéria fora do buraco negro.

Existe ainda uma lei análoga à terceira lei da termodinâmica, mas omitiremos tal lei por não a utilizarmos durante o trabalho.

5.2 Cálculo do limite superior da entropia de um corpo caindo em um BN Esfericamente Simétrico

Assumindo a validade da (SLG) uma nova condição sobre a entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} da radiação e da matéria fora do buraco negro é estabelecida.

Quando um corpo de energia E𝐸E e raio efetivo R𝑅R é absorvido por um buraco negro, a área da superfície do buraco negro aumenta por um valor 8πER8𝜋𝐸𝑅8\pi ER [22]. Se quisermos que esse aumento seja mínimo, a (SLG) será violada se a entropia do corpo Smsubscript𝑆𝑚S_{m} for maior que 2πER2𝜋𝐸𝑅2\pi ER. Dessa forma um limite superior para entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} é gerado. Vamos calculá-lo formalmente.

Vamos considerar um corpo neutro com massa de repouso m𝑚m e raio próprio R𝑅R caindo em um buraco negro esfericamente simétrico onde a métrica é dada por

ds2=gijdxidxj=A(r)dt2+B(r)dr2+r2dΩ2𝑑superscript𝑠2subscript𝑔𝑖𝑗𝑑superscript𝑥𝑖𝑑superscript𝑥𝑗𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=g_{ij}dx^{i}dx^{j}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2} (5.10)

e cujo horizonte de eventos é dado pela seguinte condição

gtt|r=rh=0A(rh)=0parar=rh.\displaystyle g_{tt}|_{r=r_{h}}=0\qquad\Longrightarrow A(r_{h})=0\qquad para\ r=r_{h}. (5.11)

A gravidade superficial κ𝜅\kappa para esse buraco negro sobre o horizonte de eventos é dada por

κ=12|gtt|grrd|gtt|dr|r=rh.𝜅evaluated-at12subscript𝑔𝑡𝑡subscript𝑔𝑟𝑟𝑑subscript𝑔𝑡𝑡𝑑𝑟𝑟subscript𝑟\displaystyle\left.\kappa=\frac{1}{2\sqrt{|g_{tt}|g_{rr}}}\ \frac{d|g_{tt}|}{dr}\right|_{r=r_{h}}\ . (5.12)

As constantes de movimento associadas a t𝑡t e a ϕitalic-ϕ\phi são

E=πt=gttt˙,J=πϕ=gϕϕϕ˙.formulae-sequence𝐸subscript𝜋𝑡subscript𝑔𝑡𝑡˙𝑡𝐽subscript𝜋italic-ϕsubscript𝑔italic-ϕitalic-ϕ˙italic-ϕ\displaystyle E=\pi_{t}=g_{tt}\dot{t},\qquad J=-\pi_{\phi}=g_{\phi\phi}\dot{\phi}. (5.13)

O quadrado da massa é dado por

m2=πiπi.superscript𝑚2subscript𝜋𝑖superscript𝜋𝑖\displaystyle m^{2}=-\pi_{i}\pi^{i}. (5.14)

Sem perda de generalidade consideraremos apenas o movimento equatorial do corpo, isto é, θ=π/2𝜃𝜋2\theta=\pi/2.

A equação quadrática para a energia conservada E𝐸E do corpo é dada por

m2=E2gtt+J2r2,superscript𝑚2superscript𝐸2subscript𝑔𝑡𝑡superscript𝐽2superscript𝑟2\displaystyle-m^{2}=\frac{E^{2}}{g_{tt}}+\frac{J^{2}}{r^{2}}, (5.15)
αE22βE+σ=0,𝛼superscript𝐸22𝛽𝐸𝜎0\displaystyle\alpha E^{2}-2\beta E+\sigma=0\ , (5.16)

com

α𝛼\displaystyle\alpha =\displaystyle= 11\displaystyle 1
β𝛽\displaystyle\beta =\displaystyle= 00\displaystyle 0 (5.17)
σ𝜎\displaystyle\sigma =\displaystyle= gtt(J2r2+m2).subscript𝑔𝑡𝑡superscript𝐽2superscript𝑟2superscript𝑚2\displaystyle g_{tt}\left(\frac{J^{2}}{r^{2}}+m^{2}\right)\ .

Como nosso corpo possui um raio próprio não-nulo, R𝑅R e sabendo que a equação (5.15) descreve o movimento do centro de massa do corpo precisamos calcular o novo ponto de captura do corpo pelo buraco negro.

Isso se faz necessário pois quando parte do corpo já atravessou o horizonte de eventos o centro de massa ainda está do lado de fora. Portanto o novo ponto de captura será dado por r=rh+δ𝑟subscript𝑟𝛿r=r_{h}+\delta onde δ𝛿\delta é dado por

rhrh+δ(R)grr𝑑r=R.superscriptsubscriptsubscript𝑟subscript𝑟𝛿𝑅subscript𝑔𝑟𝑟differential-d𝑟𝑅\displaystyle\int_{r_{h}}^{r_{h}+\delta(R)}\ \sqrt{g_{rr}}\ dr=\ R\ . (5.18)

Integrando a equação (5.18) teremos uma expressão para δ𝛿\delta. Se estivessemos em um espaço-tempo chato, teríamos δ=R𝛿𝑅\delta=R.

Resolvendo a equação (5.15) para a energia e calculando seu valor sobre o ponto de captura r=rh+δ𝑟subscript𝑟𝛿r=r_{h}+\delta teremos a energia de captura que é dada por

Ecap=gtt(J2r2+m2)|r=rh+δ.subscript𝐸𝑐𝑎𝑝evaluated-atsubscript𝑔𝑡𝑡superscript𝐽2superscript𝑟2superscript𝑚2𝑟subscript𝑟𝛿\displaystyle\left.E_{cap}=\sqrt{-g_{tt}\left(\frac{J^{2}}{r^{2}}+m^{2}\right)}\ \right|_{r=r_{h}+\delta}\ . (5.19)

O valor Ecapsubscript𝐸𝑐𝑎𝑝E_{cap} que minimiza o aumento da área da superfície do buraco negro é obtido quando J=0𝐽0J=0 de modo que

Emin=mgtt|r=rh+δ.subscript𝐸𝑚𝑖𝑛evaluated-at𝑚subscript𝑔𝑡𝑡𝑟subscript𝑟𝛿\displaystyle\left.E_{min}=m\ \sqrt{-g_{tt}}\ \right|_{r=r_{h}+\delta}\ . (5.20)

Da Primeira Lei da Termodinâmica de Buracos Negros sabemos que

dM=κ2dAr𝑑𝑀𝜅2𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle dM=\frac{\kappa}{2}\ dA_{r} (5.21)

onde Ar=A/4πsubscript𝐴𝑟𝐴4𝜋A_{r}=A/4\pi e dM=Emin𝑑𝑀subscript𝐸𝑚𝑖𝑛dM=E_{min} é a mudança na massa do buraco negro devido a assimilação do corpo. Assim usando a equação (5.12) nós deveremos obter que

dAr=2mR,𝑑subscript𝐴𝑟2𝑚𝑅\displaystyle dA_{r}=2mR\ , (5.22)

a menos que as componentes da métrica produzam alguma correção. Hod mostrou que para corpos carregados eletricamente esse limite é diferente e depende da carga Q𝑄Q [27] do corpo absorvido.

Assumindo a validade da Segunda Lei Generalizada, Sbn(M+dM)Sbn(M)+Smsubscript𝑆𝑏𝑛𝑀𝑑𝑀subscript𝑆𝑏𝑛𝑀subscript𝑆𝑚S_{bn}(M+dM)\geq S_{bn}(M)+S_{m}, obtemos um limite superior para a entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} associada a um corpo com energia própria E𝐸E, absorvido pelo buraco negro, que é dado por

A+dA4𝐴𝑑𝐴4\displaystyle\frac{A+dA}{4} \displaystyle\geq A4+Sm𝐴4subscript𝑆𝑚\displaystyle\frac{A}{4}+S_{m}
dA4𝑑𝐴4\displaystyle\frac{dA}{4} \displaystyle\geq Smsubscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m}
4πdAr44𝜋𝑑subscript𝐴𝑟4\displaystyle\frac{4\pi\ dA_{r}}{4} \displaystyle\geq Smsubscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m}
Smsubscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m} \displaystyle\leq 2πER.2𝜋𝐸𝑅\displaystyle 2\pi ER\ . (5.23)

Portanto se a (SLG) for válida, um observador localizado no infinito que vê um corpo caindo em um buraco negro esfericamente simétrico dirá que houve um aumento da entropia generalizada e nenhuma violação é constatada.

Esse limite é portanto considerado universal no sentido de que ele depende apenas dos parâmetros do corpo absorvido sendo independente dos parâmetros que caracterizam o buraco negro.

Capítulo 6 Mundo Brana

Após a parada, sigamos agora para fora dos nossos limites, rumo ao espaço desconhecido.

O uso de dimensões extras na tentativa de uma descrição unificada do nosso mundo físico não é uma idéia nova. Em meados dos anos 20 Kaluza e Klein [24] conseguiram unificar o eletromagnetismo e a gravitação utilizando-se de um dimensão extra espacial. Desde então a utilização de dimensões extras em modelos físicos tem ganhado força devido a sua capacidade de explicar muitos fenômenos físicos e gerar novas descrições do mundo em que vivemos. A maioria dos desenvolvimentos recentes em Física Teórica baseiam-se no uso de dimensões extras, onde se destaca a Teoria de Cordas.

Teoria de Cordas

Atualmente sabemos que sob altas energias, a Teoria da Relatividade Geral falha pois perde sua capacidade de predição. Para um entendimento de processos físicos nesse nível de energia faz-se necessário o desenvolvimento de uma teoria quântica da gravitação.

Uma candidata promissora, capaz de gerar uma descrição unificada dos campos de matéria do Modelo Padrão e da gravitação, é a Teoria de Cordas.

A Teoria de Cordas prevê que o espaço-tempo em que vivemos é composto de 10 dimensões sendo 1 dimensão temporal e 9 espaciais. Esse espaço-tempo 10-dimensional recebe o nome de bulk. Como até agora, o mundo físico observável é 4-dimensional, ela assume que as outras 6 dimensões espaciais são pequenas e compactas, ou seja, estão enroladas de modo que um observador não seja capaz de observá-las diretamente mas seja capaz de sentir seus efeitos no seu mundo observável. Uma analogia interessante utilizada para explicar essa idéia é a analogia da mangueira de jardim.

Se olharmos de perto, para uma mangueira de jardim, estendida no chão, observaremos que ela é um objeto tridimensional com largura, espessura e comprimento. Agora se observarmos essa mesma mangueira de muito longe veremos apenas uma linha estendida no chão e assim nada podemos dizer se aquele objeto possui mais dimensões.

Outra previsão da Teoria de Cordas é a existência de subvariedades p+1𝑝1p+1 dimensionais do espaço-tempo 10-dimensional que recebem o nome de p𝑝p-branas. Um importante subconjunto das p𝑝p-branas são as D𝐷D-branas.

D𝐷D-branas são hipersuperfícies que funcionam como condições de contorno do espaço-tempo 10-dimensional onde a extremidade de cordas abertas são presas.

Na Teoria de Cordas os grávitons são representados por cordas fechadas que podem se propagar pelo bulk. Já os campos de calibre do modelo padrão são representados pelas extremidades de cordas abertas que podem se mover apenas sobre as p𝑝p-branas. Isto é, os campos de calibre permanecem confinados às p𝑝p-branas.

Problema da Hierarquia

O problema da Hierarquia surge da grande diferença entre as escalas eletrofraca Eef103GeVsimilar-tosubscript𝐸𝑒𝑓superscript103𝐺𝑒𝑉E_{ef}\sim 10^{3}\ GeV e a escala de Planck 4-dimensional Ep1019GeVsimilar-tosubscript𝐸𝑝superscript1019𝐺𝑒𝑉E_{p}\sim 10^{19}\ GeV. Essa grande diferença torna-se um problema quando se faz necessário um tratamento unificado da gravitação e da mecânica quântica para um determinado processo físico.

Os conceitos apresentados acima inspiraram os modelos de Mundo Brana conhecidos. Atualmente existem diversos modelos de Mundo Brana com características bem específicas.
Apresentaremos na seção a seguir dois modelos bem conhecidos: ADD e Randall-Sundrum. Estes dois modelos impulsionaram avanços na física de partículas e mesmo na cosmologia.

6.1 Um olhar sobre o Mundo Brana

Essa seção sobre Mundo Brana foi inspirada nos trabalhos realizados por Michele F. Ferraz [34] e Adenauer G. Casali [35].

6.1.1 Modelo ADD

A motivação do modelo ADD [18] repousa na solução do problema da hierarquia fazendo uso de dimensões extras.

Este modelo é constituído de um espaço-tempo (4+d)4𝑑(4+d) dimensional, onde campos de matéria estão confinados a uma brana 4-dimensional de “espessura”Eef1superscriptsubscript𝐸𝑒𝑓1E_{ef}^{\phantom{ef}{-1}} e apenas a gravidade é livre para se propagar por todo o bulk (4+d)4𝑑(4+d) dimensional. As d𝑑d dimensões extras são compactas com raio R𝑅R, ou seja, limitada por condições de contorno que as tornam finitas, e podendo assumir topologias diversas. Para o caso de d=2𝑑2d=2 por exemplo, podemos ter uma 2-esfera ou um toros com raio interno nulo. Neste modelo existe a possibilidade de campos de matéria sairem para o bulk carregando energia.

Entretanto, carga elétrica, por exemplo, deve se conservar não podendo assim escapar para o bulk.

Seguindo esses conceitos, a proposta do trabalho [18], é mostrar que para um mundo com 6 dimensões o problema da hierarquia é solucionado e pode ser confirmado experimentalmente em breve.

Podemos mostrar pela Lei de Gauss em (4+d)4𝑑(4+d) dimensões que o potencial em torno de uma massa pontual M𝑀M é dado por

V(r)=G4+dMr1+d𝑉𝑟subscript𝐺4𝑑𝑀superscript𝑟1𝑑\displaystyle V(r)=\frac{G_{4+d}M}{r^{1+d}} (6.1)

onde G4+dsubscript𝐺4𝑑G_{4+d} é a escala gravitacional em (4+d)4𝑑(4+d) dimensões.

Tomando r𝑟r como a distância entre um ponto qualquer e a massa pontual, e R𝑅R a largura das dimensões extras temos que se r<R𝑟𝑅r<R, então o potencial V(r)𝑉𝑟V(r) será

V(r)r(1+d).similar-to𝑉𝑟superscript𝑟1𝑑\displaystyle V(r)\sim r^{-(1+d)}\ . (6.2)

A essa distância as dimensões extras influem no comportamento do potencial como pode ser visto.

Para uma distância r>R𝑟𝑅r>R vemos que as dimensões extras não influenciam fortemente o potencial de modo que recuperamos o potencial 4-dimensional

V(r)=G4+dMrRd.𝑉𝑟subscript𝐺4𝑑𝑀𝑟superscript𝑅𝑑\displaystyle V(r)=\frac{G_{4+d}M}{rR^{d}}\ . (6.3)

Disto podemos escrever a escala gravitacional 4-dimensional como

G4=G4+dRdsubscript𝐺4subscript𝐺4𝑑superscript𝑅𝑑\displaystyle G_{4}=\frac{G_{4+d}}{R^{d}} (6.4)

ou em termos da Massa de Planck,

MPL2=M4+dd+2Rd.superscriptsubscript𝑀𝑃𝐿2superscriptsubscript𝑀4𝑑𝑑2superscript𝑅𝑑\displaystyle M_{PL}^{2}=M_{4+d}^{d+2}R^{d}. (6.5)

Se supusermos M4+dsubscript𝑀4𝑑M_{4+d} da ordem da escala eletrofraca (Eef103GeV)similar-tosubscript𝐸𝑒𝑓superscript103𝐺𝑒𝑉(E_{ef}\sim 10^{3}\ GeV) e MPL1019GeVsimilar-tosubscript𝑀𝑃𝐿superscript1019𝐺𝑒𝑉M_{PL}\sim 10^{19}\ GeV teremos da equação (6.5) que

R=MPL2/dM4+dd+2d=10(32/d)17cm.𝑅superscriptsubscript𝑀𝑃𝐿2𝑑superscriptsubscript𝑀4𝑑𝑑2𝑑superscript1032𝑑17𝑐𝑚\displaystyle R=\frac{M_{PL}^{2/d}}{M_{4+d}^{\frac{d+2}{d}}}=10^{(32/d)-17}cm. (6.6)

Se tivermos d=1𝑑1d=1 o raio da dimensão extra será R1015cmsimilar-to𝑅superscript1015𝑐𝑚R\sim 10^{15}cm o que implicaria em violações na gravitação em distâncias da ordem do sistema solar.

Se adotarmos entretanto d=2𝑑2d=2 com uma topologia tipo toros o valor do raio das dimensões extras será

R1mm.𝑅1𝑚𝑚\displaystyle R\approx 1mm. (6.7)

Como experimentos, que medem a validade do potencial V(r)1rsimilar-to𝑉𝑟1𝑟V(r)\sim\frac{1}{r}, tem precisão até a ordem de 0,1mm0.1𝑚𝑚0,1\ mm, fica aberta a possibilidade de termos uma nova lei do potencial. Novos experimentos com maior precisão poderão nos dizer como se comporta o potencial gravitacional a pequenas distâncias e assim validar ou não as hipóteses do modelo ADD.

6.1.2 Modelos Randall-Sundrum

Como o modelo ADD, os modelos de Randall-Sundrum (RS) [16, 17] foram inicialmente propostos no intuito de fornecer um novo mecanismo para solucionar o problema da hierarquia. Entretanto muitas outras aplicações foram dadas a esses modelos posteriormente, tais como o estudo de cosmologia de branas, buracos negros em branas, etc.

Diferentemente do modelo ADD os modelos RS se utilizam apenas de uma única dimensão extra espacial. Os modelos RS constituem um espaço-tempo 5-dimensional onde apenas a gravidade pode propagar-se livrevemente, podendo ter duas (RS-I) ou uma brana (RS-II), onde os campos de matéria permanecem confinados.
Nestes modelos a métrica é não fatorável de modo que a métrica de Minkowski é multiplicada por um fator de deformação que depende da dimensão extra. É esse fator que atenua a gravidade e corrige a escala de Planck resolvendo o Problema da Hierarquia.

RS-I

O modelo RS-I [16] consiste em um espaço 5-dimensional com constante cosmológica Λ5DsubscriptΛ5𝐷\Lambda_{5D} negativa, denominado bulk, onde a quinta dimensão é espacial e compacta. A dimensão extra é representada pela coordenada y𝑦y e possui raio de compactificação rcsubscript𝑟𝑐r_{c} de modo que πrcyπrc𝜋subscript𝑟𝑐𝑦𝜋subscript𝑟𝑐-\pi r_{c}\leq y\leq\pi r_{c}.

Duas branas são utilizadas neste modelo e correspondem a pontos fixos no bulk, ou seja, são condições de contorno do espaço 5-dimensional.

Adotaremos a simetria Z2subscript𝑍2Z_{2}, yy𝑦𝑦y\rightarrow-y, ou seja, as branas funcionarão como espelhos dividindo o bulk em duas partes idênticas. Por isso podemos restringir o intervalo que nossa coordenada extra cobre para 0yπrc0𝑦𝜋subscript𝑟𝑐0\leq y\leq\pi r_{c}. Podemos então localizar a brana visível, que corresponde ao nosso universo 4-dimensional, sobre y=0𝑦0y=0 e a segunda brana escondida sobre o ponto y=πrc𝑦𝜋subscript𝑟𝑐y=\pi r_{c}. Assim teremos as métricas sobre as branas como sendo

gvisabsubscriptsuperscript𝑔𝑎𝑏𝑣𝑖𝑠\displaystyle g^{ab}_{vis} =\displaystyle= Gμν(y=0)δμaδνb,superscript𝐺𝜇𝜈𝑦0subscriptsuperscript𝛿𝑎𝜇subscriptsuperscript𝛿𝑏𝜈\displaystyle G^{\mu\nu}(y=0)\delta^{a}_{\mu}\delta^{b}_{\nu}, (6.8)
gescabsubscriptsuperscript𝑔𝑎𝑏𝑒𝑠𝑐\displaystyle g^{ab}_{esc} =\displaystyle= Gμν(y=πrc)δμaδνb,superscript𝐺𝜇𝜈𝑦𝜋subscript𝑟𝑐subscriptsuperscript𝛿𝑎𝜇subscriptsuperscript𝛿𝑏𝜈\displaystyle G^{\mu\nu}(y=\pi r_{c})\delta^{a}_{\mu}\delta^{b}_{\nu}, (6.9)

com μ,ν=04𝜇𝜈04\mu,\nu=0\dots 4 e a,b=03𝑎𝑏03a,b=0\dots 3.
O cenário adotado neste modelo é descrito pela seguinte ação clássica

S=S5D+Svis+Sesc,𝑆subscript𝑆5𝐷subscript𝑆𝑣𝑖𝑠subscript𝑆𝑒𝑠𝑐\displaystyle S=S_{5D}+S_{vis}+S_{esc}\ , (6.10)

onde

S5Dsubscript𝑆5𝐷\displaystyle S_{5D} =\displaystyle= |G|[Λ5D+2M5D3R]d4x𝑑y,𝐺delimited-[]subscriptΛ5𝐷2subscriptsuperscript𝑀35𝐷𝑅superscript𝑑4𝑥differential-d𝑦\displaystyle\int\ \sqrt{|G|}\left[-\Lambda_{5D}+2M^{3}_{5D}R\right]\ d^{4}xdy\ , (6.11)
Svissubscript𝑆𝑣𝑖𝑠\displaystyle S_{vis} =\displaystyle= |gvis|[vis2λvis]δ(y)d4x𝑑y,subscript𝑔𝑣𝑖𝑠delimited-[]subscript𝑣𝑖𝑠2subscript𝜆𝑣𝑖𝑠𝛿𝑦superscript𝑑4𝑥differential-d𝑦\displaystyle\int\ \sqrt{|g_{vis}|}\left[\mathcal{L}_{vis}-2\lambda_{vis}\right]\delta(y)\ d^{4}xdy\ , (6.12)
Sescsubscript𝑆𝑒𝑠𝑐\displaystyle S_{esc} =\displaystyle= |gesc|[esc2λesc]δ(yπrc)d4x𝑑y,subscript𝑔𝑒𝑠𝑐delimited-[]subscript𝑒𝑠𝑐2subscript𝜆𝑒𝑠𝑐𝛿𝑦𝜋subscript𝑟𝑐superscript𝑑4𝑥differential-d𝑦\displaystyle\int\ \sqrt{|g_{esc}|}\left[\mathcal{L}_{esc}-2\lambda_{esc}\right]\delta(y-\pi r_{c})\ d^{4}xdy\ , (6.13)

onde M5Dsubscript𝑀5𝐷M_{5D} é a escala de Planck em 5-D, λvissubscript𝜆𝑣𝑖𝑠\lambda_{vis} e λescsubscript𝜆𝑒𝑠𝑐\lambda_{esc} são as tensões nas branas que atuam como origens gravitacionais na ausência de excitações de partículas. As Lagrangeanas das branas são dadas por \mathcal{L} entretanto seus detalhes não são relevantes para a determinação da métrica 5-dimensional.

Efetuando uma variação na ação (6.10) e lembrando que, nas fronteiras δgab=δGμνδaμδbν𝛿subscript𝑔𝑎𝑏𝛿subscript𝐺𝜇𝜈superscriptsubscript𝛿𝑎𝜇superscriptsubscript𝛿𝑏𝜈\delta g_{ab}=\delta G_{\mu\nu}\delta_{a}^{\mu}\delta_{b}^{\nu} e o termo δRμν𝛿subscript𝑅𝜇𝜈\delta R_{\mu\nu} pode ser deprezado, obteremos as seguintes equações de campo

|G|(Rμν12GμνR)=14M5D3[2|gvis|gvisabδaμδbνλvisδ(y)\displaystyle\sqrt{|G|}(R^{\mu\nu}-\frac{1}{2}G^{\mu\nu}R)=-\frac{1}{4M^{3}_{5D}}\left[2\sqrt{|g_{vis}|}\ g_{vis}^{ab}\ \delta_{a}^{\mu}\delta_{b}^{\nu}\ \lambda_{vis}\ \delta(y)\right.
+|G|GμνΛ5D+2|gesc|gescabδaμδbνλescδ(yπrc)].\displaystyle+\sqrt{|G|}G^{\mu\nu}\Lambda_{5D}+\left.2\sqrt{|g_{esc}|}\ g_{esc}^{ab}\ \delta_{a}^{\mu}\delta_{b}^{\nu}\ \lambda_{esc}\ \delta(y-\pi r_{c})\right]\ . (6.14)

Usando como Ansatz a métrica não fatorável

ds2=e2σ(y)ηabdxadxb+dy2𝑑superscript𝑠2superscript𝑒2𝜎𝑦subscript𝜂𝑎𝑏𝑑superscript𝑥𝑎𝑑superscript𝑥𝑏𝑑superscript𝑦2\displaystyle ds^{2}=e^{2\sigma(y)}\eta_{ab}dx^{a}dx^{b}+dy^{2} (6.15)

e aplicando-o na equação (6.1.2) teremos as equações

6σ26superscript𝜎2\displaystyle 6\sigma^{\prime 2} =\displaystyle= Λ5D4M5D3,subscriptΛ5𝐷4superscriptsubscript𝑀5𝐷3\displaystyle-\frac{\Lambda_{5D}}{4M_{5D}^{3}}, (6.16)
3σ′′3superscript𝜎′′\displaystyle 3\sigma^{\prime\prime} =\displaystyle= λvisδ(y)2M5D3+λescδ(yπrc)2M5D3.subscript𝜆𝑣𝑖𝑠𝛿𝑦2superscriptsubscript𝑀5𝐷3subscript𝜆𝑒𝑠𝑐𝛿𝑦𝜋subscript𝑟𝑐2superscriptsubscript𝑀5𝐷3\displaystyle\frac{\lambda_{vis}\delta(y)}{2M_{5D}^{3}}+\frac{\lambda_{esc}\delta(y-\pi r_{c})}{2M_{5D}^{3}}. (6.17)

A solução consistente com a simetria do problema yy𝑦𝑦y\rightarrow-y para a equação (6.16) é

σ=±|y|Λ5D24M5D3.𝜎plus-or-minus𝑦subscriptΛ5𝐷24superscriptsubscript𝑀5𝐷3\displaystyle\sigma=\pm|y|\sqrt{-\frac{\Lambda_{5D}}{24M_{5D}^{3}}}. (6.18)

Nesta etapa podemos observar que a única solução fisicamente aceitável é uma constante cosmológica Λ5DsubscriptΛ5𝐷\Lambda_{5D} negativa o que caracteriza um bulk do tipo AdS5𝐴𝑑subscript𝑆5AdS_{5}. Portanto o espaço-tempo entre as duas branas é uma fatia de uma geometria AdS5𝐴𝑑subscript𝑆5AdS_{5}.

Derivando a equação (6.18) e lembrando que supusemos uma condição de periodicidade para a coordenada y𝑦y temos

σ′′=±2rcΛ5D24M5D3{δ(y)δ(yπrc)}.superscript𝜎′′plus-or-minus2subscript𝑟𝑐subscriptΛ5𝐷24superscriptsubscript𝑀5𝐷3𝛿𝑦𝛿𝑦𝜋subscript𝑟𝑐\displaystyle\sigma^{\prime\prime}=\pm 2r_{c}\sqrt{-\frac{\Lambda_{5D}}{24M_{5D}^{3}}}\left\{\delta(y)-\delta(y-\pi r_{c})\right\}. (6.19)

Comparando-a com a equação (6.16) vemos que, para que a métrica (6.15) seja solução das equações de campo devemos ter as seguintes relações [34, 35]

λvis=λesc=12M5D3k;Λ5D=24M5D3k2.formulae-sequencesubscript𝜆𝑣𝑖𝑠subscript𝜆𝑒𝑠𝑐minus-or-plus12superscriptsubscript𝑀5𝐷3𝑘subscriptΛ5𝐷24superscriptsubscript𝑀5𝐷3superscript𝑘2\displaystyle\lambda_{vis}=-\lambda_{esc}=\mp 12M_{5D}^{3}k;\qquad\Lambda_{5D}=-24M_{5D}^{3}k^{2}. (6.20)

Desta forma podemos escrever a métrica (6.15) como

ds2=e±2k|y|ηabdxadxb+dy2.𝑑superscript𝑠2superscript𝑒plus-or-minus2𝑘𝑦subscript𝜂𝑎𝑏𝑑superscript𝑥𝑎𝑑superscript𝑥𝑏𝑑superscript𝑦2\displaystyle ds^{2}=e^{\pm 2k|y|}\eta_{ab}dx^{a}dx^{b}+dy^{2}\ . (6.21)

O sinal positivo na métrica (6.21) corresponde ao modelo RS-I onde o crescimento da exponencial na dimensão extra é barrado pela brana escondida. Neste modelo a brana visível possui tensão negativa e a brana escondida tensão positiva. Esse fato é problemático, pois induz uma gravidade repulsiva na brana visível. Esse efeito é observado pois a constante de Newton 4-dimensional depende de λvissubscript𝜆𝑣𝑖𝑠\lambda_{vis}

G4D=λvis6M5D6.subscript𝐺4𝐷subscript𝜆𝑣𝑖𝑠6superscriptsubscript𝑀5𝐷6\displaystyle G_{4D}=\frac{\lambda_{vis}}{6M_{5D}^{6}}\ . (6.22)

RS-II

O modelo RS-II [17] é construído de maneira muito similar ao modelo RS-I exceto pelos fatos de que a dimensão extra não é mais compacta mas sim infinita (rc)subscript𝑟𝑐(r_{c}\rightarrow\infty) e que temos agora uma única brana com tensão positiva.

A simetria Z2subscript𝑍2Z_{2} é mantida neste modelo e o bulk ainda é descrito por um espaço-tempo AdS5𝐴𝑑subscript𝑆5AdS_{5}. O método para a dedução dessa solução é semelhante ao descrito anteriormente de modo que omitiremos os detalhes.

Para o modelo RS-II a métrica que satisfaz as equações de campo será

ds2=e2k|y|ηabdxadxb+dy2,𝑑superscript𝑠2superscript𝑒2𝑘𝑦subscript𝜂𝑎𝑏𝑑superscript𝑥𝑎𝑑superscript𝑥𝑏𝑑superscript𝑦2\displaystyle ds^{2}=e^{-2k|y|}\eta_{ab}dx^{a}dx^{b}+dy^{2}, (6.23)

que corresponde a equação (6.21) com sinal negativo. Esse modelo apresenta algumas vantagens sobre o modelo RS-I. Neste modelo a tensão positiva na brana fornece uma gravidade atrativa como esperado, além de possuir um estado ligado do gráviton 4-dimensional não massivo que não se propaga para a dimensão extra.

Uma propriedade válida aos modelos RS é que eles podem ser escritos na forma conformalmente plana se fizermos a seguinte transformação de coordenadas

z=ley/l𝑧𝑙superscript𝑒𝑦𝑙\displaystyle z=l\ e^{\ y/l} (6.24)

onde l𝑙l é o raio AdS𝐴𝑑𝑆AdS. Desta forma a métrica (6.23), por exemplo, será escrita como

ds2=z[ηabdxadxb+dz2].𝑑superscript𝑠2𝑧delimited-[]subscript𝜂𝑎𝑏𝑑superscript𝑥𝑎𝑑superscript𝑥𝑏𝑑superscript𝑧2\displaystyle ds^{2}=\frac{\ell}{z}\left[\eta_{ab}dx^{a}dx^{b}+dz^{2}\right]. (6.25)

Disso podemos notar que se a métrica de Minkowski for trocada por qualquer métrica do tipo Ricci plana, ela ainda será solução das equações (6.1.2).
Com isso podemos substituir qualquer solução da Relatividade Geral em um cenário do tipo RS podendo assim estudar o comportamento de buraco negros sobre a brana (ver teorema Campbell-Magaard [8]).

6.1.3 Equação de Einstein projetada sobre a brana

Como o intuito deste trabalho é estudar buracos negros sobre a brana precisamos saber como a influência do bulk afeta as equações de movimento na brana.

A projeção das equações de Einstein em uma 3-brana foi estudada por Maeda, Sasaki e Shiromizu [7].

A idéia básica é utilizar as equações de Gauss-Codazzi que projeta a curvatura 5-dimensional ao longo da brana. Apresentaremos esses cálculos com certo detalhe pois consideramo-lo útil no entendimento das seções seguintes quando estudaremos buracos negros sobre a brana.

A princípio, não suporemos nenhuma propriedade especial para o bulk, a não ser que ele é formado por um espaço-tempo 5-dimensional, onde temos 4 dimensões espaciais e 1 dimensão temporal.

Neste trecho do trabalho a notação será alterada. Os indices i,j𝑖𝑗i,j correm de 04040\dots 4 representando o espaço-tempo 5-dimensional. Quando tivermos objetos 4-dimensionais os índices i,j𝑖𝑗i,j correm de 03030\dots 3.

No Mundo Brana nosso universo 4-D é descrito por uma 3-brana, hipersuperfície \mathcal{M} com (3+1) dimensões e métrica induzida qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij} embebida em um espaço-tempo 5-dimensional V𝑉V e métrica gijsubscript𝑔𝑖𝑗g_{ij}. O vetor unitário nisuperscript𝑛𝑖n^{i} normal a brana \mathcal{M} é do tipo espaço de modo que a relação entre a métrica do bulk e a métrica da brana será

qij=gijninj;qij=gijninj;qij=gijninj.formulae-sequencesubscript𝑞𝑖𝑗subscript𝑔𝑖𝑗subscript𝑛𝑖subscript𝑛𝑗formulae-sequencesuperscript𝑞𝑖𝑗superscript𝑔𝑖𝑗superscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑗superscriptsubscript𝑞𝑖𝑗superscriptsubscript𝑔𝑖𝑗subscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑗\displaystyle q_{ij}=g_{ij}-n_{i}n_{j}\ ;\qquad q^{ij}=g^{ij}-n^{i}n^{j}\ ;\qquad q_{i}^{\phantom{i}{j}}=g_{i}^{\phantom{i}{j}}-n_{i}n^{j}\ . (6.26)

Como nisuperscript𝑛𝑖n^{i} é normal à brana temos também

nini=1;gijninj=1;qijni=0.formulae-sequencesuperscript𝑛𝑖subscript𝑛𝑖1formulae-sequencesubscript𝑔𝑖𝑗superscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑗1subscript𝑞𝑖𝑗superscript𝑛𝑖0\displaystyle n^{i}n_{i}=1;\qquad g_{ij}\ n^{i}n^{j}=1;\qquad q_{ij}\ n^{i}=0\ . (6.27)

As equações que governam a relação entre a brana e o bulk são as equações de Gauss-Codazzi [7]

Rbcda4=5Rghifqfaqbgqchqdisuperscript5superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑎𝑏𝑐𝑑4subscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖superscriptsubscript𝑞𝑓𝑎superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑐superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖{}^{4}R^{\ a}_{\phantom{a}{\ bcd}}=\ ^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ q_{f}^{\phantom{f}{a}}q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{c}^{\phantom{c}{h}}q_{d}^{\phantom{d}{i}} +\displaystyle+ KcaKbdKdaKbc,subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑐subscript𝐾𝑏𝑑subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑑subscript𝐾𝑏𝑐\displaystyle K^{a}_{\phantom{a}{c}}K_{bd}-K^{a}_{\phantom{a}{d}}K_{bc}, (6.28)
Kf;ggK;f\displaystyle K_{\phantom{g}{f;\ g}}^{g}-K_{;\ f} =\displaystyle= Rhi5niqfhsuperscriptsubscript𝑅𝑖5superscript𝑛𝑖superscriptsubscript𝑞𝑓\ {}^{5}R_{hi}\ n^{i}\ q_{f}^{\phantom{f}{h}} (6.29)

onde Kij=qaiqbjanbsubscript𝐾𝑖𝑗superscriptsubscript𝑞𝑎𝑖superscriptsubscript𝑞𝑏𝑗subscript𝑎subscript𝑛𝑏K_{ij}=q_{a}^{\phantom{a}{i}}q_{b}^{\phantom{b}{j}}\nabla_{a}n_{b} é a curvatura extrínseca de \mathcal{M}, cujo o traço é dado por K=Kii𝐾superscriptsubscript𝐾𝑖𝑖K=K_{i}^{i} e (;)(\ ;\ ) representa a derivada covariante com respeito a métrica induzida qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij}.

A partir dessas equações construiremos as equações de Einstein sobre a brana de modo a levar em consideração a influência geométrica do bulk. Para tanto precisamos do tensor de Ricci e o escalar de Ricci 4-dimensional que podem ser calculados da equação (6.28).

Se contrairmos os índices a𝑎a e c𝑐c e lembrarmos das propriedades (6.26) e (6.27) nós teremos o tensor de Ricci 4-dimensional

Rbd4superscriptsubscript𝑅𝑏𝑑4{}^{4}R_{bd} =\displaystyle= Rghif5qfaqahqbgqdi+KaaKbdKdaKbasuperscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑓𝑎superscriptsubscript𝑞𝑎superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑎subscript𝐾𝑏𝑑subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑑subscript𝐾𝑏𝑎\ {}^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ q_{f}^{\phantom{f}{a}}q_{a}^{\phantom{a}{h}}q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}+K^{a}_{\phantom{a}{a}}K_{bd}-K^{a}_{\phantom{a}{d}}K_{ba}
Rbd4superscriptsubscript𝑅𝑏𝑑4{}^{4}R_{bd} =\displaystyle= Rghif5(gfanfna)(gahnanh)qbgqdi+KKbdKdaKbasuperscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑔𝑓𝑎subscript𝑛𝑓superscript𝑛𝑎superscriptsubscript𝑔𝑎subscript𝑛𝑎superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖𝐾subscript𝐾𝑏𝑑subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑑subscript𝐾𝑏𝑎\ {}^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ (g_{f}^{\phantom{f}{a}}-n_{f}n^{a})(g_{a}^{\phantom{a}{h}}-n_{a}n^{h})\ q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}+K\ K_{bd}-K^{a}_{\phantom{a}{d}}K_{ba}
Rbd4superscriptsubscript𝑅𝑏𝑑4{}^{4}R_{bd} =\displaystyle= Rghif5(gfagahnfnh)qbgqdi+KKbdKdaKbasuperscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑔𝑓𝑎superscriptsubscript𝑔𝑎subscript𝑛𝑓superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖𝐾subscript𝐾𝑏𝑑subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑑subscript𝐾𝑏𝑎\ {}^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ (g_{f}^{\phantom{f}{a}}g_{a}^{\phantom{a}{h}}-n_{f}n^{h})\ q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}+K\ K_{bd}-K^{a}_{\phantom{a}{d}}K_{ba}
Rbd4superscriptsubscript𝑅𝑏𝑑4{}^{4}R_{bd} =\displaystyle= Rgi5qbgqdi5Rghifnfnhqbgqdi+KKbdKdaKbasuperscript5superscriptsubscript𝑅𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖subscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖subscript𝑛𝑓superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖𝐾subscript𝐾𝑏𝑑subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑑subscript𝐾𝑏𝑎\ {}^{5}R_{gi}\ q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}-\ ^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ n_{f}n^{h}\ q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}+K\ K_{bd}-K^{a}_{\phantom{a}{d}}K_{ba} (6.30)

Calculemos agora o escalar de Ricci 4-dimensional contraindo a equação (6.30) com qbdsuperscript𝑞𝑏𝑑q^{bd}

R4superscript𝑅4{}^{4}R =\displaystyle= qbdRbd4superscript𝑞𝑏𝑑superscriptsubscript𝑅𝑏𝑑4\displaystyle q^{bd}\ {}^{4}R_{bd}
R4superscript𝑅4{}^{4}R =\displaystyle= Rgi5qgiqbdRghif5nfnhqbgqdi+qbdKKbdqbdKdaKbasuperscriptsubscript𝑅𝑔𝑖5superscript𝑞𝑔𝑖superscript𝑞𝑏𝑑superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖5subscript𝑛𝑓superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖superscript𝑞𝑏𝑑𝐾subscript𝐾𝑏𝑑superscript𝑞𝑏𝑑subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑑subscript𝐾𝑏𝑎\ {}^{5}R_{gi}\ q^{gi}-q^{bd}\ {}^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ n_{f}n^{h}\ q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}+q^{bd}\ K\ K_{bd}-q^{bd}\ K^{a}_{\phantom{a}{d}}K_{ba}
R4superscript𝑅4{}^{4}R =\displaystyle= Rgi5qgiqbdRghif5nfnhqbgqdi+K2KabKabsuperscriptsubscript𝑅𝑔𝑖5superscript𝑞𝑔𝑖superscript𝑞𝑏𝑑superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖5subscript𝑛𝑓superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑏𝑔superscriptsubscript𝑞𝑑𝑖superscript𝐾2superscript𝐾𝑎𝑏subscript𝐾𝑎𝑏\ {}^{5}R_{gi}\ q^{gi}-q^{bd}\ {}^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ n_{f}n^{h}\ q_{b}^{\phantom{b}{g}}q_{d}^{\phantom{d}{i}}+K^{2}-K^{ab}K_{ab} (6.31)

Com isso podemos escrever o tensor de Einstein Gkmsubscript𝐺𝑘𝑚G_{km} 4-dimensional como

Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= Rkm412qkm4Rsuperscriptsubscript𝑅𝑘𝑚412superscriptsubscript𝑞𝑘𝑚4𝑅\ {}^{4}R_{km}-\frac{1}{2}q_{km}\ ^{4}R
Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= Rgi5qkgqmi5Rghifnfnhqkgqmi+KKkmKmaKkasuperscript5superscriptsubscript𝑅𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖subscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖subscript𝑛𝑓superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖𝐾subscript𝐾𝑘𝑚limit-fromsubscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎\ {}^{5}R_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\ ^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ n_{f}n^{h}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-
\displaystyle- 12qkm{Rrs5qrsqbdRrlst5ntnlqbrqds+K2KjcKjc}12subscript𝑞𝑘𝑚superscriptsubscript𝑅𝑟𝑠5superscript𝑞𝑟𝑠superscript𝑞𝑏𝑑superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑡𝑟𝑙𝑠5subscript𝑛𝑡superscript𝑛𝑙superscriptsubscript𝑞𝑏𝑟superscriptsubscript𝑞𝑑𝑠superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\displaystyle\frac{1}{2}q_{km}\left\{\ {}^{5}R_{rs}\ q^{rs}-q^{bd}\ {}^{5}R^{\ t}_{\phantom{t}{\ rls}}\ n_{t}n^{l}\ q_{b}^{\phantom{b}{r}}q_{d}^{\phantom{d}{s}}+K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right\}
Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= (Rgi5qkgqmi12qkm5Rrsqrs)E~km+KKkmKmaKkasuperscriptsubscript𝑅𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖12superscriptsubscript𝑞𝑘𝑚5subscript𝑅𝑟𝑠superscript𝑞𝑟𝑠subscript~𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚limit-fromsubscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎\displaystyle\left(\ {}^{5}R_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\frac{1}{2}q_{km}\ ^{5}R_{rs}\ q^{rs}\right)-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-
\displaystyle- 12qkm[K2KjcKjcqbdRrlst5ntnlqbrqds]12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐superscript𝑞𝑏𝑑superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑡𝑟𝑙𝑠5subscript𝑛𝑡superscript𝑛𝑙superscriptsubscript𝑞𝑏𝑟superscriptsubscript𝑞𝑑𝑠\displaystyle\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}-q^{bd}\ {}^{5}R^{\ t}_{\phantom{t}{\ rls}}\ n_{t}n^{l}\ q_{b}^{\phantom{b}{r}}q_{d}^{\phantom{d}{s}}\right]
Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= (Rgi512(ggingni)[R55Rrsnrns])qkgqmiE~km+KKkmsuperscriptsubscript𝑅𝑔𝑖512subscript𝑔𝑔𝑖subscript𝑛𝑔subscript𝑛𝑖delimited-[]superscript5superscript𝑅5subscript𝑅𝑟𝑠superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖subscript~𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚\displaystyle\left(\ {}^{5}R_{gi}-\frac{1}{2}(g_{gi}-n_{g}n_{i})\left[\ {}^{5}R-\ ^{5}R_{rs}n^{r}n^{s}\right]\right)q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}
\displaystyle- KmaKka12qkm[K2KjcKjcqbdRrlst5ntnlqbrqds]subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐superscript𝑞𝑏𝑑superscriptsubscriptsuperscript𝑅𝑡𝑟𝑙𝑠5subscript𝑛𝑡superscript𝑛𝑙superscriptsubscript𝑞𝑏𝑟superscriptsubscript𝑞𝑑𝑠\displaystyle K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}-q^{bd}\ {}^{5}R^{\ t}_{\phantom{t}{\ rls}}\ n_{t}n^{l}\ q_{b}^{\phantom{b}{r}}q_{d}^{\phantom{d}{s}}\right]
Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= (Rgi512ggi5R)qkgqmi+125RrsqkmnrnsE~km+KKkmsuperscriptsubscript𝑅𝑔𝑖512superscriptsubscript𝑔𝑔𝑖5𝑅superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖superscript125subscript𝑅𝑟𝑠subscript𝑞𝑘𝑚superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠subscript~𝐸𝑘𝑚limit-from𝐾subscript𝐾𝑘𝑚\displaystyle\left(\ {}^{5}R_{gi}-\frac{1}{2}g_{gi}\ ^{5}R\right)q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}+\frac{1}{2}\ ^{5}R_{rs}\ q_{km}\ n^{r}n^{s}-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}-
\displaystyle- KmaKka12qkm[K2KjcKjc5Rrlstntnlqrs]subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript5superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐subscriptsuperscript𝑅𝑡𝑟𝑙𝑠subscript𝑛𝑡superscript𝑛𝑙superscript𝑞𝑟𝑠\displaystyle K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}-\ ^{5}R^{\ t}_{\phantom{t}{\ rls}}\ n_{t}n^{l}\ q^{rs}\right]
Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= Ggi5qkgqmiE~km+KKkmKmaKka12qkm[K2KjcKjc]superscriptsubscript𝐺𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖subscript~𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\ {}^{5}G_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right]
+\displaystyle+ 12qkm[Rrs5nrns+5Rprlsnpnlqrs]12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript5superscriptsubscript𝑅𝑟𝑠5superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠subscript𝑅𝑝𝑟𝑙𝑠superscript𝑛𝑝superscript𝑛𝑙superscript𝑞𝑟𝑠\displaystyle\frac{1}{2}q_{km}\left[\ {}^{5}R_{rs}\ n^{r}n^{s}+\ ^{5}R_{prls}\ n^{p}n^{l}\ q^{rs}\right]
Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= Ggi5qkgqmiE~km+KKkmKmaKka12qkm[K2KjcKjc]superscriptsubscript𝐺𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖subscript~𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\ {}^{5}G_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right] (6.33)
+\displaystyle+ 12qkm[Rrs5nrns+5Rrsnrns5Rrpslnpnlnrns]12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript5superscript5superscriptsubscript𝑅𝑟𝑠5superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠subscript𝑅𝑟𝑠superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠subscript𝑅𝑟𝑝𝑠𝑙superscript𝑛𝑝superscript𝑛𝑙superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠\displaystyle\frac{1}{2}q_{km}\left[\ {}^{5}R_{rs}\ n^{r}n^{s}+\ ^{5}R_{rs}\ n^{r}n^{s}-\ ^{5}R_{rpsl}\ n^{p}n^{l}n^{r}n^{s}\right]

Como Rrpslsubscript𝑅𝑟𝑝𝑠𝑙R_{rpsl} é um tensor anti-simétrico e npnlnrnssuperscript𝑛𝑝superscript𝑛𝑙superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠n^{p}n^{l}n^{r}n^{s} é simétrico, o termo acima Rrpsl5npnlnrnssuperscriptsubscript𝑅𝑟𝑝𝑠𝑙5superscript𝑛𝑝superscript𝑛𝑙superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠\ {}^{5}R_{rpsl}\ n^{p}n^{l}n^{r}n^{s} se anula.

Assim teremos o tensor de Einstein 4-dimensional como sendo

Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= Ggi5qkgqmiE~km+KKkmKmaKkasuperscriptsubscript𝐺𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖subscript~𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎\ {}^{5}G_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka} (6.34)
+\displaystyle+ qkm5Rrsnrns12qkm[K2KjcKjc]superscriptsubscript𝑞𝑘𝑚5subscript𝑅𝑟𝑠superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\displaystyle q_{km}\ ^{5}R_{rs}\ n^{r}n^{s}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right]

onde

E~km=5Rghifnfnhqkgqmi.superscript5subscript~𝐸𝑘𝑚subscriptsuperscript𝑅𝑓𝑔𝑖subscript𝑛𝑓superscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖\displaystyle\widetilde{E}_{km}=\ ^{5}R^{\ f}_{\phantom{f}{\ ghi}}\ n_{f}n^{h}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}\ . (6.35)

Como pretendemos obter as equações de Einstein sobre a brana com a menor quantidade de objetos 5-dimensionais, precisamos reescrever o tensor de Einstein 5-dimensional. Para isso usaremos as equações de Einstein 5-dimensionais

Rgi512ggi5R=k52Tgi5,superscriptsubscript𝑅𝑔𝑖512superscriptsubscript𝑔𝑔𝑖5𝑅superscriptsubscript𝑘52superscriptsubscript𝑇𝑔𝑖5{}^{5}R_{gi}-\frac{1}{2}g_{gi}\ ^{5}R=k_{5}^{2}\ {}^{5}T_{gi}, (6.36)

e do tensor de Weyl Cabcd5superscriptsubscript𝐶𝑎𝑏𝑐𝑑5\ {}^{5}C_{abcd}

Cabcd5=5Rabcdsuperscript5superscriptsubscript𝐶𝑎𝑏𝑐𝑑5subscript𝑅𝑎𝑏𝑐𝑑{}^{5}C_{abcd}=\ ^{5}R_{abcd} \displaystyle- 13(gac5Rdbgad5Rcbgbc5Rda+gbd5Rca)13superscriptsubscript𝑔𝑎𝑐5subscript𝑅𝑑𝑏superscriptsubscript𝑔𝑎𝑑5subscript𝑅𝑐𝑏superscriptsubscript𝑔𝑏𝑐5subscript𝑅𝑑𝑎superscriptsubscript𝑔𝑏𝑑5subscript𝑅𝑐𝑎\displaystyle\frac{1}{3}\left(g_{ac}\ ^{5}R_{db}-g_{ad}\ ^{5}R_{cb}-g_{bc}\ ^{5}R_{da}+g_{bd}\ ^{5}R_{ca}\right) (6.37)
+\displaystyle+ 112(gacgdbgadgcb)5R.112superscriptsubscript𝑔𝑎𝑐subscript𝑔𝑑𝑏subscript𝑔𝑎𝑑subscript𝑔𝑐𝑏5𝑅\displaystyle\frac{1}{12}\left(g_{ac}g_{db}-g_{ad}g_{cb}\right)\ ^{5}R\ .

Da equação (6.36) obtemos, após alguma álgebra, o escalar de Ricci e o tensor de Ricci 5-D em termos do tensor momento-energia Tgi5superscriptsubscript𝑇𝑔𝑖5\ {}^{5}T_{gi}

R5=23k52T5;5Rgi=k523(35Tgi5Tggi).{}^{5}R=-\frac{2}{3}k_{5}^{2}\ {}^{5}T;\qquad^{5}R_{gi}=\frac{k_{5}^{2}}{3}\left(3\ ^{5}T_{gi}-\ ^{5}Tg_{gi}\right)\ . (6.38)

Substituindo as equações (6.38) na equação (6.34) teremos

Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= k52Tgi5qkgqmiE~km+KKkmKmaKkasuperscriptsubscript𝑘52superscriptsubscript𝑇𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖subscript~𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎\displaystyle k_{5}^{2}\ {}^{5}T_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}-\widetilde{E}_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka} (6.39)
+\displaystyle+ qkmk523(35Trs5Tgrs)nrns12qkm[K2KjcKjc].subscript𝑞𝑘𝑚superscriptsubscript𝑘523superscript5superscript35subscript𝑇𝑟𝑠𝑇subscript𝑔𝑟𝑠superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\displaystyle q_{km}\frac{k_{5}^{2}}{3}\left(3\ ^{5}T_{rs}-\ ^{5}Tg_{rs}\right)n^{r}n^{s}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right].

Usando a equação (6.37) podemos achar uma relação para E~kmsubscript~𝐸𝑘𝑚\widetilde{E}_{km} em função do tensor de Weyl,

E~kmsubscript~𝐸𝑘𝑚\displaystyle\widetilde{E}_{km} =\displaystyle= 13(Rrs5qkrqms+5Rigninggrsqkrqms)13superscript5superscriptsubscript𝑅𝑟𝑠5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠subscript𝑅𝑖𝑔superscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑔subscript𝑔𝑟𝑠superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠\displaystyle\frac{1}{3}\left(\ {}^{5}R_{rs}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}+\ ^{5}R_{ig}\ n^{i}n^{g}\ g_{rs}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}\right) (6.40)
\displaystyle- 1125Rgrsqkrqms+5Cirgsningqkrqms.superscript5superscript1125𝑅subscript𝑔𝑟𝑠superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠subscript𝐶𝑖𝑟𝑔𝑠superscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑔superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠\displaystyle\frac{1}{12}\ ^{5}R\ g_{rs}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}+\ ^{5}C_{irgs}\ n^{i}n^{g}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}\ .

Reescrevendo E~kmsubscript~𝐸𝑘𝑚\widetilde{E}_{km} em termos do tensor momento-energia e seu traço teremos

E~kmsubscript~𝐸𝑘𝑚\displaystyle\widetilde{E}_{km} =\displaystyle= k5235Trsqkrqmsk5265Tqrs+Ekmsuperscriptsuperscriptsubscript𝑘5235subscript𝑇𝑟𝑠superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠superscriptsuperscriptsubscript𝑘5265𝑇subscript𝑞𝑟𝑠subscript𝐸𝑘𝑚\displaystyle\frac{k_{5}^{2}}{3}\ ^{5}T_{rs}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}-\frac{k_{5}^{2}}{6}\ ^{5}T\ q_{rs}+E_{km} (6.41)
+\displaystyle+ k523(Tgi5ning)qkmsuperscriptsubscript𝑘523superscriptsubscript𝑇𝑔𝑖5superscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑔subscript𝑞𝑘𝑚\displaystyle\frac{k_{5}^{2}}{3}\left(\ {}^{5}T_{gi}\ n^{i}n^{g}\right)q_{km}

onde

Ekm=5Cirgsningqkrqms.superscript5subscript𝐸𝑘𝑚subscript𝐶𝑖𝑟𝑔𝑠superscript𝑛𝑖superscript𝑛𝑔superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠\displaystyle E_{km}=\ ^{5}C_{irgs}\ n^{i}n^{g}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}\ . (6.42)

Substituindo a equação (6.41) nas equações de Einstein 4-dimensionais teremos

Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= k52Tgi5qkgqmi(113)+k523(25TrsnrnsT52)qkmsuperscriptsubscript𝑘52superscriptsubscript𝑇𝑔𝑖5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑔superscriptsubscript𝑞𝑚𝑖113superscriptsubscript𝑘523superscript25subscript𝑇𝑟𝑠superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠superscript𝑇52subscript𝑞𝑘𝑚\displaystyle k_{5}^{2}\ {}^{5}T_{gi}\ q_{k}^{\phantom{k}{g}}q_{m}^{\phantom{m}{i}}\left(1-\frac{1}{3}\right)+\frac{k_{5}^{2}}{3}\left(2\ ^{5}T_{rs}n^{r}n^{s}-\frac{\ {}^{5}T}{2}\right)q_{km} (6.43)
\displaystyle- Ekm+KKkmKmaKka12qkm[K2KjcKjc].subscript𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\displaystyle E_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right]\ .

Portanto as equações de Einstein 4-dimensionais projetadas sobre uma brana serão

Gkm4superscriptsubscript𝐺𝑘𝑚4{}^{4}G_{km} =\displaystyle= 2k523(Trs5qkrqms+[Trs5nrnsT54]qkm)2superscriptsubscript𝑘523superscriptsubscript𝑇𝑟𝑠5superscriptsubscript𝑞𝑘𝑟superscriptsubscript𝑞𝑚𝑠delimited-[]superscriptsubscript𝑇𝑟𝑠5superscript𝑛𝑟superscript𝑛𝑠superscript𝑇54subscript𝑞𝑘𝑚\displaystyle\frac{2k_{5}^{2}}{3}\left(\ {}^{5}T_{rs}\ q_{k}^{\phantom{k}{r}}q_{m}^{\phantom{m}{s}}+\left[{}^{5}T_{rs}\ n^{r}n^{s}-\frac{\ {}^{5}T}{4}\right]q_{km}\right) (6.44)
\displaystyle- Ekm+KKkmKmaKka12qkm[K2KjcKjc].subscript𝐸𝑘𝑚𝐾subscript𝐾𝑘𝑚subscriptsuperscript𝐾𝑎𝑚subscript𝐾𝑘𝑎12subscript𝑞𝑘𝑚delimited-[]superscript𝐾2superscript𝐾𝑗𝑐subscript𝐾𝑗𝑐\displaystyle E_{km}+K\ K_{km}-K^{a}_{\phantom{a}{m}}K_{ka}-\frac{1}{2}q_{km}\left[K^{2}-K^{jc}K_{jc}\right].

Podemos observar na equação acima que temos, além de termos que dependem do tensor momento-energia Tkm5superscriptsubscript𝑇𝑘𝑚5\ {}^{5}T_{km}, termos que são puramente geométricos fazendo papel de “matéria”e curvando o espaço-tempo. Esse resultado nos permite trabalhar com buracos negros com “matéria geométrica”, ou seja, uma “matéria”induzida pelo bulk.

Se usarmos a equação de Codazzi e a equação de Einstein 5-dimensional teremos

Kf;ggK;f\displaystyle K_{\phantom{g}{f;\ g}}^{g}-K_{;\ f} =\displaystyle= k523(35Thi5Tghi)niqfhsuperscriptsubscript𝑘523superscript5superscript35subscript𝑇𝑖𝑇subscript𝑔𝑖superscript𝑛𝑖superscriptsubscript𝑞𝑓\displaystyle\frac{k_{5}^{2}}{3}\left(3\ ^{5}T_{hi}-\ ^{5}T\ g_{hi}\ \right)n^{i}\ q_{f}^{\phantom{f}{h}}
Kf;ggK;f\displaystyle K_{\phantom{g}{f;\ g}}^{g}-K_{;\ f} =\displaystyle= k52Thi5niqfhk5235Tnhqfhsuperscriptsubscript𝑘52superscriptsubscript𝑇𝑖5superscript𝑛𝑖superscriptsubscript𝑞𝑓superscriptsubscriptsuperscript𝑘2535𝑇subscript𝑛superscriptsubscript𝑞𝑓\displaystyle k_{5}^{2}\ {}^{5}T_{hi}n^{i}\ q_{f}^{\phantom{f}{h}}-\frac{k^{2}_{5}}{3}\ ^{5}T\ n_{h}\ q_{f}^{\phantom{f}{h}}
Kf;ggK;f\displaystyle K_{\phantom{g}{f;\ g}}^{g}-K_{;\ f} =\displaystyle= k52Thi5niqfh.superscriptsubscript𝑘52superscriptsubscript𝑇𝑖5superscript𝑛𝑖superscriptsubscript𝑞𝑓\displaystyle k_{5}^{2}\ {}^{5}T_{hi}\ n^{i}\ q_{f}^{\phantom{f}{h}}\ . (6.45)

De agora em diante suporemos válidas algumas das propriedades do mundo brana. Utilizaremos uma única brana e chamaremos a coordenada extra de χ𝜒\chi tal que nidxi=dχsubscript𝑛𝑖𝑑superscript𝑥𝑖𝑑𝜒n_{i}dx^{i}=d\chi de modo que a brana se encontre sobre o ponto χ=0𝜒0\chi=0.

Portanto a métrica que descreve o espaço-tempo 5-dimensional será do tipo

ds2=dχ2+qijdxidxj.𝑑superscript𝑠2𝑑superscript𝜒2subscript𝑞𝑖𝑗𝑑superscript𝑥𝑖𝑑superscript𝑥𝑗\displaystyle ds^{2}=d\chi^{2}+q_{ij}dx^{i}dx^{j}\ . (6.46)

Em geral, modelos de mundo brana não admitem matéria no bulk. Portanto nosso tensor momento-energia 5-dimensional será dado por

Tij5superscriptsubscript𝑇𝑖𝑗5\ {}^{5}T_{ij} =\displaystyle= Λ5gij+Sijδ(χ),subscriptΛ5subscript𝑔𝑖𝑗subscript𝑆𝑖𝑗𝛿𝜒\displaystyle-\Lambda_{5}g_{ij}+S_{ij}\delta(\chi), (6.47)
Sijsubscript𝑆𝑖𝑗\displaystyle S_{ij} =\displaystyle= λqij+τij𝜆subscript𝑞𝑖𝑗subscript𝜏𝑖𝑗\displaystyle-\lambda q_{ij}+\tau_{ij} (6.48)

onde Λ5subscriptΛ5\Lambda_{5} é a constante cosmológica do bulk, λ𝜆\lambda e τijsubscript𝜏𝑖𝑗\tau_{ij} são a tensão na brana e seu tensor momento-energia respectivamente.

Como o tensor momento-energia possui um comportamento singular precisamos saber como a brana se conecta no bulk uma vez que ela divide o bulk em duas partes quebrando a simetria de translação na direção da coordenada extra. Semelhante situação aparece no estudo de uma casca esférica, de modo que existe uma região de transição no espaço-tempo que deve ter solução de continuidade. Essa conexão é dada pelas condições de junção de Israel [36]

[qij]delimited-[]subscript𝑞𝑖𝑗\displaystyle[q_{ij}] =\displaystyle= 00\displaystyle 0 (6.49)
[Kij]delimited-[]subscript𝐾𝑖𝑗\displaystyle\left[K_{ij}\right] =\displaystyle= k52(Sij13qijS)superscriptsubscript𝑘52subscript𝑆𝑖𝑗13subscript𝑞𝑖𝑗𝑆\displaystyle-k_{5}^{2}\left(S_{ij}-\frac{1}{3}q_{ij}S\right) (6.50)

onde a operação [A]delimited-[]𝐴[A] corresponde a

[A]:=limχ+0Alimχ0A=A+A.assigndelimited-[]𝐴subscript𝜒0𝐴subscript𝜒0𝐴superscript𝐴superscript𝐴\displaystyle[A]:=\lim_{\chi\rightarrow+0}A-\lim_{\chi\rightarrow-0}A=A^{+}-A^{-}\ . (6.51)

Inspirados nos modelos RS podemos impor simetria Z2subscript𝑍2Z_{2} no nosso problema tomando a brana como o ponto fixo. Fazendo isso obtemos das condições de junção o comportamento da curvatura extrínseca

Kij+=Kij=12k52(Sij13qijS).superscriptsubscript𝐾𝑖𝑗superscriptsubscript𝐾𝑖𝑗12superscriptsubscript𝑘52subscript𝑆𝑖𝑗13subscript𝑞𝑖𝑗𝑆\displaystyle K_{ij}^{+}=-K_{ij}^{-}=-\frac{1}{2}k_{5}^{2}\left(S_{ij}-\frac{1}{3}q_{ij}S\right)\ . (6.52)

Substituindo a equação (6.52) na equação (6.44) obteremos as equações de campo sobre a brana na forma

Gij4=Λ4qij+8πGNτij+k52πijEij,superscriptsubscript𝐺𝑖𝑗4subscriptΛ4subscript𝑞𝑖𝑗8𝜋subscript𝐺𝑁subscript𝜏𝑖𝑗superscriptsubscript𝑘52subscript𝜋𝑖𝑗subscript𝐸𝑖𝑗\ {}^{4}G_{ij}=-\Lambda_{4}q_{ij}+8\pi G_{N}\tau_{ij}+k_{5}^{2}\pi_{ij}-E_{ij}, (6.53)

onde

Λ4subscriptΛ4\displaystyle\Lambda_{4} =\displaystyle= 12k52(Λ5+16k52λ2),12superscriptsubscript𝑘52subscriptΛ516superscriptsubscript𝑘52superscript𝜆2\displaystyle\frac{1}{2}k_{5}^{2}\left(\Lambda_{5}+\frac{1}{6}k_{5}^{2}\lambda^{2}\right), (6.54)
GNsubscript𝐺𝑁\displaystyle G_{N} =\displaystyle= k54λ48π,superscriptsubscript𝑘54𝜆48𝜋\displaystyle\frac{k_{5}^{4}\lambda}{48\pi}\ , (6.55)
πijsubscript𝜋𝑖𝑗\displaystyle\pi_{ij} =\displaystyle= 14τiaτja+112ττij+18qijτabτab124qijτ2.14subscript𝜏𝑖𝑎superscriptsubscript𝜏𝑗𝑎112𝜏subscript𝜏𝑖𝑗18subscript𝑞𝑖𝑗subscript𝜏𝑎𝑏superscript𝜏𝑎𝑏124subscript𝑞𝑖𝑗superscript𝜏2\displaystyle-\frac{1}{4}\tau_{ia}\tau_{j}^{\phantom{j}{a}}+\frac{1}{12}\tau\tau_{ij}+\frac{1}{8}q_{ij}\tau_{ab}\tau^{ab}-\frac{1}{24}q_{ij}\tau^{2}\ . (6.56)

Alguns comentários a respeito do tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} merecem destaque.

O tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} é a projeção do tensor de Weyl 5-dimensional e carrega a informação de como o campo gravitacional fora da brana se comporta e atua sobre ela. Portanto ele depende fortemente da forma do espaço-tempo no bulk. Ele não é especificado livremente mas sua divergência é vinculada ao conteúdo de matéria na brana que modo que através das identidades de Bianchi contraídas Gij;i=0superscriptsubscript𝐺𝑖𝑗𝑖0G_{ij;}^{\phantom{ij;}{i}}=0 teremos

Eij;i=14k54[τab(τab;jτja;b)+13(τijqijτ)τ;i].superscriptsubscript𝐸𝑖𝑗𝑖14superscriptsubscript𝑘54delimited-[]superscript𝜏𝑎𝑏subscript𝜏𝑎𝑏𝑗subscript𝜏𝑗𝑎𝑏13subscript𝜏𝑖𝑗subscript𝑞𝑖𝑗𝜏superscriptsubscript𝜏;𝑖\displaystyle E_{ij;}^{\phantom{ij;}{i}}=\frac{1}{4}k_{5}^{4}\left[\tau^{ab}(\tau_{ab;j}-\tau_{ja;b})+\frac{1}{3}(\tau_{ij}-q_{ij}\tau)\tau_{;}^{\phantom{;}{i}}\right]\ . (6.57)

Podemos decompor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} em uma parte transversa sem traço EijTTsuperscriptsubscript𝐸𝑖𝑗𝑇𝑇E_{ij}^{TT} e uma parte longitudinal EijLsuperscriptsubscript𝐸𝑖𝑗𝐿E_{ij}^{L}, com a parte longitudinal sendo determinada completamente pela matéria presente na brana. Conseqüentemente se EijTTsuperscriptsubscript𝐸𝑖𝑗𝑇𝑇E_{ij}^{TT} não estiver presente, as equações se fecham apenas com elementos presentes na brana. Entretanto como a parte EijTTsuperscriptsubscript𝐸𝑖𝑗𝑇𝑇E_{ij}^{TT} corresponde aos grávitons nas 5 dimensões, ela vai acabar excitando a matéria presente na brana o que por sua vez acaba excitando o bulk. Isto implica que para resolver completamente as equações de movimento sobre a brana é necessário resolver ao mesmo tempo as equações no bulk.

Uma análise interessante em [7] mostra que o tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} é negligenciável a baixas energias. Isso nos mostra que no limite de baixas energias os efeitos do bulk são desprezíveis e assim recuperamos a equação de Einstein convecional. Quando tratarmos de perturbações gravitacionais em buracos negros em branas discutiremos um pouco mais a respeito do tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij}.

6.2 Buracos Negros no Mundo Brana

Como foi discutido no capítulo anterior, existem grandes chances de que nosso universo seja uma brana imersa em um espaço-tempo de dimensão mais alta. Portanto, tão importante quanto a verificação desses argumentos, é o entendimento de estruturas estelares e buracos negros neste contexto.

Como motivação extra podemos salientar um resultado, que contribui para a solidificação da correspondência AdS/CFT𝐴𝑑𝑆𝐶𝐹𝑇AdS/CFT, obtido em 2005 [45] que apresenta evidências significativas em favor de uma conjectura [46] que diz que buracos negros 4-D localizados sobre a brana que são obtidos como solução clássica de um bulk AdS5𝐴𝑑subscript𝑆5AdS_{5} são na verdade buracos negros com correções quânticas.

Diversos avanços no contexto de Mundo Brana tem sido feitos, tais como os realizados por Hawking [41] que obteve uma solução tipo corda negra, Maartens [11] que obteve uma solução que descreve uma estrela de densidade uniforme sobre a brana, Visser [42] com uma solução que descreve planetas sólidos sobre a brana, Casadio [2, 1] com uma solução tipo “charuto negro”e soluções tipo buracos negros e buracos de minhoca e Bronnikov [5, 10] com uma classe geral de buracos negros e buracos de minhoca. Algumas dessas soluções apresentaram regimes instáveis quando submetidas a perturbações [43], outras ainda não foram estudadas até agora, o que nos motiva ao estudo da estabilidade dessas soluções.

Examinando a equação (6.53) podemos observar que ela apresenta termos extras no tensor momento-energia que surgem da presença do bulk. Isso faz com que nossas equações de Einstein sobre a brana dependa do bulk e portanto não formem um conjunto de equações fechadas se não conhecemos a extensão da solução no bulk. Entretanto essa questão pode ser tratada sob dois aspectos diferentes. O primeiro deles diz respeito a um teorema sobre imersões de hipersuperfícies em espaços-tempo de mais alta dimensão. Esse teorema é conhecido como o Teorema de Campbell-Magaard [8].

Ele declara que qualquer variedade n𝑛n-dimensional pode ser localmente embebida em um espaço de Einstein (n+1)𝑛1(n+1) dimensional.

Uma versão generalizada desse teorema foi obtida por Wesson [8]. Essa versão generalizada inclui a aplicação do teorema a modelos de Mundo Brana e é construída sobre três quantidades: a métrica induzida qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij}, a curvatura extrínseca Kijsubscript𝐾𝑖𝑗K_{ij}, e o tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij}. As equações que descrevem a dinâmica na brana, obtidas na seção anterior dependem dessas quantidades. Portanto não podemos especificar arbitrariamente qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij} e Kijsubscript𝐾𝑖𝑗K_{ij} e resolver as equações de vínculo. Isso acaba implicando em restrições sobre as imersões.

Se adotarmos o modelo RS como base, o que implica em assumirmos simetria Z2subscript𝑍2Z_{2} e confinarmos os campos de matéria na brana , teremos a restrição de que, especificado o tensor momento-energia sobre a brana, a métrica induzida é obtida dinamicamente.

Portanto para a versão generalizada do teorema para Mundo Brana temos que qualquer solução (3+1)31(3+1) dimensional pode ser representada por uma brana no cenário RS.

O segundo deles é extender a solução obtida na brana para o bulk. Essa extensão é realizada de maneira análoga à decomposição padrão em (3+1)31(3+1) dimensões de variedades globalmente hiperbólicas na Relatividade Geral, ou seja, o formalismo ADM [47].

Neste caso a solução na brana funciona como uma “hipersuperfície inicial”que é evoluída na direção da dimensão extra construindo a solução 5-dimensional. Esse mecanismo foi utilizado por Casadio [2] para construir sua solução tipo “charuto negro”. Neste trabalho abordaremos apenas o primeiro aspecto.

Portanto ignoraremos a forma dos buracos negros no bulk invocando o teorema de Campbell-Magaard. Isso implica que não nos importaremos com a forma explícita do tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij}.

A única coisa que precisamos saber a respeito do bulk é que ele é solução das equações de Einstein 5-dimensionais para o vácuo e com cosntante cosmológica Λ5subscriptΛ5\Lambda_{5} que é dada por

μν12gμν=Λ5gμνsubscript𝜇𝜈12subscript𝑔𝜇𝜈subscriptΛ5subscript𝑔𝜇𝜈\displaystyle\mathcal{R}_{\mu\nu}-\frac{1}{2}g_{\mu\nu}\mathcal{R}=\Lambda_{5}\ g_{\mu\nu} (6.58)

onde (μ,ν=0,,4)formulae-sequence𝜇𝜈0.4(\mu,\nu=0,\dots,4).
Utilizando os resultados obtidos na seção anterior podemos escrever as equações de Einstein projetadas na brana como

Gij=Λ4qij+8πGNτij+k54πijEij,subscript𝐺𝑖𝑗subscriptΛ4subscript𝑞𝑖𝑗8𝜋subscript𝐺𝑁subscript𝜏𝑖𝑗superscriptsubscript𝑘54subscript𝜋𝑖𝑗subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle G_{ij}=-\Lambda_{4}q_{ij}+8\pi G_{N}\tau_{ij}+k_{5}^{4}\pi_{ij}-E_{ij}\ , (6.59)

com

Λ4subscriptΛ4\displaystyle\Lambda_{4} =\displaystyle= 12k52(Λ5+16k52λ2),12superscriptsubscript𝑘52subscriptΛ516superscriptsubscript𝑘52superscript𝜆2\displaystyle\frac{1}{2}k_{5}^{2}\left(\Lambda_{5}+\frac{1}{6}k_{5}^{2}\lambda^{2}\right)\ , (6.60)
GNsubscript𝐺𝑁\displaystyle G_{N} =\displaystyle= k54λ48π,superscriptsubscript𝑘54𝜆48𝜋\displaystyle\frac{k_{5}^{4}\lambda}{48\pi}\ , (6.61)
πijsubscript𝜋𝑖𝑗\displaystyle\pi_{ij} =\displaystyle= 14τiaτja+112ττij+18qijτabτab124qijτ2.14subscript𝜏𝑖𝑎superscriptsubscript𝜏𝑗𝑎112𝜏subscript𝜏𝑖𝑗18subscript𝑞𝑖𝑗subscript𝜏𝑎𝑏superscript𝜏𝑎𝑏124subscript𝑞𝑖𝑗superscript𝜏2\displaystyle-\frac{1}{4}\tau_{ia}\tau_{j}^{\phantom{j}a}+\frac{1}{12}\tau\tau_{ij}+\frac{1}{8}q_{ij}\tau_{ab}\tau^{ab}-\frac{1}{24}q_{ij}\tau^{2}\ . (6.62)

onde Λ4subscriptΛ4\Lambda_{4} é a constante cosmológica 4-D, τijsubscript𝜏𝑖𝑗\tau_{ij} é o tensor momento-energia sobre a brana, GNsubscript𝐺𝑁G_{N} é a constante gravitacional de Newton, πijsubscript𝜋𝑖𝑗\pi_{ij} são potências quadráticas do tensor momento-energia e Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} é a projeção “elétrica”do tensor de Weyl 5-D Cμναβsubscript𝐶𝜇𝜈𝛼𝛽C_{\mu\nu\alpha\beta} sobre a brana.

Se introduzirmos coordenadas normais Gaussianas xi(i=0,,3)superscript𝑥𝑖𝑖0.3x^{i}\ (i=0,\dots,3) e z𝑧z (com z=0𝑧0z=0 sobre a brana) e considerarmos ausência de matéria sobre brana (πij=τij=0subscript𝜋𝑖𝑗subscript𝜏𝑖𝑗0\pi_{ij}=\tau_{ij}=0), vamos obter como única combinação das equações de Einstein (6.58) que podem ser escritas sobre a brana sem ambigüidades e sem especificar Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} as seguintes equações de vínculo

iz=0,R=4Λ4.formulae-sequencesubscript𝑖𝑧0𝑅4subscriptΛ4\displaystyle\mathcal{R}_{iz}=0,\qquad R=4\Lambda_{4}\ . (6.63)

Deste ponto em diante faremos Λ4=0subscriptΛ40\Lambda_{4}=0 fazendo o ajuste apropriado entre Λ5subscriptΛ5\Lambda_{5} e a tensão na brana e respeitando as condições de junção necessárias [36].
Se supusermos que nossa solução deve ser estática e possuir simetria esférica podemos escrever nossa métrica como

ds2=A(r)dr2+B(r)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑟2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-A(r)dr^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ . (6.64)

Desta forma podemos obter a métrica sobre a brana de forma completa solucionando a equação

R=12A′′A14(AA)214AABB1r(BBAA)1r2(B1)=0.𝑅12superscript𝐴′′𝐴14superscriptsuperscript𝐴𝐴214superscript𝐴𝐴superscript𝐵𝐵1𝑟superscript𝐵𝐵superscript𝐴𝐴1superscript𝑟2𝐵10\displaystyle R=\frac{1}{2}\frac{A^{\prime\prime}}{A}-\frac{1}{4}\left(\frac{A^{\prime}}{A}\right)^{2}-\frac{1}{4}\frac{A^{\prime}}{A}\frac{B^{\prime}}{B}-\frac{1}{r}\left(\frac{B^{\prime}}{B}-\frac{A^{\prime}}{A}\right)-\frac{1}{r^{2}}(B-1)=0. (6.65)

Portanto, para uma dada função A(r)𝐴𝑟A(r) a equação (6.65) sempre terá uma solução de modo que a função B(r)𝐵𝑟B(r) resultante, será especificada totalmente a menos de uma constante de integração.

Os buracos negros estudados neste trabalho são dois: BN-CFM e BN-SM.

A solução BN-CFM foi obtida por Casadio [1] e de maneira diferente por Maartens [11] como soluçao exterior de uma estrela na brana e por Bronnikov [10] como uma solução particular de uma classe geral de soluções.

6.2.1 Buraco Negro tipo CFM

A métrica que descreve o BN-CFM tem a forma

ds2=(12Mr)dt2+(13M2r)(12Mr)(1Mγ2r)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟𝑑superscript𝑡213𝑀2𝑟12𝑀𝑟1𝑀𝛾2𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}\right)dt^{2}+\frac{\left(1-\frac{3M}{2r}\right)}{\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left(1-\frac{M\gamma}{2r}\right)}\ dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ . (6.66)

Apesar da constante γ𝛾\gamma poder assumir qualquer valor positivo ou negativo nós restringiremos seu valor neste trabalho devido à mudança da estrutura do buraco negro causada pela mudança no intervalo de valores de γ𝛾\gamma.

Para valores de γ>4𝛾4\gamma>4 a solução CFM descreve um buraco negro não-singular com um buraco de minhoca dentro do horizonte de eventos. O diagrama de Penrose dessa solução é o mesmo de um buraco negro de Kerr não extremo (ver figura 6.1).

Refer to caption
Figura 6.1: Diagrama de Penrose do BN-CFM para γ>3𝛾3\gamma>3.

Para valores de γ<4𝛾4\gamma<4 a solução CFM descreve um buraco negro tipo Schwarzschild com a singularidade física deslocada.

Deste ponto em diante assumiremos a condição γ<4𝛾4\gamma<4.

Se analisarmos as escalares invariantes do BN-CFM, veremos que

R𝑅\displaystyle R =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ , (6.67)
RijRijsubscript𝑅𝑖𝑗superscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}R^{ij} similar-to\displaystyle\sim 1(2r3M)4r4,1superscript2𝑟3𝑀4superscript𝑟4\displaystyle\frac{1}{(2r-3M)^{4}r^{4}}\ , (6.68)
RijklRijklsubscript𝑅𝑖𝑗𝑘𝑙superscript𝑅𝑖𝑗𝑘𝑙\displaystyle R_{ijkl}R^{ijkl} similar-to\displaystyle\sim 1(2r3M)4r6,1superscript2𝑟3𝑀4superscript𝑟6\displaystyle\frac{1}{(2r-3M)^{4}r^{6}}\ , (6.69)

ou seja, os escalares explodem para r=0,3M/2𝑟0.3𝑀2r=0,3M/2. Como r=3M/2>r=0𝑟3𝑀2𝑟0r=3M/2>r=0 o espaço compreendido entre 0<r<3M/20𝑟3𝑀20<r<3M/2 não pertence ao nosso universo. Portanto nosso universo é definido pelo intervalo r(3M/2,)𝑟3𝑀2r\in(3M/2,\infty). Sob r=2M𝑟2𝑀r=2M os escalares permanecem regulares.

O diagrama de Penrose para este buraco tem a mesma forma que para Schwarzschild, exceto pelo fato de que a singularidade física foi deslocada de r=0𝑟0r=0 para r=3M2𝑟3𝑀2r=\frac{3M}{2}. O horizonte de eventos continua sendo sobre r=2M𝑟2𝑀r=2M (ver figura 6.2).

Refer to caption
Figura 6.2: Diagrama de Penrose para o BN-CFM para γ<4𝛾4\gamma<4. A singularidade física se encontra sobre r=3M/2𝑟3𝑀2r=3M/2. O horizonte de eventos se dá sobre r=2M𝑟2𝑀r=2M.

Se fizermos r𝑟r\rightarrow\infty na métrica (6.66) observaremos que esse universo é assintoticamente plano.

6.2.2 Buraco Negro tipo SM

A solução BN-SM foi obtida por Bronnikov [10]. Ela representa um buraco negro com massa zero.
A métrica que descreve o BN-SM tem a forma

ds2=(1h2r2)dt2+1(1h2r2)(1+Ch2r2h2)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠21superscript2superscript𝑟2𝑑superscript𝑡211superscript2superscript𝑟21𝐶2superscript𝑟2superscript2𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)dt^{2}+\frac{1}{\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)}\ dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ . (6.70)

onde hh é uma constante positiva. A constante C𝐶C obtida como resultado da integração da equação (6.65) pode assumir qualquer valor positivo ou negativo. Entretanto, devido aos mesmos motivos citados para o caso do BN-CFM, assumiremos que C>h𝐶C>h daqui pra frente.
Se C>h𝐶C>h a estrutura causal do buraco negro é do tipo Schwarzschild. A figura 6.3 representa o diagrama de Penrose para essa solução.

Refer to caption
Figura 6.3: Diagrama de Penrose para o BN-SM para C>h𝐶C>h. A singularidade física se encontra em r=h/2𝑟2r=h/\sqrt{2}.

Se observarmos os invariantes escalares desse buraco negro, veremos que

R𝑅\displaystyle R =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ , (6.71)
RijRijsubscript𝑅𝑖𝑗superscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}R^{ij} similar-to\displaystyle\sim 1(2r2h2)3r8,1superscript2superscript𝑟2superscript23superscript𝑟8\displaystyle\frac{1}{(2r^{2}-h^{2})^{3}r^{8}}\ , (6.72)
RijklRijklsubscript𝑅𝑖𝑗𝑘𝑙superscript𝑅𝑖𝑗𝑘𝑙\displaystyle R_{ijkl}R^{ijkl} similar-to\displaystyle\sim 1(2r2h2)3r8.1superscript2superscript𝑟2superscript23superscript𝑟8\displaystyle\frac{1}{(2r^{2}-h^{2})^{3}r^{8}}\ . (6.73)

Deste modo vemos que para os valores r=0,h/2𝑟02r=0,h/\sqrt{2} os escalares explodem, caracterizando esses valores como singularidades físicas. Investigando a componente gttsubscript𝑔𝑡𝑡g_{tt} da métrica vemos que o horizonte de eventos se dá sobre r=h𝑟r=h.

Portanto esse universo se encerra sobre r=h/2𝑟2r=h/\sqrt{2} sendo definido pelo o intervalo r(h/2,)𝑟2r\in(h/\sqrt{2},\infty).
Se fizermos r𝑟r\rightarrow\infty na métrica (6.70) observaremos que esse universo é assintoticamente plano.

Capítulo 7 Evolução de Campos, Estabilidade e Termodinâmica de BN’s Esfericamente Simétricos sobre a brana

No espaço onde tudo parece distante, buscamos alguma referência. É neste momento que nos deparamos com a sua fronteira. Continuemos pois na exploração deste universo.

O formalismo desenvolvido nas seções anteriores será aplicado à dois tipos de buracos negros esfericamente simétricos localizados sobre uma brana.

Os buracos negros estudados neste trabalho foram

  • Buraco negro CFM

  • Buraco negro “sem massa”SM

Apresentaremos abaixo as métricas do buracos negros estudados assim como algumas quantidades relevantes aos cálculos realizados nas seções posteriores.

Buraco Negro-CFM

A métrica de um buraco negro tipo CFM localizado sobre uma brana é dada por

ds2=(12Mr)dt2+(13M2r)(12Mr)(1Mγ2r)dr2+r2dΩ2,𝑑superscript𝑠212𝑀𝑟𝑑superscript𝑡213𝑀2𝑟12𝑀𝑟1𝑀𝛾2𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{2M}{r}\right)dt^{2}+\frac{\left(1-\frac{3M}{2r}\right)}{\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left(1-\frac{M\gamma}{2r}\right)}\ dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}\ , (7.1)

com dΩ2=dθ2+senθ2dϕ2𝑑superscriptΩ2𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2d\Omega^{2}=d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2}.

A raiz quadrada do determinante da métrica covariante gijsubscript𝑔𝑖𝑗g_{ij} será

g=(2r3M)(2rMγ)r2senθ.𝑔2𝑟3𝑀2𝑟𝑀𝛾superscript𝑟2𝑠𝑒𝑛𝜃\displaystyle\sqrt{-g}=\sqrt{\frac{(2r-3M)}{(2r-M\gamma)}}\ r^{2}sen\theta\ . (7.2)

A coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*} para esse buraco negro é dada por

rsubscript𝑟\displaystyle r_{*} =\displaystyle= 1f𝑑r1𝑓differential-d𝑟\displaystyle\int\frac{1}{\sqrt{f}}\ dr
r(r)subscript𝑟𝑟\displaystyle r_{*}(r) =\displaystyle= T1(r)+T2(r)+T3(r),subscript𝑇1𝑟subscript𝑇2𝑟subscript𝑇3𝑟\displaystyle T_{1}(r)+T_{2}(r)+T_{3}(r), (7.3)

onde

T1(r)subscript𝑇1𝑟\displaystyle T_{1}(r) =\displaystyle= (2rγM)(2r3M)2,2𝑟𝛾𝑀2𝑟3𝑀2\displaystyle\frac{\sqrt{(2r-\gamma M)(2r-3M)}}{2}, (7.4)
T2(r)subscript𝑇2𝑟\displaystyle T_{2}(r) =\displaystyle= M(5+γ)4ln(4rM(3+γ)+2T1),𝑀5𝛾4𝑙𝑛4𝑟𝑀3𝛾2subscript𝑇1\displaystyle\frac{M(5+\gamma)}{4}\ ln\left(4r-M(3+\gamma)+2\ T_{1}\ \right), (7.5)
T3(r)subscript𝑇3𝑟\displaystyle T_{3}(r) =\displaystyle= 2M(4γ)ln(T4),2𝑀4𝛾𝑙𝑛subscript𝑇4\displaystyle-\frac{2M}{\sqrt{(4-\gamma)}}\ ln\left(T_{4}\right),
T4(r)subscript𝑇4𝑟\displaystyle T_{4}(r) =\displaystyle= M4γT1+M(5γ)rM2(6γ)(r2M).𝑀4𝛾subscript𝑇1𝑀5𝛾𝑟superscript𝑀26𝛾𝑟2𝑀\displaystyle\frac{M\sqrt{4-\gamma}\ T_{1}+M(5-\gamma)r-M^{2}(6-\gamma)}{(r-2M)}. (7.6)

Vejamos o comportamento da coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*} para alguns valores de β𝛽\beta na figua 7.1.

Refer to caption
Figura 7.1: Comportamento da coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*}, com γ=β+3𝛾𝛽3\gamma=\beta+3 e M=1𝑀1M=1

Portanto, com essa mudança de coordenadas mapeamos o intervalo semi-infinito (2M,+)2𝑀(2M,+\infty) que corresponde ao exterior do BN-CFM no intervalo infinito (,+)(-\infty,+\infty).

Observando o limite quando r2M𝑟2𝑀r\rightarrow 2M vemos que rsubscript𝑟r_{*}\rightarrow-\infty. No limite de r2Mmuch-greater-than𝑟2𝑀r\gg 2M a coordenada rsubscript𝑟r_{*} cresce linearmente. Analisaremos esses limites mais detalhadamente.

Utilizando-se do formalismo descrito no Apêndice A.4 podemos definir uma função h(r)𝑟h(r) para o BN-CFM como sendo

h(r)=r2Mr2rγM2r3M.𝑟𝑟2𝑀𝑟2𝑟𝛾𝑀2𝑟3𝑀\displaystyle h(r)=\frac{r-2M}{r}\sqrt{\frac{2r-\gamma M}{2r-3M}}. (7.7)

Nesta forma é fácil ver que o horizonte de eventos se encontra sobre r=rh=2M𝑟subscript𝑟2𝑀r=r_{h}=2M. Para que este seja um horizonte simples, ou seja, um zero simples, temos que função P(r)𝑃𝑟P(r), definida abaixo, como

h(r)=(rrh)P(r)comP(r)=1r2rγM2r3M,formulae-sequence𝑟𝑟subscript𝑟𝑃𝑟com𝑃𝑟1𝑟2𝑟𝛾𝑀2𝑟3𝑀\displaystyle h(r)=(r-r_{h})P(r)\qquad\textrm{com}\qquad P(r)=\frac{1}{r}\sqrt{\frac{2r-\gamma M}{2r-3M}}, (7.8)

deve ser analítica e não-nula em r=rh=2M𝑟subscript𝑟2𝑀r=r_{h}=2M. Isso de fato é observado pois

P(rh)=4γ2M.𝑃subscript𝑟4𝛾2𝑀\displaystyle P(r_{h})=\frac{\sqrt{4-\gamma}}{2M}. (7.9)

Portanto, se γ<4𝛾4\gamma<4, P(rh)𝑃subscript𝑟P(r_{h}) é analítica e não-nula, e r=2M𝑟2𝑀r=2M é um zero simples de h(r)𝑟h(r).

Observando a equação (7), analisemos o comportamento de rsubscript𝑟r_{*} quando r𝑟r\rightarrow\infty. Neste caso r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r) diverge linearmente, já que neste limite temos

T1(r)subscript𝑇1𝑟\displaystyle T_{1}(r) \displaystyle\approx r,𝑟\displaystyle r, (7.10)
T2(r)subscript𝑇2𝑟\displaystyle T_{2}(r) \displaystyle\approx M(5+γ)4ln(r),𝑀5𝛾4𝑙𝑛𝑟\displaystyle\frac{M(5+\gamma)}{4}\ ln(r), (7.11)
T3(r)subscript𝑇3𝑟\displaystyle T_{3}(r) \displaystyle\approx constante,𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒\displaystyle constante, (7.12)

e desta forma

r(r)r+M(5+γ)4ln(r).subscript𝑟𝑟𝑟𝑀5𝛾4𝑙𝑛𝑟\displaystyle r_{*}(r)\approx r+\frac{M(5+\gamma)}{4}\ ln(r). (7.13)

Interessante notar que a forma da função r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r) no caso do BN-CFM é mesma do caso do BN-Schwarzschild

r(r)r+2Mln(r),subscript𝑟𝑟𝑟2𝑀𝑙𝑛𝑟\displaystyle r_{*}(r)\approx r+2M\ ln(r)\ , (7.14)

no limite de r𝑟r grande.

No limite de r2M𝑟2𝑀r\rightarrow 2M podemos usar os resultados obtidos no Apêndice A.4. Como h(r)𝑟h(r) possui um zero simples, a forma de r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r), próximo do horizonte de eventos, é dada por

r(r)=1P(rh)ln(rrh)r(r)=2M4γln(r2M).formulae-sequencesubscript𝑟𝑟1𝑃subscript𝑟𝑙𝑛𝑟subscript𝑟subscript𝑟𝑟2𝑀4𝛾𝑙𝑛𝑟2𝑀\displaystyle r_{*}(r)=\frac{1}{P(r_{h})}\ ln(r-r_{h})\qquad\Longrightarrow\ \ r_{*}(r)=\frac{2M}{\sqrt{4-\gamma}}\ ln(r-2M). (7.15)

Vemos então que próximo do horizonte de eventos rsubscript𝑟r_{*} diverge logaritimicamente.

Buraco Negro-SM

A métrica de um buraco negro tipo SM localizado sobre uma brana é dada por

ds2=(1h2r2)dt2+1(1h2r2)(1+Ch2r2h2)dr2+r2dΩ2.𝑑superscript𝑠21superscript2superscript𝑟2𝑑superscript𝑡211superscript2superscript𝑟21𝐶2superscript𝑟2superscript2𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscriptΩ2\displaystyle ds^{2}=-\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)dt^{2}+\frac{1}{\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)}\ dr^{2}+r^{2}d\Omega^{2}. (7.16)

A raiz quadrada do determinante da métrica covariante gijsubscript𝑔𝑖𝑗g_{ij} neste caso será

g=1+Ch2r2h2r2senθ.𝑔1𝐶2superscript𝑟2superscript2superscript𝑟2𝑠𝑒𝑛𝜃\displaystyle\sqrt{-g}=\sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}}\ r^{2}sen\theta\ . (7.17)

A coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*} para esse buraco negro é dada por

r=h1(1h2r2)1+Ch2h2r2𝑑r.subscript𝑟superscriptsubscript11superscript2superscript𝑟21𝐶2superscript2superscript𝑟2differential-d𝑟\displaystyle r_{*}=\int_{h}^{\infty}\frac{1}{\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2h^{2}-r^{2}}}}}\ dr\ . (7.18)

A equação (7.18) será integrada numericamente devido a dificuldade em encontrarmos uma solução analítica. Vejamos o comportamento da coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*} para alguns valores de C𝐶C na figura 7.2.

Com essa mudança de coordenadas mapeamos o intervalo (h,+)(h,+\infty) no intervalo (,+)(-\infty,+\infty). Observando o limite quando rh𝑟r\rightarrow h vemos que rsubscript𝑟r_{*}\rightarrow-\infty. No limite de rhmuch-greater-than𝑟r\gg h a coordenada rsubscript𝑟r_{*} também cresce linearmente como no caso do BN-CFM. Analisaremos esses limites mais detalhadamente.

Refer to caption
Figura 7.2: Comportamento da coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*}, para h=11h=1

Utilizando-se do formalismo descrito no Apêndice A.4 podemos definir uma função h(r)𝑟h(r) para o BN-SM como sendo

h(r)=(rh)(r+h)r21+Ch2r2h2.𝑟𝑟𝑟superscript𝑟21𝐶2superscript𝑟2superscript2\displaystyle h(r)=(r-h)\frac{(r+h)}{r^{2}}\sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}}. (7.19)

Temos então que r=rh=h𝑟subscript𝑟r=r_{h}=h é um candidato a horizonte (simples) de eventos, desde que a função

P(r)=(r+h)r21+Ch2r2h2,𝑃𝑟𝑟superscript𝑟21𝐶2superscript𝑟2superscript2\displaystyle P(r)=\frac{(r+h)}{r^{2}}\sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}}, (7.20)

seja analítica e não-nula em r=rh=h𝑟subscript𝑟r=r_{h}=h. Explicitamente,

P(rh)=2hCh.𝑃subscript𝑟2𝐶\displaystyle P(r_{h})=\frac{2}{h}\sqrt{\frac{C}{h}}. (7.21)

Desta forma, se C>0𝐶0C>0 então h(r)𝑟h(r) possui uma raiz simples em r=h𝑟r=h, e a função rsubscript𝑟r_{*} diverge logaritimicamente próximo ao horizonte de eventos:

r(r)=h2hCln(rh).subscript𝑟𝑟2𝐶𝑙𝑛𝑟\displaystyle r_{*}(r)=\frac{h}{2}\sqrt{\frac{h}{C}}\ ln(r-h). (7.22)

Por outro lado, se C=0𝐶0C=0 então P(rh)=0𝑃subscript𝑟0P(r_{h})=0. Neste caso, a função h(r)𝑟h(r) possui zero duplo o que implica que rsubscript𝑟r_{*} diverge como lei de potência

r(r)1(rh)proportional-tosubscript𝑟𝑟1𝑟\displaystyle r_{*}(r)\propto-\frac{1}{(r-h)} (7.23)

em r=h𝑟r=h. Suporemos que C>0𝐶0C>0 daqui para frente.

Vejamos o comportamento de rsubscript𝑟r_{*} para r𝑟r grande. Neste caso a integração explícita não é simples. Podemos entretanto expandir h(r)𝑟h(r) em potências de 1/r1𝑟1/r obtendo

h(r)1+((Ch)24)1r.𝑟1𝐶241𝑟\displaystyle h(r)\approx 1+\left(\frac{(C-h)\sqrt{2}}{4}\right)\frac{1}{r}. (7.24)

Usando este resultado teremos

r(r)r2(Ch)4ln(r).subscript𝑟𝑟𝑟2𝐶4𝑙𝑛𝑟\displaystyle r_{*}(r)\approx r-\frac{\sqrt{2}(C-h)}{4}\ ln(r). (7.25)

A função rsubscript𝑟r_{*} para o BN-SM, também diverge linearmente com r𝑟r\rightarrow\infty. Entretanto, o termo subdominante será diferente do caso do BN-CFM se, Ch𝐶C\geq h.
Neste trabalho assumiremos a condição Ch𝐶C\geq h. Essa mudança no comportamento assintótico, acarretará alterações no comportamento das caudas nas perturbações.

7.1 Evolução de campos em BN-CFM e BN-SM

Nesta seção apresentaremos as equações que descrevem a evolução de campos no exterior dos BN-CFM e BN-SM. A solução destas equações foram obtidas numericamente através do método de integração com condições iniciais características e serão apresentadas e discutidas no capítulo 8.

7.1.1 Perturbação Escalar no exterior do BN-CFM e do BN-SM

Considerando que trabalharemos com campos escalares localizados apenas sobre a brana, ou seja, que não se propagam para o bulk, a evolução de um campo escalar não massivo Ψ(t,r,θ,ϕ)Ψ𝑡𝑟𝜃italic-ϕ\Psi(t,r,\theta,\phi) no exterior de um buraco negro sobre a brana é governada pelas equações (3.30) e (3.31). Para o caso do BN-CFM temos que a função f(r)𝑓𝑟f(r) e sua derivada dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\frac{df}{dr} são

f𝑓\displaystyle f =\displaystyle= (r2M)2(2rMγ)r2(2r3M)superscript𝑟2𝑀22𝑟𝑀𝛾superscript𝑟22𝑟3𝑀\displaystyle\frac{(r-2M)^{2}(2r-M\gamma)}{r^{2}(2r-3M)} (7.26)
dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle\frac{df}{dr} =\displaystyle= ddr[(12Mr)2(2rMγ2r3M)]𝑑𝑑𝑟delimited-[]superscript12𝑀𝑟22𝑟𝑀𝛾2𝑟3𝑀\displaystyle\frac{d}{dr}\left[\left(1-\frac{2M}{r}\right)^{2}\left(\frac{2r-M\gamma}{2r-3M}\right)\right]
dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle\frac{df}{dr} =\displaystyle= 2(12Mr){2Mr2(2rMγ2r3M)+\displaystyle 2\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left\{\frac{2M}{r^{2}}\left(\frac{2r-M\gamma}{2r-3M}\right)+\right. (7.27)
+\displaystyle+ (12Mr)[(2r3M)(2rMγ)(2r3M)2]}.\displaystyle\left.\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left[\frac{(2r-3M)-(2r-M\gamma)}{(2r-3M)^{2}}\right]\right\}\ .

Substituindo γ=β+3𝛾𝛽3\gamma=\beta+3 teremos

dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle\frac{df}{dr} =\displaystyle= 2(12Mr){2Mr2+Mβ(2r3M)2[16Mr+6M2r2]}.212𝑀𝑟2𝑀superscript𝑟2𝑀𝛽superscript2𝑟3𝑀2delimited-[]16𝑀𝑟6superscript𝑀2superscript𝑟2\displaystyle 2\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left\{\frac{2M}{r^{2}}+\frac{M\beta}{(2r-3M)^{2}}\left[1-\frac{6M}{r}+\frac{6M^{2}}{r^{2}}\right]\right\}. (7.28)

Substituindo a equação (7.28) na equação (3.31) obtemos o potencial efetivo VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM} para o BN-CFM. Desta forma a equação que governa a perturbação escalar de um BN-CFM será

\displaystyle- 2Rt2(r,t)+2Rr2(r,t)=VescCFM(r)R(r,t)superscript2𝑅superscript𝑡2𝑟𝑡superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2𝑟𝑡superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀𝑟𝑅𝑟𝑡\displaystyle\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}(r,t)+\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}(r,t)=V_{esc}^{CFM}(r)R(r,t) (7.29)

onde

VescCFM(r)superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀𝑟\displaystyle V_{esc}^{CFM}(r) =\displaystyle= (12Mr){(+1)r2+2Mr3+\displaystyle\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left\{\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}+\frac{2M}{r^{3}}+\right. (7.30)
+\displaystyle+ Mβr(2r3M)2[16Mr+6M2r2]}.\displaystyle\left.\frac{M\beta}{r(2r-3M)^{2}}\left[1-\frac{6M}{r}+\frac{6M^{2}}{r^{2}}\right]\right\}\ . (7.31)

Como podemos observar na equação acima, se fizermos, β=0𝛽0\beta=0, recuperamos a equação que governa a perturbação escalar para Schwarzschild, uma vez que para esse valor de β𝛽\beta a métrica do BN-CFM se torna a métrica de Schwarzschild. O caso do BN-SM pode ser tratado de modo análogo ao BN-CFM. Para o caso do BN-SM a função f(r)𝑓𝑟f(r) e sua derivada dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\frac{df}{dr} serão

f𝑓\displaystyle f =\displaystyle= (1h2r2)2(1+Ch2r2h2)superscript1superscript2superscript𝑟221𝐶2superscript𝑟2superscript2\displaystyle\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)^{2}\left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right) (7.32)
dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle\frac{df}{dr} =\displaystyle= ddr[(1h2r2)2(1+Ch2r2h2)]𝑑𝑑𝑟delimited-[]superscript1superscript2superscript𝑟221𝐶2superscript𝑟2superscript2\displaystyle\frac{d}{dr}\left[\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)^{2}\left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)\right]
dfdr𝑑𝑓𝑑𝑟\displaystyle\frac{df}{dr} =\displaystyle= 2(1h2r2){2h2r3+\displaystyle 2\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\left\{\frac{2h^{2}}{r^{3}}+\right. (7.33)
+\displaystyle+ Ch2r2h2[2h2r3r2h2r(2r2h2)]}.\displaystyle\left.\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\left[\frac{2h^{2}}{r^{3}}-\frac{r^{2}-h^{2}}{r(2r^{2}-h^{2})}\right]\right\}\ .

Agora, substituindo a equação (7.33) na equação (3.31) obtemos o potencial efetivo VescSMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀V_{esc}^{SM} para o BN-SM. A equação que governará a perturbação escalar de um BN-SM será

\displaystyle- 2Rt2(r,t)+2Rr2(r,t)=VescSM(r)R(r,t)superscript2𝑅superscript𝑡2𝑟𝑡superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2𝑟𝑡superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀𝑟𝑅𝑟𝑡\displaystyle\frac{\partial^{2}R}{\partial t^{2}}(r,t)+\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}(r,t)=V_{esc}^{SM}(r)R(r,t) (7.34)

onde

VescSM(r)superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀𝑟\displaystyle V_{esc}^{SM}(r) =\displaystyle= (1h2r2){(+1)r2+2h2r4\displaystyle\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\left\{\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}+\frac{2h^{2}}{r^{4}}\right. (7.35)
+\displaystyle+ Ch2r2h2[2h2r4r2h2r2(2r2h2)]}.\displaystyle\left.\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\left[\frac{2h^{2}}{r^{4}}-\frac{r^{2}-h^{2}}{r^{2}(2r^{2}-h^{2})}\right]\right\}\ .

7.1.2 Perturbação Eletromagnética no exterior do BN-CFM e do BN-SM

Nesta seção trataremos da evolução de um campo de Maxwell no exterior de um buraco negro sobre a brana. Perturbações eletromagnéticas são de grande interesse, já que, no contexto da conjectura AdS/CFT𝐴𝑑𝑆𝐶𝐹𝑇AdS/CFT elas podem ser vistas como perturbações para algum campo de calibre em supergravidade. Como o campo de Maxwell é um campo de matéria ele permanece confinado na brana. Portanto não precisamos resolver as equações relativas ao bulk. Desta forma a evolução de um campo de Maxwell 𝒜(t,r,θ,ϕ)𝒜𝑡𝑟𝜃italic-ϕ\mathcal{A}(t,r,\theta,\phi) no exterior de um buraco negro na brana é dada pelas equações (3.37) e (3.38).

A propagação de um campo de Maxwell no exterior do BN-CFM será dada pela equação

2𝒜t2+2𝒜r2=VelCFM(r)𝒜superscript2𝒜superscript𝑡2superscript2𝒜superscriptsubscript𝑟2superscriptsubscript𝑉𝑒𝑙𝐶𝐹𝑀𝑟𝒜\displaystyle-\frac{\partial^{2}\mathcal{A}}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\mathcal{A}}{\partial r_{*}^{2}}=V_{el}^{CFM}(r)\ \mathcal{A} (7.36)

onde o potencial efetivo VelCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑙𝐶𝐹𝑀V_{el}^{CFM} para o BN-CFM será

VelCFM(r)=(12Mr)(+1)r2.superscriptsubscript𝑉𝑒𝑙𝐶𝐹𝑀𝑟12𝑀𝑟1superscript𝑟2\displaystyle V_{el}^{CFM}(r)=\left(1-\frac{2M}{r}\right)\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\ . (7.37)

Interessante notar que apesar do BN-CFM ter, como um caso particular a solução de Schwarzschild, o potencial efetivo para perturbações eletromagnéticas neste buraco negro é idêntico ao potencial do buraco negro de Schwarzschild. Novamente o processo é repetido para o caso do BN-SM.

Assim a propagação de um campo de Maxwell no exterior do BN-SM será dada pela equação

2𝒜t2+2𝒜r2=VelSM(r)𝒜superscript2𝒜superscript𝑡2superscript2𝒜superscriptsubscript𝑟2superscriptsubscript𝑉𝑒𝑙𝑆𝑀𝑟𝒜\displaystyle-\frac{\partial^{2}\mathcal{A}}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\mathcal{A}}{\partial r_{*}^{2}}=V_{el}^{SM}(r)\ \mathcal{A} (7.38)

onde o potencial efetivo VelSMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑙𝑆𝑀V_{el}^{SM} para o BN-SM será

VelSM(r)=(1h2r2)(+1)r2.superscriptsubscript𝑉𝑒𝑙𝑆𝑀𝑟1superscript2superscript𝑟21superscript𝑟2\displaystyle V_{el}^{SM}(r)=\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}\ . (7.39)

7.1.3 Perturbações Gravitacionais no exterior do BN-CFM e do BN-SM

O cálculo de perturbações gravitacionais, no contexto de Mundo Brana, revela-se um pouco mais complicado do que em (3+1)31(3+1) dimensões, devido a existência do bulk.

Diferentemente das perurbações escalares e eletromagnéticas que permanecem confinadas na brana, as perturbações gravitacionais além de perturbar a brana perturbam o bulk. Conseqüentemente, o tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} será perturbado acrescentando alguma contribuição no tensor-momento energia perturbado.

Como foi mencionado anteriormente na seção 6.2, não conhecemos a extensão, dos buracos negros estudados, no bulk. Isso poderia inviabilizar o cálculo das perturbações gravitacionais pois não poderíamos contabilizar a contribuição do tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij}.

Entretanto como estamos interessados apenas nas ondas que se propagam sobre a brana assumiremos algumas condições adicionais como hipótese de trabalho para contornar o problema de solucionar as equações perturbadas no bulk. Consideraremos apenas perturbações axiais e em 1asuperscript1𝑎1^{a} ordem na métrica qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij}. Como realizado para a perturbação escalar, calcularemos a perturbação para uma métrica esfericamente simétrica tão geral quanto possível e depois especificaremos caso a caso.

As equações de Einstein 4-dimensionais para o vácuo, sobre a brana são dadas por

Rij12qijR=Λ4qijEij.subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑞𝑖𝑗𝑅subscriptΛ4subscript𝑞𝑖𝑗subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}q_{ij}R=-\Lambda_{4}\ q_{ij}-E_{ij}\ . (7.40)

Faremos Λ4=0subscriptΛ40\Lambda_{4}=0 daqui para frente o que implica em um ajuste ente Λ5subscriptΛ5\Lambda_{5} e a tensão na brana que é dada pela equação (6.60). Assim a equação que devemos perturbar será

Rij12qijR=Eij.subscript𝑅𝑖𝑗12subscript𝑞𝑖𝑗𝑅subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle R_{ij}-\frac{1}{2}q_{ij}R=-E_{ij}\ . (7.41)

Para uma perturbação em 1asuperscript1𝑎1^{a} ordem a nova métrica pode ser escrita como

eij=qij+hijeij=qijhijformulae-sequencesubscript𝑒𝑖𝑗subscript𝑞𝑖𝑗subscript𝑖𝑗superscript𝑒𝑖𝑗superscript𝑞𝑖𝑗superscript𝑖𝑗\displaystyle e_{ij}=q_{ij}+h_{ij}\qquad e^{ij}=q^{ij}-h^{ij} (7.42)

onde hij<<qijmuch-less-thansubscript𝑖𝑗subscript𝑞𝑖𝑗h_{ij}<<q_{ij} e eibebj=δijsubscript𝑒𝑖𝑏superscript𝑒𝑏𝑗superscriptsubscript𝛿𝑖𝑗e_{ib}\ e^{bj}=\delta_{i}^{j}.

Observando nossa equação de Einstein não-perturbada temos os seguintes resultados

Rijsubscriptsuperscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{R}}_{ij} =\displaystyle= Eij,subscriptsuperscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle-\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{E}}_{ij}\ , (7.43)
Eiisuperscriptsubscriptsuperscript𝐸𝑖𝑖\displaystyle\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{E}}_{i}^{i} =\displaystyle= E=0,\displaystyle\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{E}}\ =0\ , (7.44)
Rsuperscript𝑅\displaystyle\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{R}} =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ , (7.45)

onde o tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} tem traço nulo devido às simetrias do tensor de Weyl e a notação ()(\ \circ\ ) inidica que o objeto será calculado com respeito à métrica fundo qijsubscript𝑞𝑖𝑗q_{ij}.

A equação de Einstein perturbada será dada pela substituição da equação (7.42) na equação (7.41)

Rijsubscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle R_{ij} \displaystyle- 12eijR=Eij12subscript𝑒𝑖𝑗𝑅subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle\frac{1}{2}e_{ij}R=-E_{ij} (7.46)
Rijsubscriptsuperscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{R}}_{ij} +\displaystyle+ δRij12(qij+hij)(R+δR)=(Eij+δEij).\displaystyle\delta R_{ij}-\frac{1}{2}(q_{ij}+h_{ij})(\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{R}}+\delta R)=-(\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{E}}_{ij}+\delta E_{ij})\ . (7.47)

O escalar de Ricci perturbado será dado pela contração da métrica perturbada com o tensor de Ricci perturbado

eijRij12eijeijRsuperscript𝑒𝑖𝑗subscript𝑅𝑖𝑗12superscript𝑒𝑖𝑗subscript𝑒𝑖𝑗𝑅\displaystyle e^{ij}R_{ij}-\frac{1}{2}e^{ij}e_{ij}R =\displaystyle= eijEij,superscript𝑒𝑖𝑗subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle-e^{ij}E_{ij}\ ,
R2R𝑅2𝑅\displaystyle R-2R =\displaystyle= E,𝐸\displaystyle-E\ ,
R𝑅\displaystyle R =\displaystyle= E.𝐸\displaystyle E\ . (7.48)

Como temos

E=E=0,\displaystyle\stackrel{{\scriptstyle\circ}}{{E}}=E=0, (7.49)

devido às simetrias do tensor de Weyl, podemos reescrever a equação (7.46) na forma

Rijsubscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle R_{ij} =\displaystyle= Eij,subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle-E_{ij}\ , (7.50)
δRij𝛿subscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle\delta R_{ij} =\displaystyle= δEij.𝛿subscript𝐸𝑖𝑗\displaystyle-\delta E_{ij}\ . (7.51)

Desta forma se conhecermos δEij𝛿subscript𝐸𝑖𝑗\delta E_{ij} poderemos escrever a equação completamente. Entretanto não conhecemos a forma exata do bulk o que nos impede de calcular δEij𝛿subscript𝐸𝑖𝑗\delta E_{ij} explicitamente. Neste ponto do trabalho assumiremos algumas condições de trabalho. Assumiremos a seguinte a hipótese de trabalho.

δEij=0𝛿subscript𝐸𝑖𝑗0\displaystyle\delta E_{ij}=0 (7.52)

O motivo que nos leva a tal declaração repousa no fato de que nossa perturbação gravitacional é realizada sobre a 3-brana.

Sabemos que uma parte das perturbações gravitacionais se propagarão para o bulk perturbando-o também. Essa perturbação afetará o tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij} fazendo com que δEij𝛿subscript𝐸𝑖𝑗\delta E_{ij} seja não-nulo. Entretanto o efeito do bulk sobre a brana pode ser considerado secundário.

Como a informação sobre a perturbação leva um tempo finito para chegar ao bulk e esse também leva um tempo finito para transmitir essa informação ao tensor de Weyl e conseqüentemente ao tensor Eijsubscript𝐸𝑖𝑗E_{ij}, podemos em primeira aproximação desconsiderar os efeitos do bulk.

Um ponto importante a ser acrescentado é que essa condição quase não afeta o valor das freqüências quasi-normais se essas fossem calculadas com a presença de δEij𝛿subscript𝐸𝑖𝑗\delta E_{ij}. O maior efeito de δEij𝛿subscript𝐸𝑖𝑗\delta E_{ij} será observado nas caudas da perturbação pois nesse intervalo de tempo posterior o efeito da perturbação já alcançou a 3-brana. Esse comportamento já era esperado pois se observarmos o comportamento da perturbação gravitacional de uma black string veremos que o efeito dos modos massivos do gráviton aparecem apenas na cauda.

Portanto, recuperando nossa equação (7.51) e substituindo nela a equação (7.52), teremos

δRij=0,𝛿subscript𝑅𝑖𝑗0\displaystyle\delta R_{ij}=0\ , (7.53)

onde

δRij=δΓij;bbδΓib;jb.𝛿subscript𝑅𝑖𝑗𝛿superscriptsubscriptΓ𝑖𝑗𝑏𝑏𝛿superscriptsubscriptΓ𝑖𝑏𝑗𝑏\displaystyle\delta R_{ij}=\delta\Gamma_{ij\ ;b}^{\phantom{i}{b}}-\delta\Gamma_{ib\ ;j}^{\phantom{i}{b}}\ . (7.54)

Essa é a equação a ser resolvida para uma perturbação gravitacional de uma 3-brana embebida em um espaço 5-dimensional AdS𝐴𝑑𝑆AdS.

Para o cálculo das perturbações gravitacionais axiais utilizaremos o método desenvolvido por Chandrasekhar. A mudança no método se deve ao fato que Chandrasekhar desenvolve um formalismo mais geral que Regge e Wheeler por assumir condições mais fracas de dependência das equações acopladas. Isso ficará um pouco mais claro a seguir. A notação utilizada neste cálculo segue a notação de Chandrasekhar [6].

Assumiremos uma métrica axialmente simétrica de modo que ela represente nossa escolha de gauge. A métrica será dada por

ds2=e2νdt2𝑑superscript𝑠2superscript𝑒2𝜈𝑑superscript𝑡2\displaystyle ds^{2}=-e^{2\nu}dt^{2} +\displaystyle+ e2ψ(dx1+ωdt+q2dx2+q3dx3)2superscript𝑒2𝜓superscript𝑑superscript𝑥1𝜔𝑑𝑡subscript𝑞2𝑑superscript𝑥2subscript𝑞3𝑑superscript𝑥32\displaystyle e^{2\psi}(dx^{1}+\omega dt+q_{2}dx^{2}+q_{3}dx^{3})^{2} (7.55)
+\displaystyle+ e2μ2(dx2)2+e2μ3(dx3)2,superscript𝑒2subscript𝜇2superscript𝑑superscript𝑥22superscript𝑒2subscript𝜇3superscript𝑑superscript𝑥32\displaystyle e^{2\mu_{2}}(dx^{2})^{2}+e^{2\mu_{3}}(dx^{3})^{2},

onde temos:

t𝑡\displaystyle t \displaystyle\rightarrow 0e2ν=A(r),0superscript𝑒2𝜈𝐴𝑟\displaystyle 0\qquad e^{2\nu}\ =A(r),
ϕitalic-ϕ\displaystyle\phi \displaystyle\rightarrow 1e2μ2=B(r),1superscript𝑒2subscript𝜇2𝐵𝑟\displaystyle 1\qquad e^{2\mu_{2}}=B(r),
r𝑟\displaystyle r \displaystyle\rightarrow 2e2μ3=r2,2superscript𝑒2subscript𝜇3superscript𝑟2\displaystyle 2\qquad e^{2\mu_{3}}=r^{2},
θ𝜃\displaystyle\theta \displaystyle\rightarrow 3e2ψ=r2sin(θ)2.3superscript𝑒2𝜓superscript𝑟2𝑠𝑖𝑛superscript𝜃2\displaystyle 3\qquad e^{2\psi}\ =r^{2}sin(\theta)^{2}.

As perturbações axiais na métrica são representadas pelas funções ω𝜔\omega, q1subscript𝑞1q_{1} e q2subscript𝑞2q_{2} que dependem das coordenadas (t,r,θ,ϕ)𝑡𝑟𝜃italic-ϕ(t,r,\theta,\phi). Substituindo a métrica (7.55) na equação (7.53) temos como resultado apenas 3 equações que dependem linearmente de ω𝜔\omega, q1subscript𝑞1q_{1} e q2subscript𝑞2q_{2}. Como estamos interessados apenas em perturbações de 1asuperscript1𝑎1^{a} ordem, elas já são suficiente. Assim, as componentes da equação (7.53) que caracterizam perturbações axiais de primeira ordem são dadas por

δR12=0,𝛿subscript𝑅120\displaystyle\delta R_{12}=0, (7.56)
δR13=0,𝛿subscript𝑅130\displaystyle\delta R_{13}=0, (7.57)
δR10=0.𝛿subscript𝑅100\displaystyle\delta R_{10}=0. (7.58)

Entretanto esse sistema de equações ainda pode ser simplificado. Podemos mostrar que a equação δR10=0𝛿subscript𝑅100\delta R_{10}=0 é uma combinação das duas primeiras e pode ser escrita como (ver Apêndice A.5)

δR10,0=δR12,2+δR13,3𝛿subscript𝑅10.0𝛿subscript𝑅12.2𝛿subscript𝑅13.3\delta R_{10,0}=\delta R_{12,2}+\delta R_{13,3} (7.59)

Assim se as duas primeiras equações forem satisfeitas a terceira equação é satisfeita automaticamente. Portanto basta solucionarmos as equações δR13=0𝛿subscript𝑅130\delta R_{13}=0 e δR12=0𝛿subscript𝑅120\delta R_{12}=0.

Nossas duas equações podem ser explicitadas como

(e3ψ+νμ2μ3Q23),3subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23.3\displaystyle(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23})_{,3} =\displaystyle= (e3ψν+μ3μ2Q02),0,subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄02.0\displaystyle-(e^{3\psi-\nu+\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{02})_{,0}\ , (7.60)
(e3ψ+νμ2μ3Q23),2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23.2\displaystyle(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23})_{,2} =\displaystyle= (e3ψνμ3+μ2Q03),0,subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄03.0\displaystyle(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{03})_{,0}\ , (7.61)

onde

QAB=qA,BqB,AQA0=qA,0ω,A.\displaystyle Q_{AB}=q_{A,B}-q_{B,A}\qquad Q_{A0}=q_{A,0}-\omega_{,A}\ .

Como todas as componentes da métrica dependem apenas de r𝑟r e θ𝜃\theta podemos reescrever as equações acima como:

(e3ψ+νμ2μ3Q23),3subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23.3\displaystyle(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23})_{,3} =\displaystyle= e3ψν+μ3μ2Q02,0superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄02.0\displaystyle-e^{3\psi-\nu+\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{02,0} (7.62)
(e3ψ+νμ2μ3Q23),2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23.2\displaystyle(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23})_{,2} =\displaystyle= e3ψνμ3+μ2Q03,0.superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄03.0\displaystyle e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{03,0}\ . (7.63)

Reescrevendo as equações e substituindo os valores de Q02subscript𝑄02Q_{02} e Q03subscript𝑄03Q_{03} temos

(e3ψ+νμ2μ3Q23),3e3ψ+νμ3+μ2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23.3superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2\displaystyle(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23})_{,3}e^{-3\psi+\nu-\mu_{3}+\mu_{2}} =\displaystyle= (ω,2q2,0),0subscriptsubscript𝜔.2subscript𝑞2.0.0\displaystyle-(\omega_{,2}-q_{2,0})_{,0} (7.64)
(e3ψ+νμ2μ3Q23),2e3ψ+ν+μ3μ2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23.2superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2\displaystyle(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23})_{,2}e^{-3\psi+\nu+\mu_{3}-\mu_{2}} =\displaystyle= (ω,3q3,0),0.subscriptsubscript𝜔.3subscript𝑞3.0.0\displaystyle(\omega_{,3}-q_{3,0})_{,0}\ . (7.65)

Se chamarmos

Q(r,θ,t)=e3ψ+νμ2μ3Q23𝑄𝑟𝜃𝑡superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄23\displaystyle Q(r,\theta,t)=e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{23}
Q(r,θ,t)=r2sin(θ)3A(r)B(r)Q23𝑄𝑟𝜃𝑡superscript𝑟2𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝐴𝑟𝐵𝑟subscript𝑄23\displaystyle Q(r,\theta,t)=r^{2}sin(\theta)^{3}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}Q_{23} (7.66)

e substituirmos nas equações (7.64) e (7.65) temos

Qθe3ψ+νμ3+μ2𝑄𝜃superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2\displaystyle\frac{\partial Q}{\partial\theta}e^{-3\psi+\nu-\mu_{3}+\mu_{2}} =\displaystyle= (ω,2q2,0),0subscriptsubscript𝜔.2subscript𝑞2.0.0\displaystyle-(\omega_{,2}-q_{2,0})_{,0} (7.67)
Qre3ψ+ν+μ3μ2𝑄𝑟superscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2\displaystyle\frac{\partial Q}{\partial r}e^{-3\psi+\nu+\mu_{3}-\mu_{2}} =\displaystyle= (ω,3q3,0),0.subscriptsubscript𝜔.3subscript𝑞3.0.0\displaystyle(\omega_{,3}-q_{3,0})_{,0}\ . (7.68)

Nossas equações serão então

1r4sin(θ)3A(r)B(r)Qθ1superscript𝑟4𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝜃\displaystyle\frac{1}{r^{4}sin(\theta)^{3}}\sqrt{A(r)B(r)}\frac{\partial Q}{\partial\theta} =\displaystyle= (ω,2q2,0),0,subscriptsubscript𝜔.2subscript𝑞2.0.0\displaystyle-(\omega_{,2}-q_{2,0})_{,0}\ , (7.69)
1r2sin(θ)3A(r)B(r)Qr1superscript𝑟2𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟\displaystyle\frac{1}{r^{2}sin(\theta)^{3}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r} =\displaystyle= (ω,3q3,0),0.subscriptsubscript𝜔.3subscript𝑞3.0.0\displaystyle(\omega_{,3}-q_{3,0})_{,0}\ . (7.70)

Derivando a equação (7.69) em relação a θ𝜃\theta e equação (7.70) em relação a r𝑟r temos

A(r)B(r)r4θ(1sin(θ)3Qθ)𝐴𝑟𝐵𝑟superscript𝑟4𝜃1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑄𝜃\displaystyle\frac{\sqrt{A(r)B(r)}}{r^{4}}\frac{\partial}{\partial\theta}\left(\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial Q}{\partial\theta}\right) =\displaystyle= ω,2,0,3+q2,0,0,3,subscript𝜔.2.0.3subscript𝑞2.0.0.3\displaystyle-\omega_{,2,0,3}+q_{2,0,0,3}\ , (7.71)
1sin(θ)3r(1r2A(r)B(r)Qr)1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟\displaystyle\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right) =\displaystyle= ω,3,0,2q3,0,0,2.subscript𝜔.3.0.2subscript𝑞3.0.0.2\displaystyle\omega_{,3,0,2}-q_{3,0,0,2}\ . (7.72)

Somando as duas equações teremos

A(r)B(r)r4θ(1sin(θ)3Qθ)𝐴𝑟𝐵𝑟superscript𝑟4𝜃1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑄𝜃\displaystyle\frac{\sqrt{A(r)B(r)}}{r^{4}}\frac{\partial}{\partial\theta}\left(\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial Q}{\partial\theta}\right) +\displaystyle+ 1sin(θ)3r(1r2A(r)B(r)Qr)=1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟absent\displaystyle\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right)= (7.73)
=\displaystyle= (q2,3q3,2),0,0=(Q23),0,0.subscriptsubscript𝑞2.3subscript𝑞3.2.0.0subscriptsubscript𝑄23.0.0\displaystyle(q_{2,3}-q_{3,2})_{,0,0}=(Q_{23})_{,0,0}\ .

Substituindo Q23subscript𝑄23Q_{23} ficaremos com

A(r)B(r)r4θ(1sin(θ)3Qθ)𝐴𝑟𝐵𝑟superscript𝑟4𝜃1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑄𝜃\displaystyle\frac{\sqrt{A(r)B(r)}}{r^{4}}\frac{\partial}{\partial\theta}\left(\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial Q}{\partial\theta}\right) +\displaystyle+ 1sin(θ)3r(1r2A(r)B(r)Qr)=1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟absent\displaystyle\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right)= (7.74)
=\displaystyle= 1r2sin(θ)3A(r)B(r)2Qt2.1superscript𝑟2𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝐴𝑟𝐵𝑟superscript2𝑄superscript𝑡2\displaystyle\frac{1}{r^{2}sin(\theta)^{3}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial^{2}Q}{\partial t^{2}}.

Rearranjando os termos da equação (7.74) teremos

r4A(r)B(r)r(1r2A(r)B(r)Qr)r2A(r)2Qt2=superscript𝑟4𝐴𝑟𝐵𝑟𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟superscript𝑟2𝐴𝑟superscript2𝑄superscript𝑡2absent\displaystyle\frac{r^{4}}{\sqrt{A(r)B(r)}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right)-\frac{r^{2}}{A(r)}\frac{\partial^{2}Q}{\partial t^{2}}=
=sin(θ)3θ(1sin(θ)3Qθ).absent𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝜃1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑄𝜃\displaystyle=-sin(\theta)^{3}\frac{\partial}{\partial\theta}\left(\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{\partial Q}{\partial\theta}\right)\ . (7.75)

As variáveis r𝑟r, t𝑡t, θ𝜃\theta da equação (7.1.3) podem ser separadas fazendo a substituição

Q(r,t,θ)=Q(r,t)Cl+23/2(θ)𝑄𝑟𝑡𝜃𝑄𝑟𝑡subscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃Q(r,t,\theta)=Q(r,t)C^{-3/2}_{l+2}(\theta) (7.76)

onde Cnνsubscriptsuperscript𝐶𝜈𝑛C^{\nu}_{n} é a função de Gegenbauer que é solução da equação

[ddθ(sin(θ)2νddθ)+n(n+2ν)sin(θ)2ν]Cnν(θ)=0.delimited-[]𝑑𝑑𝜃𝑠𝑖𝑛superscript𝜃2𝜈𝑑𝑑𝜃𝑛𝑛2𝜈𝑠𝑖𝑛superscript𝜃2𝜈subscriptsuperscript𝐶𝜈𝑛𝜃0\left[\frac{d}{d\theta}\left(sin(\theta)^{2\nu}\frac{d}{d\theta}\right)+n(n+2\nu)sin(\theta)^{2\nu}\right]C^{\nu}_{n}(\theta)=0\ . (7.77)

Em nosso caso

sin(θ)3ddθ(1sin(θ)3dCl+23/2(θ)dθ)=(l+2)(l1)Cl+23/2(θ).𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑑𝑑𝜃1𝑠𝑖𝑛superscript𝜃3𝑑subscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃𝑑𝜃𝑙2𝑙1subscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃sin(\theta)^{3}\frac{d}{d\theta}\left(\frac{1}{sin(\theta)^{3}}\frac{dC^{-3/2}_{l+2}(\theta)}{d\theta}\right)=-(l+2)(l-1)C^{-3/2}_{l+2}(\theta)\ . (7.78)

Substituindo (7.76) e (7.78) em (7.1.3) teremos a seguinte equação

r4A(r)B(r)r(1r2A(r)B(r)Qr)Cl+23/2(θ)r2A(r)2Qt2Cl+23/2(θ)=superscript𝑟4𝐴𝑟𝐵𝑟𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟subscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃superscript𝑟2𝐴𝑟superscript2𝑄superscript𝑡2subscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃absent\displaystyle\frac{r^{4}}{\sqrt{A(r)B(r)}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right)C^{-3/2}_{l+2}(\theta)-\frac{r^{2}}{A(r)}\frac{\partial^{2}Q}{\partial t^{2}}C^{-3/2}_{l+2}(\theta)=
=Cl+23/2(θ)(l+2)(l1)Q,absentsubscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃𝑙2𝑙1𝑄\displaystyle=C^{-3/2}_{l+2}(\theta)(l+2)(l-1)Q, (7.79)
r4A(r)B(r)r(1r2A(r)B(r)Qr)r2A(r)2Qt2Q(l+2)(l1)=0.superscript𝑟4𝐴𝑟𝐵𝑟𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟superscript𝑟2𝐴𝑟superscript2𝑄superscript𝑡2𝑄𝑙2𝑙10\displaystyle\frac{r^{4}}{\sqrt{A(r)B(r)}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right)-\frac{r^{2}}{A(r)}\frac{\partial^{2}Q}{\partial t^{2}}-Q(l+2)(l-1)=0. (7.80)

Rearranjando mais uma vez a equação temos

r2A(r)B(r)r(1r2A(r)B(r)Qr)2Qt2superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑟1superscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟𝑄𝑟limit-fromsuperscript2𝑄superscript𝑡2\displaystyle r^{2}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{1}{r^{2}}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{\partial Q}{\partial r}\right)-\frac{\partial^{2}Q}{\partial t^{2}}-
A(r)r2Q(l+2)(l1)=0.𝐴𝑟superscript𝑟2𝑄𝑙2𝑙10\displaystyle-\frac{A(r)}{r^{2}}Q(l+2)(l-1)=0\ . (7.81)

Neste ponto faremos a seguinte mudança de variável

Q(r,t)=χ(r,t)b(r),r=r(r),Δ=r2A(r)B(r).formulae-sequence𝑄𝑟𝑡𝜒𝑟𝑡𝑏𝑟formulae-sequence𝑟𝑟subscript𝑟Δsuperscript𝑟2𝐴𝑟𝐵𝑟Q(r,t)=\chi(r,t)b(r),\qquad r=r(r_{*}),\qquad\Delta=r^{2}\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\ . (7.82)

Dessa forma nossa equação (7.1.3) ficará da seguinte maneira

Δr(Δr4r(χb))A(r)r2(l+2)(l1)χbb2χt2=0Δ𝑟Δsuperscript𝑟4𝑟𝜒𝑏𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1𝜒𝑏𝑏superscript2𝜒superscript𝑡20\displaystyle\Delta\frac{\partial}{\partial r}\left(\frac{\Delta}{r^{4}}\frac{\partial}{\partial r}(\chi b)\right)-\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\chi b-b\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}=0 (7.83)
Δbrrr(Δr4rrr(χb))A(r)r2(l+2)(l1)χ2χt2=0.Δ𝑏subscript𝑟𝑟subscript𝑟Δsuperscript𝑟4subscript𝑟𝑟subscript𝑟𝜒𝑏𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1𝜒superscript2𝜒superscript𝑡20\displaystyle\frac{\Delta}{b}\frac{\partial r_{*}}{\partial r}\frac{\partial}{\partial r_{*}}\left(\frac{\Delta}{r^{4}}\frac{\partial r_{*}}{\partial r}\frac{\partial}{\partial r_{*}}(\chi b)\right)-\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\chi-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}=0\ . (7.84)

Usando a notação

ar=a˙,ar=a.formulae-sequence𝑎𝑟˙𝑎𝑎subscript𝑟superscript𝑎\frac{\partial a}{\partial r}=\dot{a},\qquad\frac{\partial a}{\partial r_{*}}=a^{\prime}\ . (7.85)

Nossa equação pode ser reescrita como

Δbr˙r(Δr4r˙(χb+bχ))A(r)r2(l+2)(l1)χ2χt2=0.Δ𝑏subscript˙𝑟subscript𝑟Δsuperscript𝑟4subscript˙𝑟superscript𝜒𝑏superscript𝑏𝜒𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1𝜒superscript2𝜒superscript𝑡20\displaystyle\frac{\Delta}{b}\dot{r}_{*}\frac{\partial}{\partial r_{*}}\left(\frac{\Delta}{r^{4}}\dot{r}_{*}(\chi^{\prime}b+b^{\prime}\chi)\right)-\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\chi-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}=0\ . (7.86)

Realizando as derivadas e reagrupando os termos temos

Δ2r4r˙2χ′′+χ(Δr˙2[Δr4]+Δ2r4r˙r˙+2Δ2r4r˙2bb)+superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝜒′′limit-fromsuperscript𝜒Δsuperscriptsubscript˙𝑟2superscriptdelimited-[]Δsuperscript𝑟4superscriptΔ2superscript𝑟4subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟2superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏𝑏\displaystyle\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\chi^{\prime\prime}+\chi^{\prime}\left(\Delta\dot{r}_{*}^{2}\left[\frac{\Delta}{r^{4}}\right]^{\prime}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}+\frac{2\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime}}{b}\right)+
+χ[Δbr˙2[Δr4]b+Δ2r4r˙r˙bb+Δ2r4r˙2b′′b]limit-from𝜒delimited-[]Δ𝑏superscriptsubscript˙𝑟2superscriptdelimited-[]Δsuperscript𝑟4superscript𝑏superscriptΔ2superscript𝑟4subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟superscript𝑏𝑏superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏′′𝑏\displaystyle+\chi\left[\frac{\Delta}{b}\dot{r}_{*}^{2}\left[\frac{\Delta}{r^{4}}\right]^{\prime}b^{\prime}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}\frac{b^{\prime}}{b}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime\prime}}{b}\right]-
A(r)r2(l+2)(l1)χ2χt2=0.𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1𝜒superscript2𝜒superscript𝑡20\displaystyle-\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\chi-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}=0\ . (7.87)

Queremos transformar a equação (7.1.3) em uma equação do tipo

2χt2+2χr2=V(r)χ.superscript2𝜒superscript𝑡2superscript2𝜒superscriptsubscript𝑟2𝑉subscript𝑟𝜒-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\chi}{\partial r_{*}^{2}}=V(r_{*})\chi\ . (7.88)

Para tal, a equação (7.1.3) deve satisfazer as seguintes condições

Δ2r4r˙2=1,superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟21\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}=1\ , (7.89)
(Δr˙2[Δr4]+Δ2r4r˙r˙+2Δ2r4r˙2bb)=0.Δsuperscriptsubscript˙𝑟2superscriptdelimited-[]Δsuperscript𝑟4superscriptΔ2superscript𝑟4subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟2superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏𝑏0\left(\Delta\dot{r}_{*}^{2}\left[\frac{\Delta}{r^{4}}\right]^{\prime}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}+\frac{2\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime}}{b}\right)=0\ . (7.90)

Resolvendo a equação (7.89) teremos

r˙=r2Δsubscript˙𝑟superscript𝑟2Δ\displaystyle\dot{r}_{*}=\frac{r^{2}}{\Delta}\qquad \displaystyle\Longrightarrow dr=r2Δdr,𝑑subscript𝑟superscript𝑟2Δ𝑑𝑟\displaystyle\qquad dr_{*}=\frac{r^{2}}{\Delta}dr\ , (7.91)
ddr=Δr2ddr𝑑𝑑subscript𝑟Δsuperscript𝑟2𝑑𝑑𝑟\displaystyle\frac{d}{dr_{*}}=\frac{\Delta}{r^{2}}\frac{d}{dr}\qquad \displaystyle\Longrightarrow ddr=A(r)B(r)ddr.𝑑𝑑subscript𝑟𝐴𝑟𝐵𝑟𝑑𝑑𝑟\displaystyle\qquad\frac{d}{dr_{*}}=\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\frac{d}{dr}\ . (7.92)

Resolvendo a equação (7.90) teremos

(Δr˙2[Δr4]+Δ2r4r˙r˙+2Δ2r4r˙2bb)=0Δsuperscriptsubscript˙𝑟2superscriptdelimited-[]Δsuperscript𝑟4superscriptΔ2superscript𝑟4subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟2superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏𝑏0\displaystyle\left(\Delta\dot{r}_{*}^{2}\left[\frac{\Delta}{r^{4}}\right]^{\prime}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}+\frac{2\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime}}{b}\right)=0
r2[1r4dΔdr4Δr5]+Δ2r4[2rΔr2Δ2dΔdr]+2Δr2dbdr1b=0superscript𝑟2delimited-[]1superscript𝑟4𝑑Δ𝑑𝑟4Δsuperscript𝑟5superscriptΔ2superscript𝑟4delimited-[]2𝑟Δsuperscript𝑟2superscriptΔ2𝑑Δ𝑑𝑟2Δsuperscript𝑟2𝑑𝑏𝑑𝑟1𝑏0\displaystyle r^{2}\left[\frac{1}{r^{4}}\frac{d\Delta}{dr}-\frac{4\Delta}{r^{5}}\right]+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\left[\frac{2r}{\Delta}-\frac{r^{2}}{\Delta^{2}}\frac{d\Delta}{dr}\right]+2\frac{\Delta}{r^{2}}\frac{db}{dr}\frac{1}{b}=0
2Δr3+2Δr2dbdr1b=02Δsuperscript𝑟32Δsuperscript𝑟2𝑑𝑏𝑑𝑟1𝑏0\displaystyle-\frac{2\Delta}{r^{3}}+\frac{2\Delta}{r^{2}}\frac{db}{dr}\frac{1}{b}=0
dbdr=brb(r)=r.formulae-sequence𝑑𝑏𝑑𝑟𝑏𝑟𝑏𝑟𝑟\displaystyle\frac{db}{dr}=\frac{b}{r}\qquad\Longrightarrow\qquad b(r)=r\ . (7.93)

Dessa maneira nossa função de onda será

Q(r,θ,t)=rχ(r,t)Cl+23/2(θ).𝑄𝑟𝜃𝑡𝑟𝜒𝑟𝑡subscriptsuperscript𝐶32𝑙2𝜃Q(r,\theta,t)=r\ \chi(r,t)\ C^{-3/2}_{l+2}(\theta)\ . (7.94)

Nossa equação será então

2χt2superscript2𝜒superscript𝑡2\displaystyle-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}} +\displaystyle+ 2χr2+χ[Δbr˙2[Δr4]b+Δ2r4r˙r˙bb+Δ2r4r˙2b′′b]superscript2𝜒superscriptsubscript𝑟2limit-from𝜒delimited-[]Δ𝑏superscriptsubscript˙𝑟2superscriptdelimited-[]Δsuperscript𝑟4superscript𝑏superscriptΔ2superscript𝑟4subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟superscript𝑏𝑏superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏′′𝑏\displaystyle\frac{\partial^{2}\chi}{\partial r_{*}^{2}}+\chi\left[\frac{\Delta}{b}\dot{r}_{*}^{2}\left[\frac{\Delta}{r^{4}}\right]^{\prime}b^{\prime}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}\frac{b^{\prime}}{b}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime\prime}}{b}\right]- (7.95)
\displaystyle- A(r)r2(l+2)(l1)χ=0.𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1𝜒0\displaystyle\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\chi=0\ .

Chamemos

V~(r)=[Δbr˙2[Δr4]b+Δ2r4r˙r˙bb+Δ2r4r˙2b′′b]A(r)r2(l+2)(l1).~𝑉𝑟delimited-[]Δ𝑏superscriptsubscript˙𝑟2superscriptdelimited-[]Δsuperscript𝑟4superscript𝑏superscriptΔ2superscript𝑟4subscript˙𝑟superscriptsubscript˙𝑟superscript𝑏𝑏superscriptΔ2superscript𝑟4superscriptsubscript˙𝑟2superscript𝑏′′𝑏𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1\displaystyle\widetilde{V}(r)=\left[\frac{\Delta}{b}\dot{r}_{*}^{2}\left[\frac{\Delta}{r^{4}}\right]^{\prime}b^{\prime}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}\dot{r}_{*}^{\prime}\frac{b^{\prime}}{b}+\frac{\Delta^{2}}{r^{4}}\dot{r}_{*}^{2}\frac{b^{\prime\prime}}{b}\right]-\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1). (7.96)

Substituindo (7.91) e (7.92) na equação (7.96) teremos

V~(r)=Δbddr(Δr4)dbdr~𝑉𝑟Δ𝑏𝑑𝑑𝑟Δsuperscript𝑟4𝑑𝑏𝑑𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r)=\frac{\Delta}{b}\frac{d}{dr}\left(\frac{\Delta}{r^{4}}\right)\frac{db}{dr} +\displaystyle+ Δ3r61bddr(r2Δ)dbdr+Δbr2ddr(Δr2dbdr)superscriptΔ3superscript𝑟61𝑏𝑑𝑑𝑟superscript𝑟2Δ𝑑𝑏𝑑𝑟limit-fromΔ𝑏superscript𝑟2𝑑𝑑𝑟Δsuperscript𝑟2𝑑𝑏𝑑𝑟\displaystyle\frac{\Delta^{3}}{r^{6}}\frac{1}{b}\frac{d}{dr}\left(\frac{r^{2}}{\Delta}\right)\frac{db}{dr}+\frac{\Delta}{br^{2}}\frac{d}{dr}\left(\frac{\Delta}{r^{2}}\frac{db}{dr}\right)- (7.97)
\displaystyle- A(r)r2(l+2)(l1).𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1\displaystyle\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\ .

Usando o fato de que b(r)=r𝑏𝑟𝑟b(r)=r temos

V~(r)=Δr[1r4dΔdr4Δr5]~𝑉𝑟Δ𝑟delimited-[]1superscript𝑟4𝑑Δ𝑑𝑟4Δsuperscript𝑟5\displaystyle\widetilde{V}(r)=\frac{\Delta}{r}\left[\frac{1}{r^{4}}\frac{d\Delta}{dr}-\frac{4\Delta}{r^{5}}\right] +\displaystyle+ Δ3r61r[2rΔr2Δ2dΔdr]+Δr3[1r2dΔdr2Δr3]superscriptΔ3superscript𝑟61𝑟delimited-[]2𝑟Δsuperscript𝑟2superscriptΔ2𝑑Δ𝑑𝑟limit-fromΔsuperscript𝑟3delimited-[]1superscript𝑟2𝑑Δ𝑑𝑟2Δsuperscript𝑟3\displaystyle\frac{\Delta^{3}}{r^{6}}\frac{1}{r}\left[\frac{2r}{\Delta}-\frac{r^{2}}{\Delta^{2}}\frac{d\Delta}{dr}\right]+\frac{\Delta}{r^{3}}\left[\frac{1}{r^{2}}\frac{d\Delta}{dr}-\frac{2\Delta}{r^{3}}\right]- (7.98)
\displaystyle- A(r)r2(l+2)(l1).𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1\displaystyle\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\ .

Rearranjando os termos, nossa equação final para a perturbação gravitacional axial sobre a brana será

2χt2+2χr2+V~(r)χ=0superscript2𝜒superscript𝑡2superscript2𝜒superscriptsubscript𝑟2~𝑉𝑟𝜒0-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\chi}{\partial r_{*}^{2}}+\widetilde{V}(r)\chi=0 (7.99)

com

V~(r)=Δr5dΔdr4Δ2r6A(r)r2(l+2)(l1).~𝑉𝑟Δsuperscript𝑟5𝑑Δ𝑑𝑟4superscriptΔ2superscript𝑟6𝐴𝑟superscript𝑟2𝑙2𝑙1\widetilde{V}(r)=\frac{\Delta}{r^{5}}\frac{d\Delta}{dr}-\frac{4\Delta^{2}}{r^{6}}-\frac{A(r)}{r^{2}}(l+2)(l-1)\ . (7.100)

Especificaremos agora cada caso estudado.


Para o caso do BN-CFM temos que a função ΔΔ\Delta é dada por

Δ=r(r2M)2rMγ2r3M.Δ𝑟𝑟2𝑀2𝑟𝑀𝛾2𝑟3𝑀\displaystyle\Delta=r(r-2M)\sqrt{\frac{2r-M\gamma}{2r-3M}}. (7.101)

A função de onda que descreve a evolução do campo gravitacional será

Q(r,t,θ)=χ(r,t)rC+23/2(θ),𝑄𝑟𝑡𝜃𝜒𝑟𝑡𝑟subscriptsuperscript𝐶322𝜃\displaystyle Q(r,t,\theta)=\chi(r,t)r\ C^{-3/2}_{\ell+2}(\theta), (7.102)

onde C+23/2subscriptsuperscript𝐶322C^{-3/2}_{\ell+2} é a função de Gegenbauer.

O potencial V~(r)CFM~𝑉superscript𝑟𝐶𝐹𝑀\widetilde{V}(r)^{CFM} fica

V~(r)~𝑉𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r) =\displaystyle= (r2M)r4{(2rMγ2r3M)(6M2r)\displaystyle\frac{(r-2M)}{r^{4}}\left\{\left(\frac{2r-M\gamma}{2r-3M}\right)(6M-2r)-\right. (7.103)
\displaystyle- [(+2)(1)r+r(r2M)M(3γ)(2r3M)2]}.\displaystyle\left.\left[(\ell+2)(\ell-1)r+\frac{r(r-2M)M(3-\gamma)}{(2r-3M)^{2}}\right]\right\}\ .

Substituindo γ=β+3𝛾𝛽3\gamma=\beta+3 teremos

V~(r)~𝑉𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r) =\displaystyle= (12Mr){6M(μ+2)rr3\displaystyle\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left\{\frac{6M-(\mu+2)r}{r^{3}}-\right. (7.104)
\displaystyle- Mβr3(2r3M)[(2r3M)(6M2r)r(r2M)(2r3M)]}\displaystyle\left.\frac{M\beta}{r^{3}(2r-3M)}\left[\frac{(2r-3M)(6M-2r)-r(r-2M)}{(2r-3M)}\right]\right\}

onde μ=(+2)(1)𝜇21\mu=(\ell+2)(\ell-1) e \ell são os índices de multipolos.

Assim a equação que governa a evolução do campo gravitacional no exterior do BN-CFM é dada por

2χt2+2χr2+V~(r)χ=0,superscript2𝜒superscript𝑡2superscript2𝜒superscriptsubscript𝑟2~𝑉𝑟𝜒0-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\chi}{\partial r_{*}^{2}}+\widetilde{V}(r)\chi=0\ , (7.105)

com

V~(r)~𝑉𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r) =\displaystyle= (12Mr){6M(μ+2)rr3\displaystyle\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left\{\frac{6M-(\mu+2)r}{r^{3}}-\right. (7.106)
\displaystyle- Mβr3(2r3M)[(2r3M)(6M2r)r(r2M)(2r3M)]}\displaystyle\left.\frac{M\beta}{r^{3}(2r-3M)}\left[\frac{(2r-3M)(6M-2r)-r(r-2M)}{(2r-3M)}\right]\right\}


Para o caso do BN-SM a função ΔΔ\Delta é dada por

Δ=(r2h2)1+Ch2r2h2.Δsuperscript𝑟2superscript21𝐶2superscript𝑟2superscript2\displaystyle\Delta=(r^{2}-h^{2})\sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}}. (7.107)

A função de onda que descreve a evolução do campo gravitacional será

Q(r,t,θ)=χ(r,t)rC+23/2(θ),𝑄𝑟𝑡𝜃𝜒𝑟𝑡𝑟subscriptsuperscript𝐶322𝜃\displaystyle Q(r,t,\theta)=\chi(r,t)r\ C^{-3/2}_{\ell+2}(\theta), (7.108)

onde C+23/2subscriptsuperscript𝐶322C^{-3/2}_{\ell+2} é a função de Gegenbauer.

O potencial V~(r)SM~𝑉superscript𝑟𝑆𝑀\widetilde{V}(r)^{SM} torna-se

V~(r)~𝑉𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r) =\displaystyle= (r2h2)r51+Ch2r2h2{1+Ch2r2h2(h22r2r)\displaystyle\frac{(r^{2}-h^{2})}{r^{5}}\sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}}\left\{\ \sqrt{1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}}\left(\frac{h^{2}-2r^{2}}{r}\right)-\right.
\displaystyle- (1+Ch2r2h2)1/2(μr+r(Ch)(r2h2)(2r2h2)3/2)},\displaystyle\left.\left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)^{-1/2}\left(\mu r+\frac{r(C-h)(r^{2}-h^{2})}{(2r^{2}-h^{2})^{3/2}}\right)\ \right\}\ ,
V~(r)~𝑉𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r) =\displaystyle= (r2h2)r5{(1+Ch2r2h2)(h22r2r)\displaystyle\frac{(r^{2}-h^{2})}{r^{5}}\left\{\ \left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)\left(\frac{h^{2}-2r^{2}}{r}\right)-\right. (7.109)
\displaystyle- (μr+r(Ch)(r2h2)(2r2h2)3/2)},\displaystyle\left.\left(\mu r+\frac{r(C-h)(r^{2}-h^{2})}{(2r^{2}-h^{2})^{3/2}}\right)\ \right\}\ ,

onde μ=(+2)(1)𝜇21\mu=(\ell+2)(\ell-1) e \ell são os índices de multipolos.

Portanto a equação que governa a evolução do campo gravitacional no exterior do BN-SM é dada por

2χt2+2χr2+V~(r)χ=0superscript2𝜒superscript𝑡2superscript2𝜒superscriptsubscript𝑟2~𝑉𝑟𝜒0-\frac{\partial^{2}\chi}{\partial t^{2}}+\frac{\partial^{2}\chi}{\partial r_{*}^{2}}+\widetilde{V}(r)\chi=0 (7.110)

com

V~(r)~𝑉𝑟\displaystyle\widetilde{V}(r) =\displaystyle= (r2h2)r5{(1+Ch2r2h2)(h22r2r)\displaystyle\frac{(r^{2}-h^{2})}{r^{5}}\left\{\ \left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)\left(\frac{h^{2}-2r^{2}}{r}\right)-\right. (7.111)
\displaystyle- (μr+r(Ch)(r2h2)(2r2h2)3/2)}.\displaystyle\left.\left(\mu r+\frac{r(C-h)(r^{2}-h^{2})}{(2r^{2}-h^{2})^{3/2}}\right)\ \right\}\ .

7.2 Estabilidade de um BN-CFM e BN-SM

Nesta seção faremos uma análise sobre a estabilidade do BN-CFM e do BN-SM quando submetidos à perturbação de um campo escalar ΨΨ\Psi não-massivo. Para tal usaremos o mesmo procedimento adotado no exemplo dado no capítulo 4. A pergunta a ser respondida por nossa análise será se a perturbação sobre o buraco negro cresce arbitrariamente com o tempo. Se a resposta for positiva o buraco negro é instável, ou seja, uma leve perturbação é capaz de destruí-lo.

BN-CFM

Para o estudo da estabilidade do BN-CFM utilizaremos duas análises diferentes. Se for possível encontrar valores de β𝛽\beta para o qual o potencial efetivo seja positivo definido podemos garantir a estabilidade dos buracos negros pelos argumentos apresentados no capítulo 4. Se o potencial efetivo apresentar alguma região onde ele possa assumir valores negativos, qualquer que seja o valor de β𝛽\beta, precisaremos utilizar os resultados da solução numérica para observar se o campo decai com o tempo, o que indicaria a estabilidade do buraco negro.

A equação radial que governará a evolução da perturbação escalar no exterior do BN-CFM será

2Rr2+(ω2VescCFM(r))R=0superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2superscript𝜔2superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀𝑟𝑅0\displaystyle\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}+(\omega^{2}-V_{esc}^{CFM}(r))R=0 (7.112)

onde

VescCFM(r)superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀𝑟\displaystyle V_{esc}^{CFM}(r) =\displaystyle= (12Mr){(+1)r2+2Mr3+\displaystyle\left(1-\frac{2M}{r}\right)\left\{\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}+\frac{2M}{r^{3}}+\right. (7.113)
+\displaystyle+ Mβr(2r3M)2[16Mr+6M2r2]}.\displaystyle\left.\frac{M\beta}{r(2r-3M)^{2}}\left[1-\frac{6M}{r}+\frac{6M^{2}}{r^{2}}\right]\right\}\ . (7.114)

Investigando o potencial VescCFMsubscriptsuperscript𝑉𝐶𝐹𝑀𝑒𝑠𝑐V^{CFM}_{esc} para M=1𝑀1M=1 por exemplo, veremos que ele apresenta três regimes distintos dependendo dos valores de β𝛽\beta.

O primeiro acontece quando ele é positivo definido, independentemente do índice de multipolo \ell. Verificamos, via inspeção direta que este regime se dá quando 1>β81𝛽greater-than-or-equivalent-to81>\beta\gtrsim-8, ou seja, para valores pequenos de β𝛽\beta.

Observemos o comportamento do potencial VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM} na figura (7.3) para valores pequenos de β𝛽\beta

Refer to caption
Figura 7.3: Evolução do campo escalar no BN-CFM com M=1𝑀1M=1 sobre r=0subscript𝑟0r_{*}=0.

Podemos ver que o potencial é nulo sobre o horizonte de eventos, cresce até um máximo e vai a zero para valores de r𝑟r grandes. Portanto para esse intervalo de valores de β𝛽\beta podemos garantir a estabilidade dos buracos negros devido ao fato do potencial ser positivo definido. Os resultados obtidos numericamente no capítulo 8 concordam com nosso critério de estabilidade uma vez que para esse intervalo de valores de β𝛽\beta o campo decai com tempo.

O segundo regime acontece quando o potencial é inicialmente positivo, mas apresenta um comportamento do tipo poço para valores mais altos de r𝑟r. Neste caso o potencial vai a zero para r𝑟r grande por baixo. Esse comportamento se dá quando β8less-than-or-similar-to𝛽8\beta\lesssim-8 dependendo do valor de \ell.

Neste caso precisaremos dos resultados numéricos para sabermos se o campo decai com o tempo.

Vejamos na figura (7.4) exemplos onde, o potencial apresenta o comportamento referido anteriormente.

Refer to caption
Refer to caption
Figura 7.4: Evolução do campo escalar no BN-CFM com M=1𝑀1M=1, β=390𝛽390\beta=-390 e =11\ell=1 sobre r=0subscript𝑟0r_{*}=0 (acima) e M=1𝑀1M=1, β=15𝛽15\beta=-15 e =00\ell=0 sobre rsubscript𝑟r_{*}=0 (embaixo).

O potencial é zero sobre o horizonte de eventos, crescendo até um máximo, caindo até um ponto de minímo e indo a zero para valores de r𝑟r grande. Nos detalhes das figuras podemos ver que os poços de potenciais são bem rasos quando comparados com os máximos dos potenciais. Para os respectivos casos acima mostrados temos as seguintes relações de proporção entre os máximos e mínimos dos potenciais:

|VminCFMVmaxCFM|103|VminCFMVmaxCFM|102.formulae-sequencesuperscriptsubscript𝑉𝑚𝑖𝑛𝐶𝐹𝑀superscriptsubscript𝑉𝑚𝑎𝑥𝐶𝐹𝑀superscript103superscriptsubscript𝑉𝑚𝑖𝑛𝐶𝐹𝑀superscriptsubscript𝑉𝑚𝑎𝑥𝐶𝐹𝑀superscript102\displaystyle\left|\frac{V_{min}^{CFM}}{V_{max}^{CFM}}\right|\approx 10^{-3}\qquad\left|\frac{V_{min}^{CFM}}{V_{max}^{CFM}}\right|\approx 10^{-2}\ . (7.115)

Essa diferença de magnitude explica porque, mesmo apresentando regiões onde os potenciais são negativos, os buracos negros estudados devem ser estáveis. Como os poços são muito rasos os potenciais podem ser encarados como “quase”positivos definidos entrando assim no critério de estabilidade. Mais uma vez, a evolução numérica do campo mostrada no capítulo 8 confirma a estabilidade dos buracos negros em questão uma vez que os campos decaem a zero com o tempo.

Há ainda um terceiro regime quando o potencial parte do zero crescendo até um ponto de máximo primário, apresentando em seguida uma região intermediária do tipo poço que cresce novamente até alcançar um ponto de máximo secundário caindo a zero para valores altos de r𝑟r. Esse regime se dá quando, β𝛽\beta assume valores grandes e negativos e um certo valor de \ell é assumido. Neste caso também precisaremos dos resultados numéricos para sabermos se o campo decai com o tempo.

Vejamos na figura (7.5) um exemplo onde, o potencial apresenta o comportamento referido anteriormente.

Refer to caption
Figura 7.5: Evolução do campo escalar no BN-CFM com M=1𝑀1M=1, β=500𝛽500\beta=-500 e =55\ell=5 sobre r=0subscript𝑟0r_{*}=0

Observamos no detalhe da figura que o poço de potencial é raso em comparação com o valor do máximo primário. Neste caso a relação de proporção entre o máximo e o mínimo é

|VminCFMVmaxCFM|102.superscriptsubscript𝑉𝑚𝑖𝑛𝐶𝐹𝑀superscriptsubscript𝑉𝑚𝑎𝑥𝐶𝐹𝑀superscript102\displaystyle\left|\frac{V_{min}^{CFM}}{V_{max}^{CFM}}\right|\approx 10^{-2}. (7.116)

Entretanto, como declarado no regime anterior, nada podemos dizer sobre a estabilidade desse buraco negro sem avaliar os resultados numéricos da evolução do campo escalar.

BN-SM

Para o estudo da estabilidade do BN-SM utilizaremos novamente o mesmo procedimento adotado para o BN-CFM.

Se for possível valores de C𝐶C para o qual o potencial efetivo seja positivo definido podemos garantir a estabilidade dos buracos negros pelos argumentos apresentados no capítulo 4.

Se o potencial efetivo apresentar alguma região onde ele possa assumir valores negativos, qualquer que seja o valor de C𝐶C, precisaremos utilizar os resultados da solução numérica para observar se o campo decai com o tempo, o que indicaria a estabilidade do buraco negro.
A equação radial que governará a evolução da perturbação escalar no exterior do BN-SM será

2Rr2+(ω2VescSM(r))R=0superscript2𝑅superscriptsubscript𝑟2superscript𝜔2superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀𝑟𝑅0\displaystyle\frac{\partial^{2}R}{\partial r_{*}^{2}}+(\omega^{2}-V_{esc}^{SM}(r))R=0 (7.117)

onde

VescSM(r)superscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀𝑟\displaystyle V_{esc}^{SM}(r) =\displaystyle= (1h2r2){(+1)r2+2h2r4\displaystyle\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\left\{\frac{\ell(\ell+1)}{r^{2}}+\frac{2h^{2}}{r^{4}}\right. (7.118)
+\displaystyle+ Ch2r2h2[2h2r4r2h2r2(2r2h2)]}.\displaystyle\left.\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\left[\frac{2h^{2}}{r^{4}}-\frac{r^{2}-h^{2}}{r^{2}(2r^{2}-h^{2})}\right]\right\}\ .

Investigando o potencial VescSMsubscriptsuperscript𝑉𝑆𝑀𝑒𝑠𝑐V^{SM}_{esc} veremos que ele também apresenta três regimes distintos dependendo dos valores de C𝐶C.

Diferentemente do potencial VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM}, o comportamento do potencial VescSMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀V_{esc}^{SM} depende mais fortemente dos valores adotados para hh e \ell. Essa influência pode ser observada no último termo do potencial. Dependendo do ajuste entre C𝐶C e hh esse termo pode ser negativo ou positivo podendo alterar o comportamento assintótico de VescSMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀V_{esc}^{SM} quando r𝑟r\rightarrow\infty.

Portanto precisamos estudar caso a caso para sabermos se algum buraco negro dessa classe é estável.

Apresentaremos apenas um exemplo para ilustrar o comportamento dos potenciais. Estudaremos o caso para h=11h=1.

O primeiro regime acontece quando o potencial é positivo definido. No caso desse buraco negro esse regime só aparece para C=h=1𝐶1C=h=1 de modo independente do valor de \ell.

Observemos o comportamento do potencial VescSMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑀V_{esc}^{SM} nesta condição.

Refer to caption
Figura 7.6: Evolução do campo escalar no BN-SM com h=11h=1, =00\ell=0, C=1𝐶1C=1 sobre r=0subscript𝑟0r_{*}=0.

Podemos ver que o potencial é nulo sobre o horizonte de eventos hh, cresce até um máximo e vai a zero para valores de r𝑟r grandes.

Como o potencial é positivo definido, o buraco negro com C=1𝐶1C=1 pode ser considerado estável. Os resultados numéricos da evolução do campo obtida no capítulo 8 confirmam a estabilidade do buraco negro para esses valores de hh, C𝐶C e \ell.

O segundo regime acontece quando o potencial é inicialmente positivo, mas apresenta um comportamento do tipo poço para valores mais altos de r𝑟r. Neste caso o potencial vai a zero para r𝑟r grande por baixo. Ele se dá para valores de C>1𝐶1C>1 dependendo do valor de \ell.

Esse regime é ilustrado na figura (7.7).

Refer to caption
Figura 7.7: Evolução do campo escalar no BN-SM com h=11h=1, =00\ell=0, C=30𝐶30C=30 sobre r=0subscript𝑟0r_{*}=0.

Podemos ver que o potencial é zero sobre o horizonte de eventos, crescendo até um máximo, caindo em seguida até um ponto de mínimo e indo a zero para valores de r𝑟r grande. No detalhe da figura (7.7) podemos ver, novamente como no caso do BN-CFM, que o poço de potencial é raso quando comparado com o máximo do potencial.

Para este caso temos a seguinte relação de proporção entre o máximo e mínimo do potencial:

|VminCFMVmaxCFM|102.superscriptsubscript𝑉𝑚𝑖𝑛𝐶𝐹𝑀superscriptsubscript𝑉𝑚𝑎𝑥𝐶𝐹𝑀superscript102\displaystyle\left|\frac{V_{min}^{CFM}}{V_{max}^{CFM}}\right|\approx 10^{-2}\ . (7.119)

Como o poço é muito raso o potencial pode ser encarado como “quase”positivo definido entrando assim no critério de estabilidade.

Entretanto apenas uma investigação mais profunda da evolução do campo escalar com tempo pode definir se esses buracos negros são estáveis. Neste caso precisaremos dos resultados numéricos para sabermos se o campo cai com o tempo.

Há ainda um terceiro regime quando o potencial é nulo sobre o horizonte de eventos crescendo até um ponto de máximo primário, apresentando em seguida uma região intermediária do tipo poço que cresce novamente até alcançar um ponto de máximo secundário caindo a zero para valores altos de r𝑟r. Esse regime se dá quando, C>34𝐶34C>34 e um certo valor de \ell é assumido.

Neste caso também precisaremos dos resultados numéricos para sabermos se o campo cai com o tempo.

Vejamos na figura (7.8) um exemplo onde, o potencial apresenta o comportamento referido anteriormente.

Refer to caption
Figura 7.8: Evolução do campo escalar no BN-CFM com h=11h=1, C=500𝐶500C=500 e =55\ell=5 sobre r=0subscript𝑟0r_{*}=0

Novamente observamos que o poço de potencial é raso em comparação com o valor do máximo primário. Neste caso a relação de proporção entre o máximo e o mínimo é

|VminCFMVmaxCFM|103.superscriptsubscript𝑉𝑚𝑖𝑛𝐶𝐹𝑀superscriptsubscript𝑉𝑚𝑎𝑥𝐶𝐹𝑀superscript103\displaystyle\left|\frac{V_{min}^{CFM}}{V_{max}^{CFM}}\right|\approx 10^{-3}. (7.120)

Entretanto, como declarado no regime anterior, nada podemos dizer sobre a estabilidade desse buraco negro sem avaliar os resultados numéricos da evolução do campo escalar.

7.3 Termodinâmica de BN-CFM e BN-SM

O tratamento termodinâmico apresentado no capítulo 5 será utilizado nesta seção para o cálculo do limite superior da entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} de um corpo arbitrário caindo no BN-CFM e no BN-SM que estão localizados sobre a brana. O formalismo desenvolvido não necessita de nenhuma adaptação no contexto de branas diferentemente da evolução de campos.

Buraco Negro-CFM

Seja um corpo de raio próprio R𝑅R e massa própria m𝑚m caindo livremente no BN-CFM. O horizonte de eventos rhsubscript𝑟r_{h} para o BN-CFM é dado por

gtt|r=rh=0(12Mr)=0rh=2M.\displaystyle g_{tt}|_{r=r_{h}}=0\qquad\Longrightarrow\left(1-\frac{2M}{r}\right)=0\qquad\Longrightarrow r_{h}=2M\ . (7.121)

A gravidade superficial κ𝜅\kappa para esse buraco negro sobre seu horizonte de eventos será

κ=12M1γ4.𝜅12𝑀1𝛾4\displaystyle\kappa=\frac{1}{2M}\sqrt{1-\frac{\gamma}{4}}. (7.122)

As constantes de movimento associadas a t𝑡t e ϕitalic-ϕ\phi quando consideramos o movimento do corpo no plano equatorial θ=π/2𝜃𝜋2\theta=\pi/2 serão

E𝐸\displaystyle E =\displaystyle= (12Mr)t˙,12𝑀𝑟˙𝑡\displaystyle-\left(1-\frac{2M}{r}\right)\dot{t}, (7.123)
J𝐽\displaystyle J =\displaystyle= r2ϕ˙.superscript𝑟2˙italic-ϕ\displaystyle-r^{2}\dot{\phi}. (7.124)

Portanto a equação quadrática para a energia conservada E𝐸E do corpo que está caindo no buraco negro será

αE22βE+σ=0𝛼superscript𝐸22𝛽𝐸𝜎0\displaystyle\alpha E^{2}-2\beta E+\sigma=0 (7.125)

com

α𝛼\displaystyle\alpha =\displaystyle= r4,superscript𝑟4\displaystyle r^{4},
β𝛽\displaystyle\beta =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0,
σ𝜎\displaystyle\sigma =\displaystyle= r(r2M)(m2r2+J2).𝑟𝑟2𝑀superscript𝑚2superscript𝑟2superscript𝐽2\displaystyle-r(r-2M)(m^{2}r^{2}+J^{2})\ .

Como nosso corpo não é uma partícula, ele possui dimensão e conseqüentemente um centro de massa. Portanto obtemos o novo ponto de captura r=2M+δ𝑟2𝑀𝛿r=2M+\delta calculando δ𝛿\delta como

2M2M+δr(r3M/2)(r2M)(rMγ/2)𝑑r=R.superscriptsubscript2𝑀2𝑀𝛿𝑟𝑟3𝑀2𝑟2𝑀𝑟𝑀𝛾2differential-d𝑟𝑅\displaystyle\int_{2M}^{2M+\delta}\ \sqrt{\frac{r(r-3M/2)}{(r-2M)(r-M\gamma/2)}}\ dr=\ R\ . (7.126)

Integrando a equação (7.126) e realizando uma expansão em série teremos

δ=R24M2(2MMγ2).𝛿superscript𝑅24superscript𝑀22𝑀𝑀𝛾2\displaystyle\delta=\frac{R^{2}}{4M^{2}}\left(2M-\frac{M\gamma}{2}\right)\ . (7.127)

Igualando a energia E𝐸E sobre o ponto de captura r=2M+δ𝑟2𝑀𝛿r=2M+\delta teremos após uma expansão até ordem de δ1/2superscript𝛿12\delta^{1/2}, o valor da energia de captura Ecapsubscript𝐸𝑐𝑎𝑝E_{cap}

Ecap=[(m24M2+J2)(2MMγ/2)(2M)5]1/2R.subscript𝐸𝑐𝑎𝑝superscriptdelimited-[]superscript𝑚24superscript𝑀2superscript𝐽22𝑀𝑀𝛾2superscript2𝑀512𝑅\displaystyle E_{cap}=\left[\frac{(m^{2}4M^{2}+J^{2})(2M-M\gamma/2)}{(2M)^{5}}\right]^{1/2}R\ . (7.128)

Conseqüentemente a energia mínima Eminsubscript𝐸𝑚𝑖𝑛E_{min}, que é obtida quando J=0𝐽0J=0, será

Emin=[m2(2MMγ/2)(2M)3]1/2R.subscript𝐸𝑚𝑖𝑛superscriptdelimited-[]superscript𝑚22𝑀𝑀𝛾2superscript2𝑀312𝑅\displaystyle E_{min}=\left[\frac{m^{2}(2M-M\gamma/2)}{(2M)^{3}}\right]^{1/2}R\ . (7.129)

Da Primeira Lei da termodinâmica de buracos negros temos

dM=κ2dAr.𝑑𝑀𝜅2𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle dM=\frac{\kappa}{2}\ dA_{r}\ . (7.130)

Lembrando que da equação de Einstein E=mc2𝐸𝑚superscript𝑐2E=mc^{2} temos, dM=Emin𝑑𝑀subscript𝐸𝑚𝑖𝑛dM=E_{min} e substituindo o valor de κ𝜅\kappa sobre o horizonte de eventos na equação acima teremos

Eminsubscript𝐸𝑚𝑖𝑛\displaystyle E_{min} =\displaystyle= 14M1γ4dAr,14𝑀1𝛾4𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle\frac{1}{4M}\sqrt{1-\frac{\gamma}{4}}\ dA_{r}\ ,
[m2(2MMγ/2)(2M)3]1/2Rsuperscriptdelimited-[]superscript𝑚22𝑀𝑀𝛾2superscript2𝑀312𝑅\displaystyle\left[\frac{m^{2}(2M-M\gamma/2)}{(2M)^{3}}\right]^{1/2}R =\displaystyle= 14M1γ4dAr,14𝑀1𝛾4𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle\frac{1}{4M}\sqrt{1-\frac{\gamma}{4}}\ dA_{r}\ ,
dAr𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle dA_{r} =\displaystyle= 2mR.2𝑚𝑅\displaystyle 2mR\ . (7.131)

Por fim assumindo ser válida a Segunda Lei Generalizada, Sbn(M+dM)Sbn(M)+Smsubscript𝑆𝑏𝑛𝑀𝑑𝑀subscript𝑆𝑏𝑛𝑀subscript𝑆𝑚S_{bn}(M+dM)\geq S_{bn}(M)+S_{m}, obtemos um limite superior para a entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} associada a um corpo com energia própria E𝐸E, absorvido pelo BN-CFM, que é dado por

A+dA4𝐴𝑑𝐴4\displaystyle\frac{A+dA}{4} \displaystyle\geq A4+Sm,𝐴4subscript𝑆𝑚\displaystyle\frac{A}{4}+S_{m}\ ,
dA4𝑑𝐴4\displaystyle\frac{dA}{4} \displaystyle\geq Sm,subscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m}\ ,
4πdAr44𝜋𝑑subscript𝐴𝑟4\displaystyle\frac{4\pi\ dA_{r}}{4} \displaystyle\geq Sm,subscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m}\ ,
Smsubscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m} \displaystyle\leq 2πER.2𝜋𝐸𝑅\displaystyle 2\pi ER\ . (7.132)

Como podemos observar, a influência do bulk não se manifesta no limite superior da entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m}, uma vez que o limite independe do parâmetro β𝛽\beta. Isso confirma a universalidade desse limite no sentido de que o limite depende apenas dos parâmetros do corpo em queda, independendo dos parâmetros do buraco negro.

Buraco Negro-SM

Seja um corpo de raio próprio R𝑅R e massa própria m𝑚m caindo livremente no BN-SM. Calculemos o horizonte de eventos rhsubscript𝑟r_{h} para o BN-SM

gtt|r=rh=0(1h2r2)=0rh=h.\displaystyle g_{tt}|_{r=r_{h}}=0\qquad\Longrightarrow\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)=0\qquad\Longrightarrow r_{h}=h\ . (7.133)

A gravidade superficial κ𝜅\kappa para BN-SM sobre seu horizonte de eventos será

κ=1hCh.𝜅1𝐶\displaystyle\kappa=\frac{1}{h}\sqrt{\frac{C}{h}}\ . (7.134)

As constantes de movimento associadas a t𝑡t e ϕitalic-ϕ\phi quando consideramos o movimento do corpo no plano equatorial θ=π/2𝜃𝜋2\theta=\pi/2 serão

E𝐸\displaystyle E =\displaystyle= (1h2r2)t˙,1superscript2superscript𝑟2˙𝑡\displaystyle-\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\dot{t}\ , (7.135)
J𝐽\displaystyle J =\displaystyle= r2ϕ˙.superscript𝑟2˙italic-ϕ\displaystyle-r^{2}\dot{\phi}\ . (7.136)

Portanto a equação quadrática para a energia conservada E𝐸E do corpo que está caindo no BN-SM será

αE22βE+σ=0𝛼superscript𝐸22𝛽𝐸𝜎0\displaystyle\alpha E^{2}-2\beta E+\sigma=0\ (7.137)

com

α𝛼\displaystyle\alpha =\displaystyle= r4,superscript𝑟4\displaystyle r^{4}\ ,
β𝛽\displaystyle\beta =\displaystyle= 0,0\displaystyle 0\ ,
σ𝜎\displaystyle\sigma =\displaystyle= (r2h2)(m2r2+J2).superscript𝑟2superscript2superscript𝑚2superscript𝑟2superscript𝐽2\displaystyle-(r^{2}-h^{2})(m^{2}r^{2}+J^{2})\ .

Como nosso corpo não é uma partícula, ele possui dimensão e conseqüentemente um centro de massa. Portanto o ponto de captura do corpo será r=rh+δ𝑟subscript𝑟𝛿r=r_{h}+\delta. O valor de δ𝛿\delta é dado por

hh+δ1(1h2r2)(1+Ch2r2h2)𝑑r=Rsuperscriptsubscript𝛿11superscript2superscript𝑟21𝐶2superscript𝑟2superscript2differential-d𝑟𝑅\displaystyle\int_{h}^{h+\delta}\ \sqrt{\frac{1}{\left(1-\frac{h^{2}}{r^{2}}\right)\left(1+\frac{C-h}{\sqrt{2r^{2}-h^{2}}}\right)}}\ dr=\ R

onde após uma integração e uma expansão série até a ordem de δ1/2superscript𝛿12\delta^{1/2} teremos

δ=CR22h2.𝛿𝐶superscript𝑅22superscript2\displaystyle\delta=\frac{CR^{2}}{2h^{2}}\ . (7.139)

Igualando a energia E𝐸E sobre o ponto de captura r=h+δ𝑟𝛿r=h+\delta teremos o valor da energia de captura Ecapsubscript𝐸𝑐𝑎𝑝E_{cap} que foi calculado de maneira análoga ao buraco negro anterior após uma expansão em série

Ecap=[(m2h2+J2)CR2h5]1/2.subscript𝐸𝑐𝑎𝑝superscriptdelimited-[]superscript𝑚2superscript2superscript𝐽2𝐶superscript𝑅2superscript512\displaystyle E_{cap}=\left[\frac{(m^{2}h^{2}+J^{2})CR^{2}}{h^{5}}\right]^{1/2}\ . (7.140)

Conseqüentemente a energia mínima Eminsubscript𝐸𝑚𝑖𝑛E_{min}, que é obtida quando J=0𝐽0J=0, será

Emin=[CR2m2h3]1/2.subscript𝐸𝑚𝑖𝑛superscriptdelimited-[]𝐶superscript𝑅2superscript𝑚2superscript312\displaystyle E_{min}=\left[\frac{CR^{2}m^{2}}{h^{3}}\right]^{1/2}\ . (7.141)

Da Primeira Lei da termodinâmica de buracos negros temos

dM=κ2dAr.𝑑𝑀𝜅2𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle dM=\frac{\kappa}{2}\ dA_{r}\ .

Lembrando que dM=Emin𝑑𝑀subscript𝐸𝑚𝑖𝑛dM=E_{min} e substituindo o valor de κ𝜅\kappa sobre o horizonte de eventos na equação acima teremos

Eminsubscript𝐸𝑚𝑖𝑛\displaystyle E_{min} =\displaystyle= 12hChdAr,12𝐶𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle\frac{1}{2h}\sqrt{\frac{C}{h}}\ dA_{r}\ ,
m2CR2h3superscript𝑚2𝐶superscript𝑅2superscript3\displaystyle\sqrt{\frac{m^{2}CR^{2}}{h^{3}}} =\displaystyle= 12hChdAr,12𝐶𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle\frac{1}{2h}\sqrt{\frac{C}{h}}\ dA_{r}\ ,
dAr𝑑subscript𝐴𝑟\displaystyle dA_{r} =\displaystyle= 2mR.2𝑚𝑅\displaystyle 2mR\ . (7.143)

Por fim supondo ser válida a Segunda Lei Generalizada, Sbn(M+dM)Sbn(M)+Smsubscript𝑆𝑏𝑛𝑀𝑑𝑀subscript𝑆𝑏𝑛𝑀subscript𝑆𝑚S_{bn}(M+dM)\geq S_{bn}(M)+S_{m}, obtemos um limite superior para a entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} associada a um corpo com energia própria E𝐸E, absorvido pelo BN-SM, que é dado por

A+dA4𝐴𝑑𝐴4\displaystyle\frac{A+dA}{4} \displaystyle\geq A4+Sm,𝐴4subscript𝑆𝑚\displaystyle\frac{A}{4}+S_{m}\ ,
dA4𝑑𝐴4\displaystyle\frac{dA}{4} \displaystyle\geq Sm,subscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m}\ ,
4πdAr44𝜋𝑑subscript𝐴𝑟4\displaystyle\frac{4\pi\ dA_{r}}{4} \displaystyle\geq Sm,subscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m}\ ,
Smsubscript𝑆𝑚\displaystyle S_{m} \displaystyle\leq 2πER.2𝜋𝐸𝑅\displaystyle 2\pi ER\ . (7.144)

Apesar deste buraco negro possuir propriedades um tanto quanto exóticas como não possuir uma massa de Schwarzschild, ele também obedece ao limite superior sendo independente das características do bulk.

Capítulo 8 Resultados Numéricos

Encerrando nossa jornada observamos que, a máquina bem dirigida, aliada ao espírito de investigação, nos proporciona grandes desenvolvimentos no entendimento do Universo e permite-nos trilhar novos caminhos com alguma segurança.

Neste capítulo apresentaremos os resultados obtidos para a evolução dos campos no exterior do BN-CFM e do BN-SM e o método numérico utilizado.

8.1 Apresentação do Método Numérico

O método númerico utilizado para a solução das equações diferenciais que descrevem a evolução dos campos no exterior dos buracos negros estudados é o mesmo utilizado em [37].

8.1.1 Problema de Condições Iniciais Características

Trata-se do método de integração com condições iniciais características, baseado na especificação de condições iniciais em hipersuperfícies nulas.
Neste trabalho utilizamos um esquema específico que é conhecido como “problema das duplas coordenadas nulas”.

Como as equações que governam a evolução dos campos no exterior do buraco negro se reduziram a uma equação em (1+1)11(1+1) dimensões devemos utilizar um esquema compatível com essas condições.

A equação de movimento, escrita usando as coordenadas nulas u=tr𝑢𝑡subscript𝑟u=t-r_{*} e v=t+r𝑣𝑡subscript𝑟v=t+r_{*}, será

2ψ(u,v)uv=14V(r(u,v))ψ(u,v).superscript2𝜓𝑢𝑣𝑢𝑣14𝑉𝑟𝑢𝑣𝜓𝑢𝑣\displaystyle\frac{\partial^{2}\psi(u,v)}{\partial u\partial v}=-\frac{1}{4}V(r(u,v))\psi(u,v). (8.1)

Esse esquema consiste em especificarmos o campo ψ𝜓\psi na fronteira de um ângulo delimitado pelas semi-retas u=u0(vv0)𝑢subscript𝑢0𝑣subscript𝑣0u=u_{0}(v\geq v_{0}) e v0=v0(uu0)subscript𝑣0subscript𝑣0𝑢subscript𝑢0v_{0}=v_{0}(u\geq u_{0}), que se interceptam no ponto (u0,v0)subscript𝑢0subscript𝑣0(u_{0},v_{0}) conforme pode ser visto na figura 8.1

Refer to caption
Figura 8.1: Ilustração do esquema de duplas coordenadas nulas.

8.1.2 Discretização

Passemos ao método para a discretização do plano uv𝑢𝑣u-v.

Uma possível forma de obtenção deste método é transformar a equação (8.1) em uma equação integral. Integrando a equação (8.1) em um retângulo nulo do plano uv𝑢𝑣u-v delimitado pelos pontos N𝑁N, S𝑆S, E𝐸E, W𝑊W teremos

2ψ(u,v)uv𝑑u𝑑v=14V(u,v)ψ(u,v)𝑑u𝑑v.superscript2𝜓𝑢𝑣𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣14𝑉𝑢𝑣𝜓𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int\frac{\partial^{2}\psi(u,v)}{\partial u\partial v}\ du\ dv=-\frac{1}{4}\int V(u,v)\psi(u,v)\ du\ dv. (8.2)

Escrevemos as integrais de superfície como

v0v1[u0u12ψ(u,v)uv𝑑u]𝑑v=14v0v1[u0u1V(u,v)ψ(u,v)𝑑u]𝑑v.superscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1delimited-[]superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1superscript2𝜓𝑢𝑣𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣14superscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1delimited-[]superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1𝑉𝑢𝑣𝜓𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int_{v_{0}}^{v_{1}}\left[\int_{u_{0}}^{u_{1}}\frac{\partial^{2}\psi(u,v)}{\partial u\partial v}\ du\right]\ dv=-\frac{1}{4}\int_{v_{0}}^{v_{1}}\left[\int_{u_{0}}^{u_{1}}V(u,v)\psi(u,v)\ du\right]\ dv. (8.3)

Resolvendo o lado esquerdo da equação (8.3) teremos

v0v1[u0u12ψ(u,v)uv𝑑u]𝑑vsuperscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1delimited-[]superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1superscript2𝜓𝑢𝑣𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int_{v_{0}}^{v_{1}}\left[\int_{u_{0}}^{u_{1}}\frac{\partial^{2}\psi(u,v)}{\partial u\partial v}\ du\right]\ dv =\displaystyle= v0v1v[u0u1ψ(u,v)u𝑑u]𝑑vsuperscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1𝑣delimited-[]superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1𝜓𝑢𝑣𝑢differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int_{v_{0}}^{v_{1}}\frac{\partial}{\partial v}\left[\int_{u_{0}}^{u_{1}}\frac{\partial\psi(u,v)}{\partial u}\ du\right]\ dv (8.4)
=\displaystyle= ψ(u1,v1)ψ(u1,v0)ψ(u0,v1)+ψ(u0,v0)𝜓subscript𝑢1subscript𝑣1𝜓subscript𝑢1subscript𝑣0𝜓subscript𝑢0subscript𝑣1𝜓subscript𝑢0subscript𝑣0\displaystyle\psi(u_{1},v_{1})-\psi(u_{1},v_{0})-\psi(u_{0},v_{1})+\psi(u_{0},v_{0})
=\displaystyle= ψ(N)ψ(W)ψ(E)+ψ(S).𝜓𝑁𝜓𝑊𝜓𝐸𝜓𝑆\displaystyle\psi(N)-\psi(W)-\psi(E)+\psi(S)\ .

Assim a equação (8.2) se reduz a

ψ(N)ψ(W)ψ(E)+ψ(S)=14v0v1u0u1V(u,v)ψ(u,v)𝑑u𝑑v.𝜓𝑁𝜓𝑊𝜓𝐸𝜓𝑆14superscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1𝑉𝑢𝑣𝜓𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\psi(N)-\psi(W)-\psi(E)+\psi(S)=-\frac{1}{4}\int_{v_{0}}^{v_{1}}\ \int_{u_{0}}^{u_{1}}V(u,v)\psi(u,v)\ du\ dv. (8.5)

Definiremos uma função p(u,v)𝑝𝑢𝑣p(u,v) como

p(u,v)=V(u,v)ψ(u,v)𝑝𝑢𝑣𝑉𝑢𝑣𝜓𝑢𝑣\displaystyle p(u,v)=V(u,v)\psi(u,v) (8.6)

de forma que

v0v1u0u1V(u,v)ψ(u,v)𝑑u𝑑v=v0v1u0u1p(u,v)𝑑u𝑑v.superscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1𝑉𝑢𝑣𝜓𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣superscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1𝑝𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int_{v_{0}}^{v_{1}}\ \int_{u_{0}}^{u_{1}}V(u,v)\psi(u,v)\ du\ dv=\int_{v_{0}}^{v_{1}}\ \int_{u_{0}}^{u_{1}}p(u,v)\ du\ dv. (8.7)

Sem perda de generalidade, escolheremos a origem do plano uv𝑢𝑣u-v de modo que o ponto (0,0)0.0(0,0) esteja sobre o centro do retângulo. Desta forma a integral (8.7) fica

v0v1u0u1p(u,v)𝑑u𝑑v=Δv/2+Δv/2Δu/2+Δu/2p(u,v)𝑑u𝑑v.superscriptsubscriptsubscript𝑣0subscript𝑣1superscriptsubscriptsubscript𝑢0subscript𝑢1𝑝𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣superscriptsubscriptΔ𝑣2Δ𝑣2superscriptsubscriptΔ𝑢2Δ𝑢2𝑝𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int_{v_{0}}^{v_{1}}\ \int_{u_{0}}^{u_{1}}p(u,v)\ du\ dv=\int_{-\Delta v/2}^{+\Delta v/2}\ \int_{-\Delta u/2}^{+\Delta u/2}p(u,v)\ du\ dv. (8.8)

Usando o teorema do valor médio teremos

Δv/2+Δv/2Δu/2+Δu/2p(u,v)𝑑u𝑑v=p(u,v)ΔuΔv,superscriptsubscriptΔ𝑣2Δ𝑣2superscriptsubscriptΔ𝑢2Δ𝑢2𝑝𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣𝑝superscript𝑢superscript𝑣Δ𝑢Δ𝑣\displaystyle\int_{-\Delta v/2}^{+\Delta v/2}\ \int_{-\Delta u/2}^{+\Delta u/2}p(u,v)\ du\ dv=p(u^{\prime},v^{\prime})\Delta u\Delta v, (8.9)

onde (u,v)[Δu/2,+Δu/2][Δv/2,+Δv/2]superscript𝑢superscript𝑣tensor-productΔ𝑢2Δ𝑢2Δ𝑣2Δ𝑣2(u^{\prime},v^{\prime})\in[-\Delta u/2,+\Delta u/2]\otimes[-\Delta v/2,+\Delta v/2]. Supondo que p(u,v)𝑝𝑢𝑣p(u,v) seja pelo menos diferenciável duas vezes em u𝑢u e v𝑣v, podemos expandir p(u,v)𝑝superscript𝑢superscript𝑣p(u^{\prime},v^{\prime}) em termos de p(0,0)𝑝0.0p(0,0), de forma que

p(u,v)=p(0,0)+pu|(0,0)u+pv|(0,0)v+o(Δ2).𝑝superscript𝑢superscript𝑣𝑝0.0evaluated-at𝑝𝑢0.0superscript𝑢evaluated-at𝑝𝑣0.0superscript𝑣𝑜superscriptΔ2\displaystyle p(u^{\prime},v^{\prime})=p(0,0)+\left.\frac{\partial p}{\partial u}\right|_{(0,0)}u^{\prime}+\left.\frac{\partial p}{\partial v}\right|_{(0,0)}v^{\prime}+\ o(\Delta^{2})\ . (8.10)

Então podemos reescrever a equação (8.9) na forma

Δv/2+Δv/2Δu/2+Δu/2p(u,v)𝑑u𝑑vsuperscriptsubscriptΔ𝑣2Δ𝑣2superscriptsubscriptΔ𝑢2Δ𝑢2𝑝𝑢𝑣differential-d𝑢differential-d𝑣\displaystyle\int_{-\Delta v/2}^{+\Delta v/2}\ \int_{-\Delta u/2}^{+\Delta u/2}p(u,v)\ du\ dv =\displaystyle= p(0,0)ΔuΔv+ΔvΔu/2+Δu/2u𝑑u𝑝0.0Δ𝑢Δ𝑣Δ𝑣superscriptsubscriptΔ𝑢2Δ𝑢2superscript𝑢differential-d𝑢\displaystyle p(0,0)\Delta u\ \Delta v+\Delta v\int_{-\Delta u/2}^{+\Delta u/2}u^{\prime}du (8.11)
+\displaystyle+ ΔuΔv/2+Δv/2v𝑑v+O(Δ4)Δ𝑢superscriptsubscriptΔ𝑣2Δ𝑣2superscript𝑣differential-d𝑣𝑂superscriptΔ4\displaystyle\Delta u\int_{-\Delta v/2}^{+\Delta v/2}v^{\prime}\ dv+O(\Delta^{4})
=\displaystyle= p(0,0)ΔuΔv+o(Δ4).𝑝0.0Δ𝑢Δ𝑣𝑜superscriptΔ4\displaystyle p(0,0)\Delta u\ \Delta v+o(\Delta^{4}).

Substituindo a equação (8.11) na equação integral de movimento (8.5) teremos

ψ(N)ψ(W)ψ(E)+ψ(S)=14V(C)ψ(C)ΔuΔdv+o(Δ4).𝜓𝑁𝜓𝑊𝜓𝐸𝜓𝑆14𝑉𝐶𝜓𝐶Δ𝑢Δ𝑑𝑣𝑜superscriptΔ4\displaystyle\psi(N)-\psi(W)-\psi(E)+\psi(S)=-\frac{1}{4}\ V(C)\psi(C)\Delta u\ \Delta dv+o(\Delta^{4}). (8.12)

Por outro lado, podemos fazer a seguinte consideração

ψ(C)=12[ψ(E)+ψ(W)]+o(Δ4).𝜓𝐶12delimited-[]𝜓𝐸𝜓𝑊𝑜superscriptΔ4\displaystyle\psi(C)=\frac{1}{2}\left[\psi(E)+\psi(W)\right]+o(\Delta^{4}). (8.13)

Lembrando que o potencial depende apenas de r𝑟r e que conseqüentemente ele tem o mesmo valor nos pontos C𝐶C e S𝑆S

V(C)=V(S),𝑉𝐶𝑉𝑆\displaystyle V(C)=V(S), (8.14)

podemos escrever nossa equação de movimento de forma discretizada como

ψ(N)=ψ(E)+ψ(W)ψ(S)V(S)ΔuΔv8[ψ(E)+ψ(W)]+o(Δ4)𝜓𝑁𝜓𝐸𝜓𝑊𝜓𝑆𝑉𝑆Δ𝑢Δ𝑣8delimited-[]𝜓𝐸𝜓𝑊𝑜superscriptΔ4\displaystyle\psi(N)=\psi(E)+\psi(W)-\psi(S)-\frac{V(S)\Delta u\Delta v}{8}\left[\psi(E)+\psi(W)\right]+o(\Delta^{4}) (8.15)

A equação (8.15) é a base do método numérico utilizado neste trabalho assim como do trabalho [44].

8.2 Resultados

Nesta seção apresentaremos a evolução dos campos, obtidas das soluções das equações de perturbação através do cálculo numérico. A estabilidade dos buracos negros, os regimes quasi-normais e os comportamentos assintóticos são discutidos.

BN-CFM

A função de onda que representa a evolução do campo escalar não massivo ΨΨ\Psi no exterior do BN-CFM é dada por

Ψ(r,t,θ,ϕ)=R(r,t)rYm(θ,ϕ).Ψ𝑟𝑡𝜃italic-ϕ𝑅𝑟𝑡𝑟subscript𝑌𝑚𝜃italic-ϕ\displaystyle\Psi(r,t,\theta,\phi)=\frac{R(r,t)}{r}Y_{\ell m}(\theta,\phi)\ . (8.16)

O comportamento de R(r,t)𝑅𝑟𝑡R(r,t), que é solução da parte radial da equação de Klein-Gordon, no exterior do BN-CFM é apresentado na figura 8.2 para valores de =1,21.2\ell=1,2.

Refer to caption
Figura 8.2: Evolução temporal do campo escalar dado por R(r,t)𝑅𝑟𝑡R(r,t) em r=0subscript𝑟0r_{*}=0 com β=1𝛽1\beta=-1.

Como podemos observar, a evolução do campo escalar possui três regimes distintos.

Inicialmente o campo apresenta uma fase transiente. Logo após temos a fase quasi-normal, sendo atenuada exponencialmente. Essa atenuação exponencial é representada pela reta decrescente tracejada no gráfico. Nesta fase o campo oscila com freqüência quasi-normal ω=ωR+iωi𝜔subscript𝜔𝑅𝑖subscript𝜔𝑖\omega=\omega_{R}+i\ \omega_{i} onde a parte imaginária da freqüência ωisubscript𝜔𝑖\omega_{i} é responsável pelo atenuamento.

Após essa fase o campo apresenta um decaimento na forma de lei de potências. Essa fase posterior é conhecida como a cauda da perturbação. Como podemos observar, a influência do bulk não alterou a forma do comportamento do campo. Diferentemente da perturbação escalar de uma corda negra, o comportamento assintótico, para tempos suficientemente grandes, do BN-CFM, é idêntico ao buraco negro de Schwarzschild (3+1)31(3+1) dimensional.

O comportamento das caudas da perturbação escalar para o BN-CFM com β=1𝛽1\beta=-1 sobre o horizonte de eventos é apresentado na figura 8.3

Refer to caption
Figura 8.3: Caudas para o BN-CFM com M=1𝑀1M=1, β=1𝛽1\beta=-1, r=0subscript𝑟0r_{*}=0 e multipolos =0,1,20.1.2\ell=0,1,2.

Esse decaimento como lei de potência é devido à forma do potencial VescCFMsubscriptsuperscript𝑉𝐶𝐹𝑀𝑒𝑠𝑐V^{CFM}_{esc}.
Ching [20] demonstrou analiticamente que potenciais que possuem a forma assintótica, do tipo

V(r)(+1)r2+K1rαlog(ra)quandor,formulae-sequence𝑉𝑟1superscriptsubscript𝑟2subscript𝐾1superscriptsubscript𝑟𝛼𝑙𝑜𝑔subscript𝑟𝑎quandosubscript𝑟\displaystyle V(r)\approx\frac{\ell(\ell+1)}{r_{*}^{2}}+\frac{K_{1}}{r_{*}^{\alpha}}\ log\left(\frac{r_{*}}{a}\right)\qquad\textrm{quando}\ r_{*}\rightarrow\infty, (8.17)

onde K1subscript𝐾1K_{1} e a𝑎a são constantes, geram uma cauda que decai na forma de t(2+α)superscript𝑡2𝛼t^{-(2\ell+\alpha)} para valores de α<2+3𝛼23\alpha<2\ell+3. No caso do potencial VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM} a forma assintótica satisfaz a equação (8.17) para α=3𝛼3\alpha=3 e 00\ell\neq 0. Neste mesmo trabalho Ching mostra também que se o potencial tem a forma

V(r)K1rαquandor,formulae-sequence𝑉𝑟subscript𝐾1superscriptsubscript𝑟𝛼quandosubscript𝑟\displaystyle V(r)\approx\frac{K_{1}}{r_{*}^{\alpha}}\qquad\textrm{quando}\ r_{*}\rightarrow\infty, (8.18)

a cauda decai na forma de tαsuperscript𝑡𝛼t^{-\alpha} se α>2𝛼2\alpha>2 e real. No caso do potencial VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM} a forma assintótica satisfaz a equação (8.18) para α=3𝛼3\alpha=3 e =00\ell=0.

Portanto as caudas da perturbação escalar decaem como

t(2+3)superscript𝑡23\displaystyle t^{-(2\ell+3)}\qquad quando 00\displaystyle\ell\neq 0 (8.19)
t3superscript𝑡3\displaystyle t^{-3}\qquad quando =00\displaystyle\ell=0 (8.20)

Como podemos ver na figura 8.3 e nas equações acima, esse decaimento depende do índice de multipolo \ell. O decaimento é mais rápido para valores de \ell mais altos.

As figuras 8.2 e 8.3 mostram que o campo escalar decai com o tempo o que nos sugere que o BN-CFM é estável quando submetido a perturbações escalares. Essa estabilidade é preservada mesmo para os casos onde o potencial VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM} apresenta regiões negativas.

BN-SM

Novamente apresentaremos apenas um exemplo para ilustrar a evolução do campo escalar. Estudaremos o caso para h=11h=1.

A função de onda que representa a evolução do campo escalar não-massivo ΨΨ\Psi no exterior do BN-CFM é dada por

Ψ(r,t,θ,ϕ)=R(r,t)rYlm(θ,ϕ).Ψ𝑟𝑡𝜃italic-ϕ𝑅𝑟𝑡𝑟subscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ\displaystyle\Psi(r,t,\theta,\phi)=\frac{R(r,t)}{r}Y_{lm}(\theta,\phi)\ . (8.21)

O comportamento de R(r,t)𝑅𝑟𝑡R(r,t), que é solução da parte radial da equação de Klein-Gordon, no exterior do BN-SM é apresentado na figura 8.4 para valores de =0,1,20.1.2\ell=0,1,2.

Refer to caption
Figura 8.4: Evolução temporal do campo escalar dado por R(r,t)𝑅𝑟𝑡R(r,t) em r=0subscript𝑟0r_{*}=0 com C=1𝐶1C=1 e h=11h=1.

Como podemos observar na figura acima, a evolução do campo escalar neste buraco negro também possui três regimes distintos. Inicialmente o campo apresenta uma fase de trasiente. Logo após temos uma fase quasi-normal, sendo atenuada exponencialmente. Após essa fase o campo apresenta um decaimento na forma de lei de potências. Igualmente para o BN-SM podemos escrever o comportamento das caudas utilizando o formalismo de Ching.

Para o BN-SM teremos α=4𝛼4\alpha=4 de modo que as caudas da perturbação escalar decaem como

t(2+4)superscript𝑡24\displaystyle t^{-(2\ell+4)}\qquad quando 00\displaystyle\ell\neq 0 (8.22)
t4superscript𝑡4\displaystyle t^{-4}\qquad quando =00\displaystyle\ell=0 (8.23)

A figura (8.4) mostra que o campo escalar decai com o tempo o que nos diz que o BN-SM para esse valore de C𝐶C é estável quando submetido a perturbações escalares.



Os gráficos com a evolução dos campos eletromagnéticos e gravitacionais dos BN-CFM e BN-SM ainda estão sendo feitos e serão apresentados no artigo [44] a ser submetido.

Capítulo 9 Conclusões

E no fim da jornada percebemos que novos caminhos florescem à nossa frente. Seguiremos

O formalismo desenvolvido para o estudo de perturbações de buracos negros em (3+1)31(3+1) dimensões pode ser aplicado, sem grandes dificuldades técnicas, para o estudo perturbações de buracos negros em branas com bulk do tipo AdS5𝐴𝑑subscript𝑆5AdS_{5}. Observamos que métricas que não satisfazem a condição gtt=1grrsubscript𝑔𝑡𝑡1subscript𝑔𝑟𝑟g_{tt}=-\frac{1}{g_{rr}}, geram dificuldades no desacoplamento das equações que governam a evolução dos campos no exterior dos buracos negros, especialmente nos casos onde a paridade é (1)superscript1(-1)^{\ell}, ou seja, nos casos polares.

De modo geral os buracos negros tipo-CFM e tipo-SM mostraram-se estáveis quando submetidos a perturbações escalares, mesmo quando os valores de β𝛽\beta e C𝐶C geravam regiões negativas nos potenciais efetivos. Atribuímos esse comportamento ao fato de que os poços de potenciais eram rasos quando comparados aos máximos dos potenciais.

Uma análise mais ampla sobre o conjunto de parâmetros M𝑀M, C𝐶C, hh, \ell, β𝛽\beta é necessária para estimar-se melhor as condições limite dos buracos negros e assim poder realizar declarações mais precisas sobre a estabilidade da classe de buracos negros estudados.

Quanto a termodinâmica, ambos os buracos negros se mostraram em acordo com o limite superior da entropia Smsubscript𝑆𝑚S_{m} de um corpo absorvido por eles. Isso reforça um pouco mais a universalidade desse limite uma vez que ele independe dos parâmetros do bulk.

A evolução do campo escalar no exterior do Buraco Negro-CFM e do Buraco Negro-SM apresentou comportamento semelhante na fase quasi-normal aos buracos negros em (3+1)31(3+1) dimensões. O atenuamento exponencial das oscilações são observados. O comportamento das caudas mostraram-se semelhantes.

Para o buraco negro tipo-CFM, as caudas decaem como uma lei de potência do tipo t(2+3)superscript𝑡23t^{-(2\ell+3)}. Apesar do potencial VescCFMsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝐶𝐹𝑀V_{esc}^{CFM} apresentar correções quando comparado ao potencial de Schwarzschild VescSchsuperscriptsubscript𝑉𝑒𝑠𝑐𝑆𝑐V_{esc}^{Sch} as caudas decaem da mesma maneira.

Para o buraco negro tipo-SM, as caudas também decaem como lei de potência do tipo t(2+4)superscript𝑡24t^{-(2\ell+4)}. O comportamento das caudas dependem fortemente dos parâmetros C𝐶C, hh e \ell.

O estudo das componentes polares das perturbações eletromagnéticas e gravitacionais, assim como novas propriedades termodinâmicas e o estabelecimento de freqüências quasi-normais para esses e outros buracos negros sobre a brana, serão alvo de investigações futuras.

Apêndice A Apêndices

Os apêndices deste trabalho constituem-se de, notações e covenções adotadas ao longo do trabalho assim como alguns cálculos mais detalhados que julgamos ser relevantes para um maior esclarecimento dos assuntos abordados.

A.1 Notações e Convenções

Certos tensores, tais como, o tensor de Ricci Rijsubscript𝑅𝑖𝑗R_{ij} e o tensor de Einstein Gijsubscript𝐺𝑖𝑗G_{ij}, podem apresentar conveções de sinal distintas se compararmos livros ou artigos diferentes. O cuidado em sermos consistentes com uma única convenção de sinal adotada deve ser mantido para evitarmos erros ou conclusões equivocadas. A convenção adotada neste trabalho segue abaixo.

Letras latinas minúsculas (i,j)𝑖𝑗(i,j) representam o espaço-tempo 4-dimensional e correm de 03030\dots 3. Letras gregas minúsculas μ,ν𝜇𝜈\mu,\nu representam o espaço-tempo 5-D e correm de 04040\dots 4, salvo quando especificado outra notação.

Unidades geométricas são assumidas, onde temos c==k=1𝑐Planck-constant-over-2-pi𝑘1c=\hbar=k=1. A assinatura das métricas utilizadas será (,+,+,+)(-,+,+,+).

A notação de Einstein é assumida nesse trabalho, ou seja, para índices repetidos que significam soma sobre todo intervalo, a somatória é omitida.

Ajsuperscript𝐴𝑗\displaystyle A^{j} =\displaystyle= i=03RiRijsuperscriptsubscript𝑖03subscript𝑅𝑖superscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle\sum_{i=0}^{3}\ R_{i}R^{ij}
Ajsuperscript𝐴𝑗\displaystyle A^{j} =\displaystyle= R0R0j+R1R1j+R2R2j+R3R3j=RiRijsubscript𝑅0superscript𝑅0𝑗subscript𝑅1superscript𝑅1𝑗subscript𝑅2superscript𝑅2𝑗subscript𝑅3superscript𝑅3𝑗subscript𝑅𝑖superscript𝑅𝑖𝑗\displaystyle R_{0}R^{0j}+R_{1}R^{1j}+R_{2}R^{2j}+R_{3}R^{3j}=R_{i}R^{ij} (A.1)

A conexão ΓijbsubscriptsuperscriptΓ𝑏𝑖𝑗\Gamma^{\ b}_{ij} é dada por

Γijb=12gba(giaxj+gjaxigijxa).subscriptsuperscriptΓ𝑏𝑖𝑗12superscript𝑔𝑏𝑎subscript𝑔𝑖𝑎superscript𝑥𝑗subscript𝑔𝑗𝑎superscript𝑥𝑖subscript𝑔𝑖𝑗superscript𝑥𝑎\displaystyle\Gamma^{\ b}_{ij}=\frac{1}{2}g^{ba}\left(\frac{\partial g_{ia}}{\partial x^{j}}+\frac{\partial g_{ja}}{\partial x^{i}}-\frac{\partial g_{ij}}{\partial x^{a}}\right). (A.2)

A derivada covariante de um tensor Vijsubscript𝑉𝑖𝑗V_{ij} que é representada por (;)(\ ;\ ) é definida como

Vij;a=Vij,aΓiabVbjΓjabVib.subscript𝑉𝑖𝑗𝑎subscript𝑉𝑖𝑗𝑎subscriptsuperscriptΓ𝑏𝑖𝑎subscript𝑉𝑏𝑗subscriptsuperscriptΓ𝑏𝑗𝑎subscript𝑉𝑖𝑏\displaystyle V_{ij;a}=V_{ij,a}-\Gamma^{\ b}_{ia}\ V_{bj}-\Gamma^{\ b}_{ja}\ V_{ib}\ . (A.3)

A vírgula (,)(\ ,\ ) denota uma derivada ordinária sobre o tensor

Vij,a=Vijxa.subscript𝑉𝑖𝑗𝑎subscript𝑉𝑖𝑗superscript𝑥𝑎\displaystyle V_{ij,a}=\frac{\partial V_{ij}}{\partial x^{a}}\ . (A.4)

O tensor de Ricci Rijsubscript𝑅𝑖𝑗R_{ij} adota a seguinte convenção de sinal

Rij=Γia,jaΓij,aa+ΓiabΓjbaΓijbΓaba.subscript𝑅𝑖𝑗subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑎𝑗subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑖𝑗𝑎subscriptsuperscriptΓ𝑏𝑖𝑎subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑗𝑏subscriptsuperscriptΓ𝑏𝑖𝑗subscriptsuperscriptΓ𝑎𝑎𝑏\displaystyle R_{ij}=\Gamma^{a}_{ia,j}\ -\Gamma^{a}_{ij,a}+\Gamma^{b}_{ia}\ \Gamma^{a}_{jb}-\Gamma^{b}_{ij}\ \Gamma^{a}_{ab}\ . (A.5)

A.2 Decomposição tensorial de hijsubscript𝑖𝑗h_{ij}

Um estudo do momento angular sobre um espaço-tempo (3+1) dimensões esfericamente simétrico pode ser feito, se realizarmos rotações sobre a variedade 2-dimensional formada por r=const𝑟𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡r=const e t=const𝑡𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡t=const. Tal estudo é necessário para sabermos como se comporta a parte angular de nosso problema. Sobre tais rotações ao redor da origem a componentes de hijsubscript𝑖𝑗h_{ij} se transformam de maneira particular. Nesse caso ao rotacionarmos nosso referencial S𝑆S até um referencial Ssuperscript𝑆S^{\prime} os versores dos sistemas se transformarão como

r^r^,t^t^,θ^θ^,ϕ^ϕ^.formulae-sequence^𝑟superscript^𝑟formulae-sequence^𝑡superscript^𝑡formulae-sequence^𝜃superscript^𝜃^italic-ϕsuperscript^italic-ϕ\displaystyle\hat{r}\longrightarrow\hat{r}^{\prime},\quad\hat{t}\longrightarrow\hat{t}^{\prime},\quad\hat{\theta}\longrightarrow\hat{\theta}^{\prime},\quad\hat{\phi}\longrightarrow\hat{\phi}^{\prime}. (A.6)

Como r𝑟r e t𝑡t são constantes r^=r^^𝑟superscript^𝑟\hat{r}=\hat{r}^{\prime} e t^=t^^𝑡superscript^𝑡\hat{t}=\hat{t}^{\prime}. Conseqüentemente

rr=1,tt=1.formulae-sequence𝑟superscript𝑟1𝑡superscript𝑡1\displaystyle\frac{\partial r}{\partial r^{\prime}}=1,\qquad\frac{\partial t}{\partial t^{\prime}}=1. (A.7)

Um tensor de ordem 2 quando rotacionado se transforma como

hij=ΛiaΛjbhab,subscript𝑖𝑗superscriptsubscriptΛ𝑖𝑎superscriptsubscriptΛ𝑗𝑏superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle h_{ij}=\Lambda_{i}^{\phantom{i}{a}}\Lambda_{j}^{\phantom{j}{b}}h_{ab}^{\prime},
hij=xaxixbxjhab,subscript𝑖𝑗superscript𝑥𝑎superscript𝑥𝑖superscript𝑥𝑏superscript𝑥𝑗superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle h_{ij}=\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{i}}\frac{\partial x^{\prime b}}{\partial x^{j}}\ h_{ab}^{\prime}, (A.8)

Adotaremos a seguinte notação para as coordenadas

x0=t,x1=r,x2=θ,x3=ϕ.formulae-sequencesuperscript𝑥0𝑡formulae-sequencesuperscript𝑥1𝑟formulae-sequencesuperscript𝑥2𝜃superscript𝑥3italic-ϕ\displaystyle x^{0}=t,\quad x^{1}=r,\quad x^{2}=\theta,\quad x^{3}=\phi. (A.9)

Desta forma podemos calcular como cada componente de hijsubscript𝑖𝑗h_{ij} se transforma.
As componentes h00subscript00h_{00}, h11subscript11h_{11} e h01subscript01h_{01} se transformam como escalares pois satisfazem a seguinte condição

Φ(r,t,θ,ϕ)=Φ(r,t,θ,ϕ)Φ𝑟𝑡𝜃italic-ϕsuperscriptΦsuperscript𝑟superscript𝑡superscript𝜃superscriptitalic-ϕ\displaystyle\Phi(r,t,\theta,\phi)=\Phi^{\prime}(r^{\prime},t^{\prime},\theta^{\prime},\phi^{\prime}) (A.10)

Tomemos h00subscript00h_{00} como exemplo

h00=xax0xbx0habsubscript00superscript𝑥𝑎superscript𝑥0superscript𝑥𝑏superscript𝑥0superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle h_{00}=\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime b}}{\partial x^{0}}\ h_{ab}^{\prime} =\displaystyle= x0x0x0x0h00superscript𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥0superscriptsubscript00\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 0}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime 0}}{\partial x^{0}}\ h_{00}^{\prime}
h00subscript00\displaystyle h_{00} =\displaystyle= h00superscriptsubscript00\displaystyle h_{00}^{\prime} (A.11)

Isso se deve ao fato de que as coordenadas x2superscript𝑥2x^{\prime 2} e x3superscript𝑥3x^{\prime 3} dependem apenas de x2superscript𝑥2x^{2} e x3superscript𝑥3x^{3} uma vez que r𝑟r e t𝑡t são mantidas constantes.
As componentes (h02,h03subscript02subscript03h_{02},h_{03}) e (h12,h13subscript12subscript13h_{12},h_{13}) se transformam como 2 vetores, ou seja, satisfazem a condição

Vi=xaxiVa.subscript𝑉𝑖superscript𝑥𝑎superscript𝑥𝑖subscript𝑉𝑎\displaystyle V_{i}=\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{i}}\ V_{a}. (A.12)

Tomemos (h02,h03subscript02subscript03h_{02},h_{03}) como exemplo de um vetor com componentes (V2,V3)subscript𝑉2subscript𝑉3(V_{2},V_{3}).
A componente h02subscript02h_{02} será

h02subscript02\displaystyle h_{02} =\displaystyle= xax0xbx2hab,superscript𝑥𝑎superscript𝑥0superscript𝑥𝑏superscript𝑥2superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime b}}{\partial x^{2}}\ h_{ab}^{\prime},
h02subscript02\displaystyle h_{02} =\displaystyle= x0x0x2x2h02+x0x0x3x2h03,superscript𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥2superscript𝑥2superscriptsubscript02superscript𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥3superscript𝑥2superscriptsubscript03\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 0}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{2}}\ h_{02}^{\prime}+\frac{\partial x^{\prime 0}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{2}}\ h_{03}^{\prime},
h02subscript02\displaystyle h_{02} =\displaystyle= x2x2h02+x3x2h03.superscript𝑥2superscript𝑥2superscriptsubscript02superscript𝑥3superscript𝑥2superscriptsubscript03\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{2}}h_{02}^{\prime}+\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{2}}h_{03}^{\prime}. (A.13)

A componente h03subscript03h_{03} será

h03subscript03\displaystyle h_{03} =\displaystyle= xax0xbx3hab,superscript𝑥𝑎superscript𝑥0superscript𝑥𝑏superscript𝑥3superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime b}}{\partial x^{3}}\ h_{ab}^{\prime},
h03subscript03\displaystyle h_{03} =\displaystyle= x0x0x2x3h02+x0x0x3x3h03,superscript𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥2superscript𝑥3superscriptsubscript02superscript𝑥0superscript𝑥0superscript𝑥3superscript𝑥3superscriptsubscript03\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 0}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{3}}\ h_{02}^{\prime}+\frac{\partial x^{\prime 0}}{\partial x^{0}}\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{3}}\ h_{03}^{\prime},
h03subscript03\displaystyle h_{03} =\displaystyle= x2x3h02+x3x3h03.superscript𝑥2superscript𝑥3superscriptsubscript02superscript𝑥3superscript𝑥3superscriptsubscript03\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{3}}h_{02}^{\prime}+\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{3}}h_{03}^{\prime}. (A.14)

Podemos observar que h02subscript02h_{02} corresponde à componente V2subscript𝑉2V_{2} e h3subscript3h_{3} à componente V3subscript𝑉3V_{3} do nosso vetor.

(V2V3)=(αβγσ)(V2V3)subscript𝑉2subscript𝑉3𝛼𝛽𝛾𝜎subscriptsuperscript𝑉2subscriptsuperscript𝑉3\left(\begin{array}[]{c}V_{2}\\ V_{3}\end{array}\right)=\ \left(\begin{array}[]{cc}\alpha&\beta\\ \gamma&\sigma\end{array}\right)\ \left(\begin{array}[]{c}V^{\prime}_{2}\\ V^{\prime}_{3}\end{array}\right)

Portanto se transformam como um vetor sobre uma rotação.

As componentes (h22,h33,h23,h32subscript22subscript33subscript23subscript32h_{22},h_{33},h_{23},h_{32}) se tranformam como um tensor de 2asuperscript2𝑎2^{a} ordem 2×2222\times 2, ou seja satisfazem a seguinte condição

hij=xaxixbxjhab,subscript𝑖𝑗superscript𝑥𝑎superscript𝑥𝑖superscript𝑥𝑏superscript𝑥𝑗superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle h_{ij}=\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{i}}\frac{\partial x^{\prime b}}{\partial x^{j}}\ h_{ab}^{\prime}, (A.15)

Tomemos como exemplo a componente h22subscript22h_{22} do nosso tensor

h22subscript22\displaystyle h_{22} =\displaystyle= xax2xbx2habsuperscript𝑥𝑎superscript𝑥2superscript𝑥𝑏superscript𝑥2superscriptsubscript𝑎𝑏\displaystyle\frac{\partial x^{\prime a}}{\partial x^{2}}\frac{\partial x^{\prime b}}{\partial x^{2}}\ h_{ab}^{\prime}
h22subscript22\displaystyle h_{22} =\displaystyle= x2x2x2x2h22+x2x2x3x2h23+x3x2x2x2h32+superscript𝑥2superscript𝑥2superscript𝑥2superscript𝑥2superscriptsubscript22superscript𝑥2superscript𝑥2superscript𝑥3superscript𝑥2superscriptsubscript23limit-fromsuperscript𝑥3superscript𝑥2superscript𝑥2superscript𝑥2superscriptsubscript32\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{2}}\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{2}}\ h_{22}^{\prime}+\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{2}}\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{2}}\ h_{23}^{\prime}+\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{2}}\frac{\partial x^{\prime 2}}{\partial x^{2}}\ h_{32}^{\prime}+ (A.16)
+\displaystyle+ x3x2x3x2h33superscript𝑥3superscript𝑥2superscript𝑥3superscript𝑥2superscriptsubscript33\displaystyle\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{2}}\frac{\partial x^{\prime 3}}{\partial x^{2}}\ h_{33}^{\prime}

Portanto h22subscript22h_{22} se transforma como uma componente de um tensor de 2asuperscript2𝑎2^{a} ordem.

Agora já sabemos como cada componente do tensor hijsubscript𝑖𝑗h_{ij} se transforma.

Assim podemos escrever uma matriz hh como

h=(EEV2V3EEV2V3V2V2T22T23V3V3T32T33).𝐸𝐸subscript𝑉2subscript𝑉3𝐸𝐸subscript𝑉2subscript𝑉3subscript𝑉2subscript𝑉2subscript𝑇22subscript𝑇23subscript𝑉3subscript𝑉3subscript𝑇32subscript𝑇33h=\left(\begin{array}[]{cccc}E&E&V_{2}&V_{3}\\ E&E&V_{2}&V_{3}\\ V_{2}&V_{2}&T_{22}&T_{23}\\ V_{3}&V_{3}&T_{32}&T_{33}\end{array}\right)\ .

Desta forma podemos separar hijsubscript𝑖𝑗h_{ij} de modo geral como a multiplicação de duas funções, cada uma dependendo de r,t𝑟𝑡r,t e θ,ϕ𝜃italic-ϕ\theta,\phi respectivamente

hij=l=0m=lln=110Clmn(t,r)(Ylmn)ij(θ,ϕ).subscript𝑖𝑗superscriptsubscript𝑙0superscriptsubscript𝑚𝑙𝑙superscriptsubscript𝑛110superscriptsubscript𝐶𝑙𝑚𝑛𝑡𝑟subscriptsuperscriptsubscript𝑌𝑙𝑚𝑛𝑖𝑗𝜃italic-ϕ\displaystyle h_{ij}=\sum_{l=0}^{\infty}\ \sum_{m=-l}^{l}\ \sum_{n=1}^{10}C_{lm}^{n}(t,r)(Y_{lm}^{n})_{ij}(\theta,\phi)\ . (A.17)

A.3 Construção dos Harmônicos Esféricos Tensoriais

A construção dos harmônicos esféricos tensoriais pode ser realizada se utilizarmos os harmônicos esféricos escalares Ylm(θ,ϕ)superscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕY^{lm}(\theta,\phi) como base e operarmos com gradientes e “pseudogradientes”sobre ele de modo a obtermos vetores e tensores.

Nesta construção obteremos objetos com paridade distintas (1)superscript1(-1)^{\ell} e (1)+1superscript11(-1)^{\ell+1}. Esta distinção nos diz que teremos 2 tipos de ondas geradas por nossa perturbação.

A parte escalar do nosso tensor é dada obviamente por

ϕlm=constYlm(θ,ϕ).superscriptitalic-ϕ𝑙𝑚𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡superscript𝑌𝑙𝑚𝜃italic-ϕ\displaystyle\phi^{lm}=const\ Y^{lm}(\theta,\phi)\ . (A.18)

Este termos pertence a uma onda de paridade (1)superscript1(-1)^{\ell} e momento angular \ell cuja a projeção sobre o eixo z𝑧z é m𝑚m.

A construção dos vetores é dada pela operação do gradiente e do pseudogradiente em Ylmsubscript𝑌𝑙𝑚Y_{lm}. Desta operação obteremos dois vetores com paridades opostas

ψ,ilm\displaystyle\psi^{lm}_{\phantom{lm}{,i}} =\displaystyle= constxiYlm,paridade(1);𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡superscript𝑥𝑖superscript𝑌𝑙𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒superscript1\displaystyle const\ \frac{\partial}{\partial x^{i}}Y^{lm},\qquad\ \ \ paridade(-1)^{\ell}; (A.19)
ϕ,ilm\displaystyle\phi^{lm}_{\phantom{lm}{,i}} =\displaystyle= constϵiaxaYlm,paridade(1)+1.𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡superscriptsubscriptitalic-ϵ𝑖𝑎superscript𝑥𝑎superscript𝑌𝑙𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒superscript11\displaystyle const\ \epsilon_{i}^{\phantom{i}{a}}\frac{\partial}{\partial x^{a}}Y^{lm},\qquad paridade(-1)^{\ell+1}. (A.20)

Aqui os índices i𝑖i e a𝑎a correm sobre os valores 2 e 3, quando x2=θsuperscript𝑥2𝜃x^{2}=\theta e x3=ϕsuperscript𝑥3italic-ϕx^{3}=\phi; e ϵiasuperscriptsubscriptitalic-ϵ𝑖𝑎\epsilon_{i}^{\phantom{i}{a}} é um tensor totalmente anti-simétrico que representa as quantidades ϵ22=ϵ33=0superscriptsubscriptitalic-ϵ22superscriptsubscriptitalic-ϵ330\epsilon_{2}^{\phantom{2}{2}}=\epsilon_{3}^{\phantom{3}{3}}=0; ϵ23=1/senθsuperscriptsubscriptitalic-ϵ231𝑠𝑒𝑛𝜃\epsilon_{2}^{\phantom{2}{3}}=-1/sen\theta e ϵ32=senθsuperscriptsubscriptitalic-ϵ32𝑠𝑒𝑛𝜃\epsilon_{3}^{\phantom{3}{2}}=sen\theta.

Por fim construiremos três tensores fundamentais. Eles são obtidos quando utilizamos a derivação covariante sobre Ylmsuperscript𝑌𝑙𝑚Y^{lm}, quando aplicamos a métrica da esfera γij=gij/r2subscript𝛾𝑖𝑗subscript𝑔𝑖𝑗superscript𝑟2\gamma_{ij}=g_{ij}/r^{2} sobre Ylmsuperscript𝑌𝑙𝑚Y^{lm} e quando operamos com o pseudogradiente sobre o tensor obtido na primeira operação. São eles

ψialmsuperscriptsubscript𝜓𝑖𝑎𝑙𝑚\displaystyle\psi_{\phantom{lm}{ia}}^{lm} =\displaystyle= constY;ialm,paridade(1)\displaystyle const\ Y^{lm}_{\phantom{lm}{;ia}}\ ,\qquad\qquad\qquad\ \ \ \ \ \ \ paridade(-1)^{\ell} (A.21)
ϕialmsubscriptsuperscriptitalic-ϕ𝑙𝑚𝑖𝑎\displaystyle\phi^{lm}_{\phantom{lm}{ia}} =\displaystyle= constγiaYlm,paridade(1)𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡subscript𝛾𝑖𝑎superscript𝑌𝑙𝑚𝑝𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒superscript1\displaystyle const\ \gamma_{ia}\ Y^{lm}\ ,\qquad\qquad\qquad\ \ \ \ paridade(-1)^{\ell} (A.22)
χialmsuperscriptsubscript𝜒𝑖𝑎𝑙𝑚\displaystyle\chi_{\phantom{lm}{ia}}^{lm} =\displaystyle= 12const[ϵibψbalm+ϵabψbilm].paridade(1)+1\displaystyle\frac{1}{2}\ const\ [\epsilon_{i}^{\phantom{i}{b}}\psi^{lm}_{\phantom{lm}{ba}}+\epsilon_{a}^{\phantom{a}{b}}\psi^{lm}_{\phantom{lm}{bi}}]\ .\qquad paridade(-1)^{\ell+1}\ (A.23)

onde as componentes da métrica sobre a esfera são dadas por γ22=1subscript𝛾221\gamma_{22}=1, γ23=γ32=0subscript𝛾23subscript𝛾320\gamma_{23}=\gamma_{32}=0 e γ33=senθsubscript𝛾33𝑠𝑒𝑛𝜃\gamma_{33}=sen\theta. Desta forma fica completa a construção dos Harmônicos Esféricos Tensoriais.

A.4 Comentários a respeito do comportamento da coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*}

Será de interesse ao nosso estudo sobre as propriedades da evolução de campos, alguns comentários sobre o comportamento assintótico da coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*}.

Tomemos uma métrica esfericamente simétrica dada por

ds2=A(r)dt2+B(r)dr2+r2(dθ2+senθ2dϕ2).𝑑superscript𝑠2𝐴𝑟𝑑superscript𝑡2𝐵𝑟𝑑superscript𝑟2superscript𝑟2𝑑superscript𝜃2𝑠𝑒𝑛superscript𝜃2𝑑superscriptitalic-ϕ2\displaystyle ds^{2}=-A(r)dt^{2}+B(r)dr^{2}+r^{2}(d\theta^{2}+sen\theta^{2}d\phi^{2}). (A.24)

A existência de um horizonte de eventos nesse espaço-tempo implica em um zero da função A(r)𝐴𝑟A(r). Seja rhsubscript𝑟r_{h} um zero de A(r)𝐴𝑟A(r).
Definindo a função h(r)𝑟h(r) como

h(r)=A(r)B(r),𝑟𝐴𝑟𝐵𝑟\displaystyle h(r)=\sqrt{\frac{A(r)}{B(r)}}\ , (A.25)

percebemos que o ponto r=rh𝑟subscript𝑟r=r_{h} também é um zero da função h(r)𝑟h(r).

A coordenada tartaruga rsubscript𝑟r_{*} pode ser definida como

r=1h(r)𝑑r.subscript𝑟1𝑟differential-d𝑟\displaystyle r_{*}=\int\frac{1}{h(r)}dr\ . (A.26)

De modo geral , a função r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r) é monotonicamente crescente. Se calcularmos a derivada de rsubscript𝑟r_{*} veremos que

dr(r)dr=ddr[1h(r)𝑑r]=1h(r).𝑑subscript𝑟𝑟𝑑𝑟𝑑𝑑𝑟delimited-[]1𝑟differential-d𝑟1𝑟\displaystyle\frac{dr_{*}(r)}{dr}=\frac{d}{dr}\left[\int\frac{1}{h(r)}dr\right]=\frac{1}{h(r)}\ . (A.27)

Analisando as funções A(r)𝐴𝑟A(r) e B(r)𝐵𝑟B(r) vemos que, para o intervalo de interesse (]rh,[)(\ ]r_{h},\infty[\ ), temos

A(r)>0,B(r)>0h(r)>0.\displaystyle A(r)>0,\qquad B(r)>0\qquad\Longrightarrow h(r)>0\ . (A.28)

Desta forma a derivada de rsubscript𝑟r_{*} é crescente

dr(r)dr>0.𝑑subscript𝑟𝑟𝑑𝑟0\displaystyle\frac{dr_{*}(r)}{dr}>0\ . (A.29)

O comportamento de rsubscript𝑟r_{*} próximo ao horizonte de eventos pode ser estudado se soubermos de que tipo são os zeros da função h(r)𝑟h(r) em r=rh𝑟subscript𝑟r=r_{h}.

Vamos supor que h(rh)=0subscript𝑟0h(r_{h})=0 é um zero simples, ou seja, que h(r)𝑟h(r) pode ser escrita como

h(r)=(rrh)P(r),𝑟𝑟subscript𝑟𝑃𝑟\displaystyle h(r)=(r-r_{h})P(r)\ , (A.30)

onde P(r)𝑃𝑟P(r) é um polinômio de r𝑟r e respeite a condição P(rh)0𝑃subscript𝑟0P(r_{h})\neq 0. Sob essas condições temos

r(r)=dr(rrh)P(r).subscript𝑟𝑟𝑑𝑟𝑟subscript𝑟𝑃𝑟\displaystyle r_{*}(r)=\int\frac{dr}{(r-r_{h})P(r)}\ . (A.31)

Se estivermos próximos o suficiente do horizonte de eventos podemos escrever a equação (A.31) como

r(r)=1P(rh)dr(rrh)=1P(rh)ln(rrh).subscript𝑟𝑟1𝑃subscript𝑟𝑑𝑟𝑟subscript𝑟1𝑃subscript𝑟𝑙𝑛𝑟subscript𝑟\displaystyle r_{*}(r)=\frac{1}{P(r_{h})}\int\frac{dr}{(r-r_{h})}=\frac{1}{P(r_{h})}ln(r-r_{h})\ . (A.32)

Lembrando que a gravidade superficial em r=rh𝑟subscript𝑟r=r_{h} é dada por

κh=12dh(r)dr|r=rh=P(rh)2,subscript𝜅evaluated-at12𝑑𝑟𝑑𝑟𝑟subscript𝑟𝑃subscript𝑟2\displaystyle\kappa_{h}=\frac{1}{2}\left.\frac{dh(r)}{dr}\right|_{r=r_{h}}=\frac{P(r_{h})}{2}\ , (A.33)

podemos reescrever a equação (A.32) próximo do horizonte de eventos como

r(r)=12κhln(rrh).subscript𝑟𝑟12subscript𝜅𝑙𝑛𝑟subscript𝑟\displaystyle r_{*}(r)=\frac{1}{2\kappa_{h}}ln(r-r_{h})\ . (A.34)

Neste caso a função rsubscript𝑟r_{*} diverge logaritmicamente quando rrh𝑟subscript𝑟r\rightarrow r_{h} sendo

limrrhr(r)subscript𝑟subscript𝑟subscript𝑟𝑟\displaystyle\lim_{r\rightarrow r_{h}}r_{*}(r)\rightarrow-\infty (A.35)

Neste limite é possível inverter a função r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r) de modo que a forma analítica de r(r)𝑟subscript𝑟r(r_{*}) será

r=rh+e2κhr.𝑟subscript𝑟superscript𝑒2subscript𝜅subscript𝑟\displaystyle r=r_{h}+e^{2\kappa_{h}r_{*}}\ . (A.36)

Agora se supusermos que h(rh)=0subscript𝑟0h(r_{h})=0 é um zero duplo, ou seja, que h(r)𝑟h(r) pode ser escrita como

h(r)=(rrh)2Q(r),𝑟superscript𝑟subscript𝑟2𝑄𝑟\displaystyle h(r)=(r-r_{h})^{2}Q(r)\ , (A.37)

onde Q(rh)0𝑄subscript𝑟0Q(r_{h})\neq 0, teremos

κh=0,subscript𝜅0\displaystyle\kappa_{h}=0, (A.38)
r(r)=1Q(rh)dr(rrh)1rrh.subscript𝑟𝑟1𝑄subscript𝑟𝑑𝑟𝑟subscript𝑟proportional-to1𝑟subscript𝑟\displaystyle r_{*}(r)=\frac{1}{Q(r_{h})}\int\frac{dr}{(r-r_{h})}\propto-\frac{1}{r-r_{h}}. (A.39)

Desta forma, próximo ao horizonte teremos

r=12Q(rh)(rrh).subscript𝑟12𝑄subscript𝑟𝑟subscript𝑟\displaystyle r_{*}=-\frac{1}{2Q(r_{h})(r-r_{h})}\ . (A.40)

Neste caso a função r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r) diverge como uma lei de potência quando rrh𝑟subscript𝑟r\rightarrow r_{h}.
Invertendo r(r)subscript𝑟𝑟r_{*}(r) teremos

r(r)=rh12Q(rh)r.𝑟subscript𝑟subscript𝑟12𝑄subscript𝑟subscript𝑟\displaystyle r(r_{*})=r_{h}-\frac{1}{2Q(r_{h})r_{*}}\ . (A.41)

A.5 Cálculo do desacoplamento das equações δR12𝛿subscript𝑅12\delta R_{12}, δR10𝛿subscript𝑅10\delta R_{10} e δR13𝛿subscript𝑅13\delta R_{13}.

As equações δR12𝛿subscript𝑅12\delta R_{12}, δR10𝛿subscript𝑅10\delta R_{10} e δR13𝛿subscript𝑅13\delta R_{13} podem ser obtidas em [6] e são dadas por

R10=e2ψμ2μ32[(e3ψνμ2+μ3Q20),2+(e3ψνμ3+μ2Q30),3]=0;subscript𝑅10superscript𝑒2𝜓subscript𝜇2subscript𝜇32delimited-[]subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄20.2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄30.30\displaystyle R_{10}=\frac{e^{-2\psi-\mu_{2}-\mu_{3}}}{2}\left[\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{2}+\mu_{3}}Q_{20}\right)_{,2}+\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{30}\right)_{,3}\right]=0; (A.42)
R12=e2ψνμ32[(e3ψ+νμ2μ3Q32),3(e3ψν+μ3μ2Q02),0]=0;subscript𝑅12superscript𝑒2𝜓𝜈subscript𝜇32delimited-[]subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄32.3subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄02.00\displaystyle R_{12}=\frac{e^{-2\psi-\nu-\mu_{3}}}{2}\left[\left(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{32}\right)_{,3}-\left(e^{3\psi-\nu+\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{02}\right)_{,0}\right]=0; (A.43)
R13=e2ψνμ22[(e3ψ+νμ3μ2Q23),2(e3ψνμ3+μ2Q03),0]=0.subscript𝑅13superscript𝑒2𝜓𝜈subscript𝜇22delimited-[]subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄23.2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄03.00\displaystyle R_{13}=\frac{e^{-2\psi-\nu-\mu_{2}}}{2}\left[\left(e^{3\psi+\nu-\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{23}\right)_{,2}-\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{03}\right)_{,0}\right]=0. (A.44)

onde Rijsubscript𝑅𝑖𝑗R_{ij} corresponde a δRij𝛿subscript𝑅𝑖𝑗\delta R_{ij}.

O fator multiplicativo de cada equação pode ser ignorado uma vez que todas as equações são iguais a zero.

Assim se fizermos a seguinte operação

δR10,0=δR12,2+δR13,3𝛿subscript𝑅10.0𝛿subscript𝑅12.2𝛿subscript𝑅13.3\displaystyle\delta R_{10,0}=\delta R_{12,2}+\delta R_{13,3} (A.45)

teremos uma identidade de modo que a equação δR10𝛿subscript𝑅10\delta R_{10} pode ser escrita como uma combinação da outras duas equações.

Tomando então as derivadas apropriadas teremos

(e3ψνμ2+μ3Q20),2,0subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄20.2.0\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{2}+\mu_{3}}Q_{20}\right)_{,2,0} +\displaystyle+ (e3ψνμ3+μ2Q30),3,0=subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄30.3.0absent\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{30}\right)_{,3,0}=
(e3ψ+νμ2μ3Q32),3,2subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄32.3.2\displaystyle\left(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{32}\right)_{,3,2} \displaystyle- (e3ψν+μ3μ2Q02),0,2+limit-fromsubscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄02.0.2\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu+\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{02}\right)_{,0,2}+
+(e3ψ+νμ3μ2Q23),2,3subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄23.2.3\displaystyle+\left(e^{3\psi+\nu-\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{23}\right)_{,2,3} \displaystyle- (e3ψνμ3+μ2Q03),0,3subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄03.0.3\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{03}\right)_{,0,3} (A.46)

Lembrando que

QAB=qA,BqB,A,QA0=qA,0ω,A,Q0A=ω,AqA,0,\displaystyle Q_{AB}=q_{A,B}-q_{B,A}\ ,\qquad Q_{A0}=q_{A,0}-\omega_{,A}\ ,\qquad Q_{0A}=\omega_{,A}-q_{A,0}\ , (A.47)

e aplicando essas condições na equação (A.5) teremos

(e3ψνμ2+μ3Q20),2,0subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄20.2.0\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{2}+\mu_{3}}Q_{20}\right)_{,2,0} +\displaystyle+ (e3ψνμ3+μ2Q30),3,0=subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄30.3.0absent\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{30}\right)_{,3,0}=
=(e3ψ+νμ2μ3Q32),3,2absentsubscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇2subscript𝜇3subscript𝑄32.3.2\displaystyle=\left(e^{3\psi+\nu-\mu_{2}-\mu_{3}}Q_{32}\right)_{,3,2} +\displaystyle+ (e3ψν+μ3μ2Q20),2,0limit-fromsubscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄20.2.0\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu+\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{20}\right)_{,2,0}-
(e3ψ+νμ3μ2Q32),3,3subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄32.3.3\displaystyle-\left(e^{3\psi+\nu-\mu_{3}-\mu_{2}}Q_{32}\right)_{,3,3} +\displaystyle+ (e3ψνμ3+μ2Q30),3,0subscriptsuperscript𝑒3𝜓𝜈subscript𝜇3subscript𝜇2subscript𝑄30.3.0\displaystyle\left(e^{3\psi-\nu-\mu_{3}+\mu_{2}}Q_{30}\right)_{,3,0}
00\displaystyle 0 =\displaystyle= 0.0\displaystyle 0. (A.48)

Referências

  • [1] Casadio R., Fabbri A., Mazzacurati L., “New black holes in the brane world?”, Phys. Rev. D65 084040, (2002).
  • [2] Casadio R., Mazzacurati L., “Bulk shape of brane-world black hole”, Mod. Phys. Lett. A18 651-660, (2003).
  • [3] Nollert H., “Quasinormal modes: the caracteristic ‘sound’ of black holes and neutron stars”, Class. Quant Grav. 16, R159-R216 (1999).
  • [4] Regge T., Wheeler J. A., “Stability of a Schwarzschild Singularity”, Phys. Rev. 108 4, (1957).
  • [5] Bronnikov K. A., Kim S., “Possible wormholes in a brane world”, Phys. Rev. D67 064027, (2003).
  • [6] Chandrasekhar S., “The Mathematical Theory of Black Holes”, Oxford University, New York, (1983).
  • [7] Shiromizu T., Maeda K., Sasaki M., “The Einstein equation on the 3-brane world”, Phys. Rev. D62, 024012 (2000).
  • [8] Seahra. S. S., Wesson P. S., “Application of the Campbell-Magaard theorem to higher-dimensional physics”, Class. Quant. Grav. 20 1321-1340, (2003).
  • [9] Edelstein L. A., Vishveshwara C. V., “Differential Equations for Perturbations on Schwarzschild Metric”, Phys. Rev. 1 12, (1970).
  • [10] Bronnikov K. A., Melnikov V. N., “‘On a general class of brane-world black holes”, Phys. Rev. D68,024025 (2003).
  • [11] Germani C., Maartens R., “Stars in the braneworld”, Phys. Rev. D64 124010 (2001).
  • [12] Ruffini R., Tiommo J., Vishveshwara C. V., “Electromagnetic Field of a Particle Moving in Spherically Symetric Black-hole Background”, Nuovo Cimento vol. 3, n. 5 (1972).
  • [13] Bekenstein J. D., “Black holes and Entropy ”, Phys. Rev. D7 2333-2346,(1973).
  • [14] Bardeen J. M., Carter B., Hawking S. W.,“The four laws of black hole mechanics ”, Commun. Math. Phys. 31 161-170, (1973).
  • [15] Hawking S. W., “Particle creation by black holes ”, Commun. Math. Phys. 43 199-220, (1975), Erratum-ibid. 46 206-206, (1976).
  • [16] Randal L., Sundrum R., “A large mass Hierarchy from small extra dimension”, Phys. Rev. Lett. 83 3370-3373,(1999).
  • [17] Randal L., Sundrum R., “An alternative to compactification”, Phys. Rev. Lett. 83 4690-4693, (1999).
  • [18] Arkani-Hamed N., Dimopoulos S., Dvali G., “The Hierarchy Problem and New Dimensions at a Millimeter”, Phys. Lett. B429 263-272, (1998).
  • [19] Maartens R., Seahra S. S., Clarkson C., “Detecting extra dimensions with gravity wave spectroscopy: the black string brane-world ”, Phys. Rev. Lett. 94 121302, (2005).
  • [20] Ching E. S. C., Leung P. T., Suen W. M., Young K., “Wave Propagation in Gravitational Systems: Late Time Behavior”, Phys. Rev. D52 2118-2132, (1995).
  • [21] Fiziev P. P., “Exact solutions of Regge-Wheeler equation and quasi-normal modes compact objects”, gr-qc/0509123.
  • [22] Bekenstein J. D.,“Universal upper bound on the entropy-to-energy ratio for bounded systems”, Phys. Rev. D23 287 (1981).
  • [23] Bekenstein J. D., “Generalized Second Law of Thermodynamics in Black Hole Physics ”,Phys. Rev. D9 3292-3300, (1974).
  • [24] Kaluza T., Sitzungsberichte Preussische Akademie der Wissenchaften K1 966, (1921); Klein O., Z. F. Physik 37 896, (1926); Klein O., Nature 118 516, (1926).
  • [25] Hod S., “Bohr’s correspondence principle and the area spectrum of quantum black holes ”, Phys. Rev. Lett. 81 4293, (1998).
  • [26] Bekenstein J. D., Mukhanov V. F., “Spectroscopy of the quantum black holes ”, Phys. Lett. B 360 7, (1995).
  • [27] Hod S., “Improved Upper Bound to the Entropy of a Charged System. II”, Phys. Rev. D61 024023, (2000).
  • [28] Visser M. “Lorentzian Wormholes: from Einstein to Hawking”, Spring-Verlag New York, Inc., USA
  • [29] Kokkotas K. D., Schimdt B. G., “Quasi-Normal Modes of Stars and Black Holes”, Living Rev. Rel. 2 2, (1999).
  • [30] Cardoso, V. “Quasi Normal Modes and Gravitational Radiation in Black Holes Spacetimes”, Ph.D. Thesis (Advisor: Jose Pizarro de Sande e Lemos), gr-qc/0404093.
  • [31] Hawking S. W., “Gravitational Radiation from Colliding Black Holes”,Phys Rev. Lett. 26 1344, (1971).
  • [32] D’Inverno R. “Introducing Einstein’s Relativity”, Oxford University Press, New York 2004
  • [33] Weinberg S. “Gravitation and Cosmology Principles and Applications of the General Theory of Relativity”, John Willey & Sons, Inc., USA
  • [34] Figueiró F.M., “Cosmologia Inflacionária em Modelos de Branas tipo RS-I”, dissertação de mestrado, (2005).
  • [35] Casali A. G., “Cosmologia na borda de um espaço-tempo Anti-de-Sitter”, dissertação de mestrado.
  • [36] Israel W.,“Singular Hypersurfaces and Thin Shells in General Relativity”, Nuovo Cimento 44B 1, (1966).
  • [37] Molina C.,“Propagação de Campos em Buracos Negros Esféricos”, tese de doutorado, 2003.
  • [38] Michel J., “On the Means of Discovering of Distance, Magnitude, etc. of the Fixed Stars”, Philo. Trans. 74, 35-37, (1783), reimpresso em Black Holes: Selected Reprints, p.8, editado por Detweiler S. American Assoc. Physics Teachers, 1982.
  • [39] Laplace P.S., “Exposition du Systéme du Monde”, 2 305. Cercle-Social, Paris, 1796.
  • [40] Press W. H., “Long Wave Trains of Gravitational Waves from a Vibrating Black Hole”, Astrophys. J. 170, L105, (1971).
  • [41] Hawking S. W., Chamblin A., Real H. S.,“Brane-World Black Holes”, Phys. Rev. D61 065007, (2000).
  • [42] Visser M., Wiltshire D. L., “On-brane data for braneworld stars”, Phys. Rev. D67 104004, (2003).
  • [43] Gregory R., Laflamme R., “Black Strings and P-Branes are unstable”,Phys. Rev. Lett. 70, 2837 (1993).
  • [44] Abdalla E, Cuadros-Melgar B., Molina C., Pavan A. B., em preparação.
  • [45] Anderson P. R., Balbinot R., Fabbri A., “Cutoff AdS/CFT duality and the quest for braneworld black holes”, Phys. Rev. Lett. 94 061301, (2005).
  • [46] Emparan R., Fabbri A., Kalloper N., “Quantum Black Holes as Holograms in AdS Brane Worlds”, JHEP 0208 043, (2002).
  • [47] Wald R. M.,. “General Relativity”, The University of Chicago Press, Chicago (Apêndice E) (1984).
  • [48] Novikov I. D., Frolov V. P., “Black Holes Physics: Basic Concepts and New Developments”, Kluwer Academic Publishers, The Netherlands, (1998).
  • [49] Abdalla E., Wang B., Molina C., “Evolving of a Massless Scalar Field in Reissner-Nordstrom Anti-de-Sitter Spacetimes”,Phys. Rev. D63 084001, (2001).
  • [50] Abdalla E., Lin C., Wang B., “Quasinormal Modes of Reissner-Nordstrom Anti-de-Sitter Black Holes”,Phys. Lett. B481 79-88, (2000).
  • [51] Abdalla E., Castelo-Branco K. H. C., Lima-Santos A., “Area Quantization in Quasiextremal Black Holes”,Mod. Phys. Lett. A18 1435-1440, (2003).
  • [52] Abdalla E., Molina C., Giugno D., Saa A., “Field Propagation in de Sitter Black Holes”,Phys. Rev. D69 104013, (2004).